junho 03, 2012

Não à Economia Verde e pela justiça ambiental: sociedade consegue supressão integral do REED + no Pacto da Amazônia.

PICICA: Resumo da ópera - Enquanto as instituições amazonenses dão vexame no Encontro de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira, os delegados obtém uma importante vitória em defesa da região por 50 votos contra 48. Essa é a boa notícia. A péssima é que os governadores da região, por trás dos bastidores, se articularam em resposta ao veto à Economia Verde do documento oficial. Na verdade, o MMA, a SDS e os governadores "cagaram e andaram" para todos. Ignoraram o pacto e fizeram uma carta. Suspeita-se que essa carta veio colada na manga dos governadores. Nela estão todos os pontos que foram vetados pela plenária. A manobra é o seguinte: por a carta aprovada debaixo do tapete, o que gerou muita confusão. O Sr. Virgílio Viana perdeu a compostura e o tempo fechou. Estão tentando desarticular a sociedade brasileira. Aliás, não é de agora que há denúncias contra a ONU. Segundo denúncia dos movimentos sociais, o que não agrada está sendo retirado da internet. Égua dos lesos! 

Não à Economia Verde e pela justiça ambiental: sociedade consegue supressão integral do REED + no Pacto da Amazônia.

Participamos do Encontro de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira em Manaus, que recebeu delegação de todos os estados da Amazônia Brasileira, as discussões estão apenas começando e serviram como um ensaio do que será a Rio+20 e a Cúpula dos Povos da Terra agora em junho no Rio de Janeiro. Estiveram presentes Izabella Teixeira Ministra do Meio Ambiente e Ideli Salvati Ministra das Relações Internacionais, além dos governadores de toda a Amazônia.

Por 50 votos contra 48 os delegados presentes pediram a supressão integral do texto que defende o REED – Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação a contra gosto da ONU, do Ministério do Meio Ambiente e das Politicas Estaduais e de algumas ONGs como a FAS – Fundação Amazonas Sustentável, IDESAM – Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, e GTA- Grupo de Trabalho Amazônico.


No primeiro dia do evento para os especialistas Dr. Ennio Candotti e Dra. Bertha Becker, que também alertou para uma importante discussão de conceito, o de que não devemos lutar por uma sustentabilidade global, novo termo adotado pela coroa Britãnica. Para eles temos condição e recursos suficientes para resolver todos nossos problemas internos sem ameaçar a soberania da amazônia ou correr riscos de uma servidão ambiental, que além de mudar o foco das verdadeiras discussões, ainda legitima a elites a continuarem a não questionar seu modelo elitista de desenvolvimento. Afirmam temos todos os motivos contra o REED, estamos esquecendo a importância das cidades, por isso devemos desmascarar a ECONOMIA VERDE, temos que estar continuamente alertas para questões que são muito rápidas, no final a Dra Becker com toda sua simpatia ao chamar as politicas propostas pelo Virgilio Vianabde indecentes, provocou: - temos aí muitas informações para discutirmos, vamos ver isso direitinho? Por favor não vamos engolir nada disso no caminho, alertou.


A Economia Verde é antropocêntrica, não deve estar dissociada da crise social da economia financeira, o problema será convencer o mercado a parar isso. Existe muitas boas novas ideias, mas para a indígena Edna Marajoara, a única representante dos grupos majoritários (povos tradicionais, étnicos, raciais e culturais) que alertou abertamente contra o REDD no seu pronunciamento aos governadores: - a economia verde não está consolidada para uma discussão democráticas nas bases, o que se vê desde as COPs e Convenção da Biodiversidade no qual participei, se tem muita desconfiança com a tomada de decisão, disse.


Embora não houve que cansasse de tentar convencer, foi distribuído no evento a CARTA DE BELÉM, que faz um campo critico as propostas de crédito de carbono e pagamento por serviços ambientais e especialmente o REDD assinado por organizações como a CUT e o MST, não existe consenso e muitas resguardas nacional e o pedido é que valorizem os conhecimentos dos povos. Para muitos participantes o Ministério do Meio Ambiente e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas SDS, foram completamente parciais, perderam seu papel de facilitador e muitas vezes tentaram induzir os participantes alegando questões de esclarecimentos.


Em conversa com o estudante de geografia Thiago Rodrigues de Mato Grosso, deveríamos nesse momento estar discutindo cidades sustentáveis e novos paradigmas de desenvolvimento, e em vez disso vieram os pacotes econômicos, inventaram e ganharam com a especulação financeira, chamando atenção que essa é a única conferência da ONU que se pode discutir modelos econômicos, mais isso desde 2008 tem se criado muitas tensões, fato que desde a eco rio 92, não tem se cumprindo os objetivos da primeira conferência, passado 20 anos corremos o mesmo risco, é o que também tem alerta do especialistas, ele ainda denunciou que está havendo uma censura sobre as campanhas contra a Economia Verde através da internet, onde estão retirando do tuiter as tags e # vinculadas.


É importante lembrar que a ONU é composta principalmente pelos EUA, que queria que as tomadas de decisão na rio+20 fosse proporcional ao dinheiro investido nas Nações Unidas, apesar de sua hegemonia os votos são por cada país participante.


--


Alexandre Victor

Bolsista FAPEAM
Grupo de Estudos do Terceiro Setor
IFAM CMZL

Nenhum comentário: