Amigos de Manaus,
Pesquisando na internet descobri este singelo documentário fotográfico sobre as ruas de Manaus. Pelo que se lê, o(a) autor(a) é alguém de nacionalidade francesa, ou que vive na França. Por um momento, pensei tratar-se da acreana Marilza de Melo Foucher (minha única leitora na terra de Jacques Lacan), que fez formação universitária no Amazonas e que nos deixou pra morar em Paris, onde é doutora em economia. A associação decorreu das estampas do dinheiro brasileiro que aparecem no início do vídeo.
Que curioso! Foi o justamente l'argent que desfigurou a outrora Paris dos Trópicos. Compare a arquitetura da Manaus antiga com a arquitetura atual de péssimo gosto. É de chorar de raiva!
A familia Loureiro é uma das poucas famílias que manteve suas propriedades comerciais sem lhes alterar a arquitetura. Outras famílias de comerciantes lamentavelmente não honraram a memória de seus pais e contribuiram para transformar Manaus, em nome de uma noção pífia de progresso, num canteiro de monstrengos arquitetônicos.
No momento em que Manaus passa pelo processo de discussão do Plano Diretor da Cidade - em plena vigência da instituição da nova região metropolitana -, que falta faz o senador Jefferson Peres como um dos mediadores do debate público. Lamentação à parte, é bom nos habilitarmos para enfrentar os agentes da pseudo-modernidade baré, que jogam nos bastidores os destinos da cidade. O Ministério Público Estadual cobrou nova discussões. Vamos a elas!
Já disse aqui que tudo no Amazonas acontece por surtos. Surtos maláricos, gomíferos etc. Inclusive surtos de cidadania. Tá na hora de darmos um rumo a esse amor não correspondido entre a cidade e seus administradores, que ignoram as lições do passado, insistem no erro de aterrar igarapés e demolir um patrimônio herdado num século de obras construídas por operários que vieram do mundo inteiro para construir uma cidade em plena selva amazônica.
À lucta amazonenses!
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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