Conferência aprova propostas para combater a homofobia
Por Redação [Segunda-Feira, 9 de Junho de 2008 às 11:23hs]
Terminou nesse domingo, 8, a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT). Depois de quatro dias discutindo temas da comunidade LGBT, os cerca de 600 delegados de todo o país votaram as propostas e diretrizes que vão formar o Plano Nacional de Combate Homofobia e pela Cidadania LGBT.
Os representantes de várias entidades que participaram da conferência em Brasília decidiram ainda usar duas outras expressões para caracterizar a homofobia: "lesmofobia", quando as vítimas forem as lésbicas, e "transfobia", quando o preconceito for referente às transexuais e travestis. Pires cita a recente polêmica entre o atacante Ronaldo e travestis, no Rio, quando, segundo ele, autoridades e a mídia trataram o tema com preconceito. O uso do artigo "o" travesti, afirma, é uma "ofensa" a uma pessoa que, "embora tenha o sexo biológico masculino, se enxerga como mulher". LGBT
A 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, também declarou mudança na nomenclatura de referência do movimento. A palavra "lésbicas", agora, antecederá a palavra "gays". Em vez de GLBT, o nome passa a LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). "A mudança atende a antiga reivindicação das lésbicas, além de seguir o padrão internacional", diz Toni Pires, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Segundo ele, a lésbica é discriminada "primeiro por ser homossexual, depois por ser mulher". A mudança é importante, diz, por privilegiá-la e também por combater o machismo, "o pai da homofobia".
Violência Uma manifestação realizada por membros do movimento LGBT, foi realizada em frente ao Centro de Eventos Brasil 21, onde aconteceu a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT).
Uma grande bandeira do arco-íris, símbolo do movimento, foi estendida no gramado com 73 cruzes representando as mortes de homossexuais, travestis e transexuais noticiadas na imprensa brasileira neste ano. O objetivo, segundo Marinalva Santana, da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), era chamar a atenção para a violência contra esses grupos. “Cerca de 150 homossexuais, travestis e transexuais morrem por ano. Isso é inaceitável”, afirma Marinalva.
O dado apontado por ela vem de um levantamento feito em jornais e revistas pelo Grupo Gay da Bahia e corresponde somente às mortes que foram divulgadas na imprensa. O protesto, organizado pela LBL começou com 70 cruzes, mas três tiveram de ser acrescentadas devido a mortes ocorridas durante o período da conferência que teve início na última quinta-feira, 5. “As cruzes estão divididas em 50 gays, 20 travestis e três lésbicas. Mas é importante lembrar que as mortes de lésbicas muitas vezes são noticiadas como mortes de mulheres, sem apontar a orientação sexual. Com isso, muitas vezes, elas não entram nessa estatística”, afirma Jandira Queiroz, da LBL.
Homofobia
A criminalização da homofobia e a legalização da união estável entre pessoas do mesmo sexo continua sendo as duas principais reivindicações da comunidade LGBT. “Nós temos duas prioridades: a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia, que é o PLC 122/06, e um outro é o projeto da ex-deputada Marta Suplicy, da união civil. Este projeto está parado na Câmara desde 1995, já está pronto para a ordem do dia, mas infelizmente a gente não consegue fazer com que ele avance”, afirmou o coordenador-executivo do projeto Aliadas e membro do Grupo Dignidade de Curitiba, Igo Martini.
Fonte: Revista Fórum
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