maio 02, 2007

O bicho vai pegar

Encontro das águas - Manaus/AM

De um lado o rio Negro, escuro, do outro o rio Solimões, barrento. A partir deste encontro das águas, o rio passa a chamar-se Amazonas até desaguar no Atlântico. Do lado esquerdo do rio Negro, a 18 km, está situada Manaus, a capital do estado do Amazonas. Estamos no coração da Amazônia. Segundo Baker (apud Marcílio de Freitas e Marilene Corrêa da Silva, in Estudos da Amazônia Contemporânea - Dimensões da Globalização. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 2000), "vista a partir dos cosmos, a Amazônia sul-americana com sua massa florestal corresponde a 1/20 da superfície terrestre , 2/5 da América do Sul e 3/5 do Brasil; contém 1/5 da disponibilidade de água doce e 1/3 das reservas mundias de florestas latifoliceadas, mas somente 3.5 milésimos da população mundial".

Pois bem! Para pouco menos de 2 milhões de habitantes que moram na Zona Franca de Manaus (a capital operária da Amazônia) não há um - unzinho sequer - terminal pesqueiro para evitar o desperdício costumeiro de peixes por falta de armazenamento, como a imprensa local noticiou mais uma vez. Desta vez foram 50 toneladas de peixe jogado fora. Os excluídos e a população em geral não tem o que agradecer, nem lamentar; tem mais de ir à luta. Pois eis que um parlamentar resolveu amarrar o bode.

O bicho vai pegar

O deputado federal e membro da Comissão de Fiscalização e Controle de Recursos Públicos da Câmara dos Deputados, Francisco Praciano (PT), vai representar ao Ministério Público do Estado solicitando a instauração de um Procedimento Administrativo que apure a responsabilidade pelo desperdício de 50 toneladas de peixes, nos últimos 15 dias, no terminal de Embarque e Desembarque de Pescado, no Porto da Panair. O desperdício foi noticiado pelo jornal Diário do Amazonas, do dia 29.04.2007 e pelo Jornal A Crítica do dia 03.03.2007. O Deputado também irá solicitar da Controladoria-Geral da União (CGU), uma auditoria na utilização dos recursos federais que foram repassados para a construção do Terminal Pesqueiro da Panair. “ Quero que a CGU investigue cada centavo alocado para a construção do Terminal Pesqueiro”, afirma.

Para Praciano, é injustificável que a cidade de Manaus que possui 350 mil pobres, dados do IBGE, não tenha um planejamento, por parte do Poder Público, que facilite o armazenamento e a distribuição do pescado para as famílias carentes. O deputado defende uma reunião urgente com membros ligados ao setor pesqueiro, tais como: Ministério da Pesca , Ministério dos Transportes, Secretaria da Produção do Estado e do Município para acelerar uma saída para o problema. “Parece que não existe uma sintonia entre os órgãos responsáveis pela produção e distribuição do pescado no Amazonas”, destaca.

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