Foto: Rogelio Casado - SOS Encontro das Águas - Manaus-Am, 14.03.2009
Nos extremos: Márcio Souza, à esquerda, e Marcus Barros, à direita.
De como a experiência é capaz de mudar o rumo de uma reunião - Marcus Barros, ex-presidente do IBAMA, esteve presente no reunião convocada por Márcio Souza em defesa do patrimônio paisagístico representado pelo Encontro das Águas, lugar onde nasce simbolicamente o rio Amazonas em território brasileiro. Para ele os argumentos contra a construção do Porto das Lajes expressado pelos diversos segmentos demonstravam sólidos fundamentos. Entretanto, faltava uma posição clara sobre as alternativas para o construção de porto demandado pelo volume de negócios da Zona Franca de Manaus.Nos extremos: Márcio Souza, à esquerda, e Marcus Barros, à direita.
Vale lembrar que em dezembro do ano passado essa questão surgiu antes da primeira manifestação do dia 17 diante do Encontro das Águas, quando o movimento SOS Encontro das Águas decidiu por não oferecer propostas alternativas.
De como a audição de outras experiências fortalece o movimento - Consultando o professor Ênio Candotti, logo após seu retorno de uma viagem à Letícia, onde foi discutir o tema Museus na Amazônia, perguntei sua opinião sobre o movimento da sociedade civil organizada, contrário à construção do porto. Sua resposta foi semelhante à advertência de Marcus Barros. Quem é contra, deve propor uma alternativa. É do jogo democrático. Sobretudo se amparada no apoio dos saberes instituídos.
O desconforto em assumir tal posição deveu-se ao constrangimento a que estão submetidos os comunitários do lago do Aleixo, uma das áreas que será mais afetada caso o porto venha a ser construído. Repentinamente eles se viram obrigados a provar a extensão do impacto ambiental e social que sobrevirá com a malfadada obra. Procedimento, convenhamos, que não é da sua competência, e para a qual exige-se instituições idôneas. Nessa altura dos acontecimentos, já não se trata de um novo relatório sobre os impactos da obra. Marcus Barros tem razão. Ainda que convivamos com uma maioria silenciosa, se somos contrários à obra, cabe-nos, sim, propor um outro local para um porto com caraterísticas tão singulares.
Itacoatiara, mon amour - Foi então que relatei meu depoimento no Ministério Público Federal, em audiência recente. Ali comentei uma conversa com o deputado Nelson Azedo, autor de uma proposta de construção do porto em Itacoatiara. Seus pares não demonstraram o devido interesse. Ora, Itacoatiara, juntamente com Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Manacupuru, Iranduba, Manaus e Novo Ayrão, são municípios que passaram a integrar a Região Metropolitana. O estudo da construção de um porto em Itacoatiara atenderia as demandas de desenvolvimento do município, gerando novas obras e empregos.
Desnecessário dizer que esse futuro empreendimento deve estar sobre controle da sociedade civil organizada, sobretudo no quesito relatório de impactos ambientais e sociais. Saímos da reunião convocada por Márcio Souza com a convicção de que temos alternativas que impeçam a destruição do Encontro das Águas, ali onde nasce o rio Amazonas em território brasileiro.
Abaixo-assinado - Enquanto isso, o PICICA continua a campanha pelo abaixo-assinado pelo tombamento do Encontro das Águas (ícone no topo do blog, à direita). Assine-o e repasse para os amigos.
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