Cartum do Jack - Josué Filho
Meu caro Josué,
Ontem, pela manhã, na Difusora, tu informaste teu público, com grande entusiasmo, uma novidade no rádio amazonense: a presença de estudantes universitários do curso de Comunicação da UniNorte na programação da emissora. A iniciativa é louvável e meritória. Entretanto, o fato não é novo.
Por dever de compromisso para com a memória e a história da cidade de Manaus, permita-me fazer a seguinte correção:
O pioneirismo pertence à co-irmã rádio Rio-Mar. Em homenagem aos 90 anos de criação da Universidade Livre do Amazonas, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas, como um programa de extensão, foi criado um programa de Rádio Universitária, que vai ao ar há 8 anos, todos os sábados, de 10h00 às 11h00. A iniciativa foi do professor Narciso Lobo, doutor em Comunicação, e da professora Alice Costa, mestre em Educação. Atualmente, a professora Ivânia Vieira, mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, está à frente dessa importante programação universitária.
Num dos programas tive o prazer de ser entrevistado pelo professor Narciso Lobo sobre a questão da saúde mental no estado do Amazonas e a luta por uma sociedade sem manicômios. A propósito, tenho a convicção de que a inclusão social do louco na cultura dos nossos tempos se alongará demasiadamente se não contar com as mídias como parceiro deste projeto civilizatório.
Reconheço teu empenho como Ouvidor Geral do Estado ao acatar um pedido da Associação Chico Inácio - ONG que atua no campo da defesa dos direitos políticos e civis dos portadores de transtorno mental, filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial -, que ajudou a identificar o paradeiro do Projeto de Lei de Saúde Mental, recolocolocando-o no circuito do debate público. Foi sobre esse gesto, por ocasião da inauguração do Centro de Atenção Psicossocial Silvério Tunids, que resolvi dar a devida repercussão, na condição de coordenador do Programa Estadual de Saúde Mental, obtendo o compromisso do governador Eduardo Braga para com o reencaminhamento do Projeto para a Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, para discussão e aprovação. Sem o teu empenho pessoal, teríamos um longo percurso para atingir esse importante objetivo.
Contudo, sinto falta na programação da tua emissora de um espaço para a discussão da Saúde Mental em nosso estado, especialmente na nossa cidade. Insisto: não se faz inclusão social de portadores de transtorno mental sem o apoio da mídia. O prestígio que a rádio Difusora goza na sociedade amazonense poderá ajudar familiares e portadores de transtorno mental a reduzir o preconceito e aumentar as chances de um outro tipo de acolhida às suas demandas. Quem sabe na programação universitária que em tão boa hora foi acolhida na rádio que meu pai ajudou a inaugurar (estou certo de que essa tu não sabias!)?
Caso te sintas convencido da grandeza desse projeto social, coloco-me à tua disposição para enfrentar um desafio que é de todas as gerações.
Fraternalmente,
Rogelio Casado
Meu caro Josué,
Ontem, pela manhã, na Difusora, tu informaste teu público, com grande entusiasmo, uma novidade no rádio amazonense: a presença de estudantes universitários do curso de Comunicação da UniNorte na programação da emissora. A iniciativa é louvável e meritória. Entretanto, o fato não é novo.
Por dever de compromisso para com a memória e a história da cidade de Manaus, permita-me fazer a seguinte correção:
O pioneirismo pertence à co-irmã rádio Rio-Mar. Em homenagem aos 90 anos de criação da Universidade Livre do Amazonas, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas, como um programa de extensão, foi criado um programa de Rádio Universitária, que vai ao ar há 8 anos, todos os sábados, de 10h00 às 11h00. A iniciativa foi do professor Narciso Lobo, doutor em Comunicação, e da professora Alice Costa, mestre em Educação. Atualmente, a professora Ivânia Vieira, mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, está à frente dessa importante programação universitária.
Num dos programas tive o prazer de ser entrevistado pelo professor Narciso Lobo sobre a questão da saúde mental no estado do Amazonas e a luta por uma sociedade sem manicômios. A propósito, tenho a convicção de que a inclusão social do louco na cultura dos nossos tempos se alongará demasiadamente se não contar com as mídias como parceiro deste projeto civilizatório.
Reconheço teu empenho como Ouvidor Geral do Estado ao acatar um pedido da Associação Chico Inácio - ONG que atua no campo da defesa dos direitos políticos e civis dos portadores de transtorno mental, filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial -, que ajudou a identificar o paradeiro do Projeto de Lei de Saúde Mental, recolocolocando-o no circuito do debate público. Foi sobre esse gesto, por ocasião da inauguração do Centro de Atenção Psicossocial Silvério Tunids, que resolvi dar a devida repercussão, na condição de coordenador do Programa Estadual de Saúde Mental, obtendo o compromisso do governador Eduardo Braga para com o reencaminhamento do Projeto para a Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, para discussão e aprovação. Sem o teu empenho pessoal, teríamos um longo percurso para atingir esse importante objetivo.
Contudo, sinto falta na programação da tua emissora de um espaço para a discussão da Saúde Mental em nosso estado, especialmente na nossa cidade. Insisto: não se faz inclusão social de portadores de transtorno mental sem o apoio da mídia. O prestígio que a rádio Difusora goza na sociedade amazonense poderá ajudar familiares e portadores de transtorno mental a reduzir o preconceito e aumentar as chances de um outro tipo de acolhida às suas demandas. Quem sabe na programação universitária que em tão boa hora foi acolhida na rádio que meu pai ajudou a inaugurar (estou certo de que essa tu não sabias!)?
Caso te sintas convencido da grandeza desse projeto social, coloco-me à tua disposição para enfrentar um desafio que é de todas as gerações.
Fraternalmente,
Rogelio Casado
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