Foto: Acervo Rogelio Casado - Anos 1980: democratização da Fundação Universidade do Amazonas
Ao centro, o professor José Ribamar Bessa Freire, de calça branca e camisa escura; ao seu lado, a professora Consuelo. O último à esquerda é o saudoso professor Ricardo Parente. Mais ao centro, com uma garrafa de refrigerante na mão, a estudante Gleice Oliveira. O penúltimo, à direita, é o professor Renan Freitas Pinto; ao seu lado esquerdo, o companheiro Baima.
Esta fotogragia foi feita em Manaus, na Av. Ayrão, nas proximidades da Faculdade de Ciências da Saúde, após uma assembléia no auditório Dr. Zerbini, palco dos encontros da aguerrida Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas - ADUA, então dirigida pelo professor Marcus Luiz Barroso Barros.
Por desejo coletivo, a Fundação Universidade do Amazonas dos anos 1980, hoje Universidade Federal do Amazonas, foi decomocratizada numa época em que a cidadania fervilhava no asfalto. Como as demais universidades, enfrentaria dificuldades nos anos 1990, período em que o tucanato assumiu o governo federal. Qualquer universitário medianamente informado sabe o quanto um certo princípe, depois de negar o que escrevera, fez mal à universidade brasileira.
Longe vai o período da supressão das liberdades civis, dos anos 1960-1970. Mais próximo das novas gerações está o período da redemocratização dos anos 1980-1990. O sonho de um novo modelo político e social permanece e está em construção. É fato que o constrangimento do mercado pesa sobre as novas gerações, induzindo-as a práticas alienantes. Contudo, como nos lembra o sábio geógrafo Milton Santos, este fato não é irreversível, e essa compreensão é adotada mesmo pelos que ainda não se curaram da confusão entre ser de oposição e ser de esquerda.
Para as novas gerações há um desafio inadiável: reaprender a liberdade num mundo que vive das aparências criadas pelo mercado, impor sua sensibilidade, estudar o mundo dos fenômenos sociais, interpretá-lo... e mudá-lo. Neste processo de descoberta do que é justo ou injusto na busca das verdades que lhes são negadas, o papel da universidade é decisivo, na medida em que múltiplos saberes podem dedifrar os códigos das contradições em que nos metemos em nossas práticas.
Como dizia um velho sábio, a ação tem prioridade sobre o saber. Postular o primado do agir sobre o pensar é reconhecer que a existência humana é sobretudo trabalho... muito trabalho. Nada que contrarie o que há de específico na subjetividade humana, em seus aspectos comunitários, solidários e intersubjetivos. Por isso mesmo, ao reconhecer um sistema de costumes viciados ou as limitações de um dado jogo social, se quisermos reduzir a cultura da passividade pela reconstrução de novos quadros socais, vale lembrar a advertência do velho guerrilheiro: "Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás".
Não conheço nenhum processo de consciência que não seja forjado na negação de uma cultura instituída, seja da passividade, da acomodação, do entretenimento, do espetáculo e tantas outras vigentes. Para além dos riscos de amesquinhamento da personalidade, em causa um outro processo civilizatório. O atual está com o modelo vencido.
Ao centro, o professor José Ribamar Bessa Freire, de calça branca e camisa escura; ao seu lado, a professora Consuelo. O último à esquerda é o saudoso professor Ricardo Parente. Mais ao centro, com uma garrafa de refrigerante na mão, a estudante Gleice Oliveira. O penúltimo, à direita, é o professor Renan Freitas Pinto; ao seu lado esquerdo, o companheiro Baima.
Esta fotogragia foi feita em Manaus, na Av. Ayrão, nas proximidades da Faculdade de Ciências da Saúde, após uma assembléia no auditório Dr. Zerbini, palco dos encontros da aguerrida Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas - ADUA, então dirigida pelo professor Marcus Luiz Barroso Barros.
Por desejo coletivo, a Fundação Universidade do Amazonas dos anos 1980, hoje Universidade Federal do Amazonas, foi decomocratizada numa época em que a cidadania fervilhava no asfalto. Como as demais universidades, enfrentaria dificuldades nos anos 1990, período em que o tucanato assumiu o governo federal. Qualquer universitário medianamente informado sabe o quanto um certo princípe, depois de negar o que escrevera, fez mal à universidade brasileira.
Longe vai o período da supressão das liberdades civis, dos anos 1960-1970. Mais próximo das novas gerações está o período da redemocratização dos anos 1980-1990. O sonho de um novo modelo político e social permanece e está em construção. É fato que o constrangimento do mercado pesa sobre as novas gerações, induzindo-as a práticas alienantes. Contudo, como nos lembra o sábio geógrafo Milton Santos, este fato não é irreversível, e essa compreensão é adotada mesmo pelos que ainda não se curaram da confusão entre ser de oposição e ser de esquerda.
Para as novas gerações há um desafio inadiável: reaprender a liberdade num mundo que vive das aparências criadas pelo mercado, impor sua sensibilidade, estudar o mundo dos fenômenos sociais, interpretá-lo... e mudá-lo. Neste processo de descoberta do que é justo ou injusto na busca das verdades que lhes são negadas, o papel da universidade é decisivo, na medida em que múltiplos saberes podem dedifrar os códigos das contradições em que nos metemos em nossas práticas.
Como dizia um velho sábio, a ação tem prioridade sobre o saber. Postular o primado do agir sobre o pensar é reconhecer que a existência humana é sobretudo trabalho... muito trabalho. Nada que contrarie o que há de específico na subjetividade humana, em seus aspectos comunitários, solidários e intersubjetivos. Por isso mesmo, ao reconhecer um sistema de costumes viciados ou as limitações de um dado jogo social, se quisermos reduzir a cultura da passividade pela reconstrução de novos quadros socais, vale lembrar a advertência do velho guerrilheiro: "Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás".
Não conheço nenhum processo de consciência que não seja forjado na negação de uma cultura instituída, seja da passividade, da acomodação, do entretenimento, do espetáculo e tantas outras vigentes. Para além dos riscos de amesquinhamento da personalidade, em causa um outro processo civilizatório. O atual está com o modelo vencido.
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