Norte/ando
Anibal Beça ©
para o parceiro Nilson Chaves
Onde norteio o meu norte
vou norteando o meu canto
no canto encanto da sorte
varrendo várzeas de espanto.
Águas altas cabeceiras
brisa banzeiro embioca
sou rio-mar no altiplano
Amazonas pororoca
dorso pai-d'égua que eu monto
do igarapé desemboca.
Corcoveando banzeiros
a montaria das águas
é minha canoa afoita
de léguas de muitas mágoas
desmamando mamorés
parecis que o lago alaga.
Varrendo várzeas de espanto
no canto encanto da sorte
vou norteando o meu canto
onde norteio o meu norte.
Rendilhado Pacaraima
travesseiro onde me deito
nuvens do monte Roraima
penteando meus cabelos
nas curvas de Anavilhanas
visgo e seringa acreanas.
A cantoria encharcada
me deixa de alma lavada
o cheiro bom de quem tem
as cunhantãs de Belém
os mistérios dos peraus
nas morenas de Manaus.
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