junho 02, 2015

"Amei um Bicheiro, de Jorge Ileli e Paulo Vanderley (Brasil, 1952)", por Cléber Eduardo

PICICA: "A noção um tanto mítica de uma década de 50 ingênua e otimista no Brasil, é desmentida nas imagens de Ileli com uma declaração de antídoto a pílulas da felicidade, mostrando, acima de tudo, situações de um capitalismo pré-moderno, marginal, organizado em sua rede criminal, mas violento com quem dele depende para sobreviver. É essa a luta empreendida no núcleo do filme, a de um funcionário contra seu patrão, a de um explorado que se vinga contra o explorador, usando as armas do inimigo, mas só para depois colocar as coisas em ordem.

Apesar dos intensos elogios recebidos por Amei um Bicheiro, Ileli demorou nove anos para terminar outro filme (Mulheres e Milhões). Dedicou-se a reportagens de televisão e direção de cinejornais para Severiano Ribeiro (alguns deles elogiados por alguns críticos, por conterem imagens de grande apelo plástico e dramático). No alvorecer dos anos 60, tempo de Os Cafajestes, de Ruy Guerra, e Barravento, de Glauber Rocha, Moniz Vianna destaca algumas vocações: Rubem Biáfora, Nelson Pereira dos Santos, Roberto Farias, Walter Hugo Khouri e Jorge Ileli, esse à frente dos demais como promessa para o futuro. Pois o promissor Ileli, por razões do cinema e suas próprias,  dirigiu apenas mais dois longas, No Mundo em Que Getúlio Viveu (1963) e Viver de Morrer (1972), tornando-um caso de revelação nunca inteiramente cumprida. Porém, fundamental nos anos 50."

Filme - Amei Um Bicheiro (1952) DVDRip

Fredson Clayton

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