novembro 23, 2009

Mídia e democracia


Confecom - Bahia

Oleo do Diabo

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É uma situação estranha, irônica. Os jornais, hoje em dia, tornaram-se uma fonte de tanta desinformação e falsidades, que, para lê-los, temos que estar munidos de uma enorme bagagem de dados, informações, análises, de forma a poder "interpretar" objetivamente as matérias escritas, ou seja, depurá-las dos elementos tóxicos. O cidadão que lê um jornal impunemente, sem tomar as medidas cautelares necessárias, acaba se tornando um autêntico imbecil, cheio de opiniões alheias, embasadas em pilares tão sólidos quanto papel jornal.

Não tem jeito. A mídia, definitivamente, se tornou uma pedra no caminho para a democracia e para a paz mundial. O que é uma grande ironia. Evidentemente, o mundo livre e democrático precisa de uma mídia livre. Também é evidente que os cartéis midiáticos que assumiram a comunicação de massa no mundo se pretendam representantes exclusivos da "liberdade de imprensa", e isso enquanto escravizam jornalistas, desestabilizam governos, beneficiam interesses escusos, fazem campanhas de guerra, e manipulam desgraças.

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Não é o caso de termos uma mídia dominada pelo Estado. Ao contrário, a mídia hoje é absurdamente dependente do Estado, e não é por outra razão que ela tanto luta para assumir o controle do mesmo.

O aspecto mais vergonhoso dessa situação, todavia, é a dependência do Estado em relação a mídia. E o Estado democrático é o povo institucionalizado. Intelectuais midiáticos vivem falando em democracia, mas mantém o debate sempre em nível rasteiro. Não lhes interessa criar um vínculo mais estreito entre a cidadania e a política, e por isso eles tratam, de todas as formas, de afastar o cidadão do universo político, seja pintando as instituições com cores dantescas, seja através de uma criminalização da atividade política, que é o que eles fazem com a militância partidária e com o sindicalismo.

Em resumo, a situação é a seguinte: nós, brasileiros, cidadãos de uma nação livre e democrática, entregamos nosso futuro, nossa cultura, nossa saúde, à meia dúzia de nababos cujas empresas ajudaram a articular o golpe de Estado em 1964 e, depois, a consolidá-lo por vinte longos tristes anos. Isso é um absurdo. Liberdade é liberdade. Podemos mexer nas leis da comunicação no Brasil ao nosso bel prazer, desde que o assunto seja discutido democraticamente e o objetivo seja o bem geral da nação. Quer dizer, os povos têm inclusive o direito de cometer erros. O importante é haver liberdade.

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