Márcio Souza convida intelectuais a fazer uma frente em defesa do Encontro das Águas
Um conjunto de fatores indicam que Manaus vive uma interminável associação de manifestações favoráveis ao tombamento das Lajes e do Encontro das Águas como Reserva Ecológica, proposta pelo escritor e dramaturgo Márcio Souza como resposta à construção de um porto diante do nosso mais expressivo patrimônio paisagístico e cultural, como é conhecido mundialmente o Encontro das Águas do rio Negro com o rio Solimões, que forma o rio Amazonas a 17 km da cidade de Manaus. Entre esses fatores a revitalização da AMANA – Associação Amigos de Manaus, da qual fui seu autor intelectual, e que só se materializou graças à compreensão de dezenas de cidadãos de que não era mais possível conviver com a destruição de nosso patrimônio cultural. No caso, a proposta de criação, em 1993, de um camelódromo em pleno coração da cidade.
Antecedendo a AMANA, registre-se a luta aguerrida dos comunitários do lago do Aleixo que com o apoio da Igreja Católica (Centro de Direitos Humanos), através dos padres Orlando Barbosa e Guilhermo Córdena, lutam em defesa daquele recurso hídrico. O lago será um dos mais prejudicados pela construção do denominado Porto das Lajes. É dele que 40 mil pessoas dependem para obter o alimento de suas famílias.
O Núcleo de Cultura Política do Amazonas, da Universidade Federal do Amazonas, é outro desses fatores, ao desempenhar um papel relevante na assessoria do movimento popular em defesa da preservação do lago e contra a construção do Porto. O trabalho de inteligência desenvolvido pelo professor Ademir Ramos e sua equipe é digno de qualquer universidade comprometida com a relação profícua entre os saberes acadêmicos e os saberes tradicionais e populares.
A pesquisadora Elisa Wandelli, bióloga por formação, tem dado contribuição inestimável juntos aos movimentos sociais que guardam relação com a luta dos ambientalistas como ela. Recentemente, a Faculdade Martha Falcão manifestou seu compromisso contra a construção do Porto das Lajes. Eis aí dois outros fatores importantes contra a letargia que periodicamente se abate sobre a cidade, graças a eficientes máquinas de propagandas.
Entre os intelectuais que manifestam solidariedade à luta dos comunitários do lago do Aleixo, destaquem-se o comunicador Joaquim Marinho, o escritor e editor Tenório Telles e o escritor e dramaturgo Marcio Souza, com seus veementes escritos em defesa dos valores da nossa terra.
É de Marcio Souza a idéia de reunir intelectuais e empresários para compor a frente de apoio à luta pelo tombamento das Lajes e do Encontro das Águas. A reunião acontecerá no sábado, dia 14 de março, na Livraria Valer. Como o meu conceito de intelectual é amplo, você que pensa sobre o passado, o presente e o futuro de Manaus dê um pulo na Valer para manifestar seu apoio à proposta de um dos nossos mais respeitados intelectuais amazonenses. Esperamos por você.
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