A agonia dos hospitais universitários
Por Dioclécio Campos Júnior
Os hospitais universitários estão mais enfermos que os doentes por eles atendidos. Padecem de deficiências crônicas aparentemente irreversíveis. Arrastam-se entre falências múltiplas dos órgãos administrativos de que dependem. Mostram sinais de depressão orçamentária progressiva. Alimentam-se de um modelo de gestão indigesto, responsável por efeitos colaterais produzidos por instâncias nocivas à saúde institucional. Seu organismo, carcomido pela necrose do abandono, revela paralisias diversas que o imobilizam. Perdem força, debilitam-se, não resistem aos agravos econômicos e financeiros que lhes retiram estabilidade. Sobrevivem na estagnação geral, véspera do coma. Os raros indícios de recuperação são ilusórios. Não passam de espasmos próprios do processo de asfixia. São entes quase terminais.
A precariedade dos hospitais universitários é a cara do país real. Pouco investimento para formar gente e dinheiro de sobra para manter indigentes. Nenhuma prioridade para enriquecimento cerebral da nação. Primazia apenas para a obesidade bancária, os superávits sem finalidade social, a classificação de baixo risco para quem investe dinheiro no país e o alto risco para quem insiste em viver nele.
Leia o texto na íntegra no site do Centro Brasileiros de Estudos da Saúde
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