P r o j e t o
Controlando a Maluquez
Sensibilização em Redução de Danos
D ê n i s P e t u c o
Apresentação, justificativa e objetivos deste projeto
Garantir a efetivação dos princípios e diretrizes do SUS e da Reforma Psiquiátrica junto a pessoas que usam álcool e outras drogas é uma tarefa de difícil resolução. Conspira contra isto o preconceito erguido ao longo de décadas de criminalização de pessoas que usam algumas drogas (especialmente aquelas tornadas ilícitas[1]). Como reflexo disto, é dolorosamente comum encontrarmos relatos de negligência, de tratamento inadequado, e até mesmo de maus tratos, da parte de trabalhadores de saúde.
É preciso ir além da simples crítica aos trabalhadores, acolhendo-os em suas eventuais dificuldades e limitações. A Redução de Danos, compreendida como dispositivo estratégico para a construção do SUS e da Reforma Psiquiátrica, e também como tecnologia de cuidado de pessoas que usam drogas (especialmente na prevenção da Aids, hepatites e outras doenças infectocontagiosas), institui algumas alternativas interessantes para o enfrentamento dos problemas elencados acima.
O presente projeto busca promover a reflexão sobre o uso de álcool e outras drogas, contribuindo para o aprimoramento do acolhimento e do cuidado em saúde desta população.
Conteúdo programático
Segundo Tadeu de Paula Souza (2006), a Redução de Danos é um conceito polissêmico e transversal, que ultrapassa as tênues barreiras que separam distintas disciplinas e diferentes campos do conhecimento. Quando pensamos em termos políticos, vemos que a RD costura elementos da luta antimanicomial e do enfrentamento da epidemia de HIV/Aids, radicalizando os princípios e diretrizes do SUS.
Para dar conta de um tema de tamanha complexidade, apresentamos o seguinte arranjo em termos de conteúdo programático, que pode ser reorganizado a partir das demandas locais, em cada cidade ou região:
1. O cuidado de pessoas que usam drogas: aspectos históricos
2. Redução de danos: aspectos políticos e epistemológicos
3. Princípios e diretrizes do SUS e o cuidado de pessoas que usam drogas
4. Redução de Danos e Reforma Psiquiátrica
5. Redução de Danos e HIV/Aids
6. Formação de redes de atenção a pessoas que usam drogas
7. As leis de drogas e a Redução de Danos
8. O que é um redutor de danos?
9. Território
10. Acolhimento
11. Diário de campo
12. Técnicas de Redução de Danos
Aspectos teórico-metodológicos e cronograma
A perspectiva teórica a partir da qual operamos é a Educação Popular de Paulo Freire. Sendo assim, a organização dos encontros deve ser definida a partir de cada caso e circunstância, levando-se em consideração os desejos, necessidades e possibilidades dos atores locais. Pode-se pensar em um único encontro, ou mesmo em um ciclo de atividades, bem como em um sistema de acompanhamento das dificuldades e dos progressos emergentes no cotidiano, por meio de um cronograma de supervisão.
Público alvo
1. Trabalhadores de saúde, educação e assistência social
2. Estudantes universitários e residentes
3. Gestores públicos
4. Lideranças comunitárias e da sociedade civil
Recursos materiais
1. Sala ou auditório condizente com a quantidade de participantes
2. Sonorização
3. Computador e datashow
4. Quadro branco ou lousa
5. Água fresca
Facilitador
Dênis Petuco, 37 anos, é natural de Porto Alegre, mas vive em João Pessoa desde o início de 2009. É sociólogo e mestrando em Educação Popular na Universidade Federal da Paraíba, com projeto sobre as contribuições da Educação Popular no cuidado de pessoas que usam drogas orientado pelo professor Eymard Mourão Vasconcelos. Como redutor de danos, atuou junto a programas governamentais, e também em ONG’s. Fez parte da direção nacional da ABORDA (Associação Brasileira de Redutoras e Redutores de Danos), representando o movimento brasileiro de Redução de Danos em eventos nacionais e internacionais. Atualmente, integra o Grupo de Pesquisa em Educação Popular e Saúde da Universidade Federal da Paraíba.
Contato
Telefone: (83) 8722-1300
E-mail: denis.petuco@gmail.com
Site: www.denispetuco.com.br
Referências
KARAM, Maria Lúcia. “Redução de danos, ética e lei: os danos da política proibicionista e as alternativas compromissadas com a dignidade do indivíduo”. In.: BASTOS, Francisco Inácio; KARAM, Maria Lúcia & MARTINS, Samir Morais. Drogas, dignidade e inclusão social: A Lei e a Prática de Redução de Danos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Redutores de Danos, 2003. p. 45 – 100.
SOUZA, Tadeu de Paula. Redução de danos no Brasil: a clínica e o movimento. 116 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Programa de Pós Graduação em Psicologia, UFF, Niterói, 2007.
[1] A noção de “drogas tornadas ilícitas” é utilizada por Maria Lúcia Karam (2003) para demarcar a historicidade da criminalização da produção, distribuição, comércio e consumo de algumas drogas.
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
abril 06, 2009
Controlando a maluquez
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