Professor Doutor Milton Santos
Hoje faz 5 anos que o geógrafo Milton Santos partiu. Sua obra continua entre nós. Leia abaixo sua biografia. Leia, também, o artigo de Cláudio Cordovil: "Prof. Milton Santos: Pensamento de Combate".
Neste dia quero homenagear o geógrafo Jacob Jezini, Mestre em Educação, professor do curso de graduação em Geografia na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Na noite do dia 21 de maio, o professor Jacob Jezini recebeu em sala de aula a Terapeuta Ocupacional Rosângela Melo, da Coordenação Estadual de Saúde Mental. Fui gentilmente convidado a participar do encontro. Rosangêla Melo fez a seguinte provocação aos estudantes: "Numa bela manhã, você acorda e, ao abrir a porta de casa, verifica que tem novos vizinhos: 8 portadores de transtorno mental, depois de um longo período de internação, voltam a circular no território que lhes foi negado. O que você pensa e como recebe este novo fato social?"
O que rolou naquela noite, entre 18:00h e 20:00h, entrou para os anais da UFAM. Entre inúmeros e ricos depoimentos dos estudantes, um jovem professor, manejando com habilidade o conceito de território, demonstrou que há mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor a vã indiferença das disciplinas que não probelmatizam a relação entre sociedade e loucura, à luz dos ensinamentos do sábio Milton Santos.
Quero homenagear, também, meu amigo de infância João Bosco Chamma, arquiteto (morávamos na comunidade que se fez em torno da paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, área atualmente em processo de degradação). Foi ele quem me indicou, no início dos anos 1990, a obra deste ilustre brasileiro da Bahia que foi Milton Santos. Obrigado, Bosquinho!
Hoje faz 5 anos que o geógrafo Milton Santos partiu. Sua obra continua entre nós. Leia abaixo sua biografia. Leia, também, o artigo de Cláudio Cordovil: "Prof. Milton Santos: Pensamento de Combate".
Neste dia quero homenagear o geógrafo Jacob Jezini, Mestre em Educação, professor do curso de graduação em Geografia na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Na noite do dia 21 de maio, o professor Jacob Jezini recebeu em sala de aula a Terapeuta Ocupacional Rosângela Melo, da Coordenação Estadual de Saúde Mental. Fui gentilmente convidado a participar do encontro. Rosangêla Melo fez a seguinte provocação aos estudantes: "Numa bela manhã, você acorda e, ao abrir a porta de casa, verifica que tem novos vizinhos: 8 portadores de transtorno mental, depois de um longo período de internação, voltam a circular no território que lhes foi negado. O que você pensa e como recebe este novo fato social?"
O que rolou naquela noite, entre 18:00h e 20:00h, entrou para os anais da UFAM. Entre inúmeros e ricos depoimentos dos estudantes, um jovem professor, manejando com habilidade o conceito de território, demonstrou que há mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor a vã indiferença das disciplinas que não probelmatizam a relação entre sociedade e loucura, à luz dos ensinamentos do sábio Milton Santos.
Quero homenagear, também, meu amigo de infância João Bosco Chamma, arquiteto (morávamos na comunidade que se fez em torno da paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, área atualmente em processo de degradação). Foi ele quem me indicou, no início dos anos 1990, a obra deste ilustre brasileiro da Bahia que foi Milton Santos. Obrigado, Bosquinho!
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MILTON SANTOS (1926 / 2001 )
O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.
O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: "O Povoamento da Bahia" (48), "O Futuro da Geografia" (53), "Zona do Cacau" (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal "A Tarde" e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um "prêmio Nobel", o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: "Por Uma Outra Globalização" e "Território e Sociedade no Século XXI" (editora Record) .
Milton Santos, este grande brasileiro, morreu em São Paulo-SP, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer.
Um comentário:
Gostaria de acrescentar, que não só esse grande brasileiro recebeu um prêmio equivalente ao Nobel. Oscar Niemayer recebeu o prêmio Pritzker em 1988 e Paulo Mendes da Rocha no ano passado (2006) de arquitetura. É uma pena que as emissoras só divulguem o Nobel.
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