Nota do blog: O projeto de monotrilho do arquiteto João Bosco Chamma para a cidade de Manaus é bom, mas tem um defeito: não teve a devida divulgação. Trata-se de um projeto arrojado, atual, amparado em modernos conceitos de urbanismo. A matéria de A Crítica é oportuna, mas tardia. O projeto oficial está em curso. Faltou debate público para demonstrar a impropriedade do traçado proposto. Imagine um trem desses passando por toda a extensão da av. Constantino Nery? Bom para olhos provincianos, péssimo para a cidade. Leia a excelente matéria da sempre competente Ana Célia Ossame.
Recado pro João Bosco: O blog está à disposição para postar os detalhes do projeto do arquiteto João Bosco, para que @s leitor@s possam a ter a dimensão do que Manaus perderá com o projeto oficial.
Monotrilho
Ana Celia Ossame
Da equipe de A CRÍTICA
O trajeto do monotrilho apresentado pelo Governo do Estado para o transporte público, pelo fato de Manaus ter sido escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, tem que ser modificado. A afirmação é do arquiteto João Bosco Chamma, que participou da 8ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.
Na bienal, Chamma foi convidado a apresentar o projeto com o qual pretendia entrar na concorrência pública realizada pela Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), cujo vencedor foi o elaborado pela empresa de consultoria de viabilidade econômica que, segundo afirma, não tem conhecimento para tratar de projetos urbanos, a Pricewaterhouse.
De acordo com Chamma, no entanto, a utilização de vias saturadas como a Constantino Nery, proposta no projeto vencedor da concorrência, vai provocar imensa dificuldade às pessoas que a usam, grandes engarrafamentos e desvalorização de toda a avenida que, por sua vez, não tem uma largura apropriada para uma intervenção desta envergadura. Caso o trajeto fosse feito pelo igarapé dos “Franceses”, nada disso aconteceria e a cidade poderia ganhar um grande parque linear urbano com ciclovias (contribuição com menos gás carbônico na atmosfera), uma viagem mais bonita e agradável que acabaria ficando convidativa aos domingos e feriados, melhorando, com isso, a viabilidade econômica para a manutenção do sistema.
“Propomos, ainda, a não entrada do monotrilho pelo nosso centro, pois isso seria um verdadeiro estupro (coisas de quem não tem conhecimento e nem compromisso com a nossa cidade). Poderíamos ter um acesso ao Centro beirando o igarapé no Bariri, depois na Aparecida, onde vai acontecer um projeto do Prosamim. Dignificaríamos e requalificaríamos a orla, aproveitaríamos para aumentar a densidade populacional já que a nossa atual está em 40 hab/10.000 m² e o trajeto permitiria aos manauenses a contemplação do rio Negro”.
Erro de trajeto
O arquiteto acredita que, dada a magnitude do projeto estimado em R$ 958 milhões, os projetistas deveriam ter pensado a cidade no futuro. “E um erro de trajeto desse vai custar muito caro ao cidadão. Será dinheiro jogado fora, como no Expresso. Fora isso, ainda deixa um desconforto visual e desproporcional de grandes vigas de concreto por cima de nossas cabeças nas avenidas e ruas que não têm larguras suficientes para esta envergadura de projeto. No projeto proposto por sua equipe há um percurso de 41 quilômetros, com 29 estações circundando a cidade por todas as zonas, e utilizando áreas dos igarapés e do rio Negro. Nesse trajeto podem ser criados condomínios coletivos nos quais as pessoas terão espaços para o lazer e, assim, vão poder zelar pela obra", explica Chamma.
“O traçado deles só pensa na viabilidade econômica, mas não podemos fazer um monotrilho para ser usado somente cinco dias na semana”, alerta ele, lamentando não ter tido a oportunidade de participar da licitação devido a um erro no edital da concorrência lançada no dia 09/09/2009 que falava da construção de duas arenas, quando uma dessas, na verdade, era a implantação do sistema de transporte de alta capacidade. “Quando vimos a errata, não deu mais tempo de participar”, lamentou.
Fonte: A Crítica
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
Um comentário:
Muito triste como a política local vem se comportando às vesperas da Copa, não se preocupando em como ficará a cidade depois do evento e seus cidadãos!
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