setembro 25, 2013

"Com palavras, fotografei", por Larissa Acosta

PICICA: "Certa vez, um grande professor contestou com autoridade aquele velho provérbio chinês "uma imagem vale mais do que mil palavras". Parafraseando Millôr, ele disse: "Ora, se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isso com uma imagem".
Alguns dias depois, me peguei admirando uma paisagem incrível a caminho do estágio e quis fotografar aquilo que meus olhos registravam. Meu celular, porém, estava sem bateria.
Foi ali que percebi que meu professor estava certo, pois aquele momento não se tratava apenas do que eu via, mas de tudo que sentia. Não era apenas uma cena bonita, mas sim uma alegria que me tomava sem nenhum motivo especial.
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Com palavras, fotografei

Sou fã das imagens, mas meu coração sem dúvidas é das palavras.
Certa vez, um grande professor contestou com autoridade aquele velho provérbio chinês "uma imagem vale mais do que mil palavras". Parafraseando Millôr, ele disse: "Ora, se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isso com uma imagem".
Alguns dias depois, me peguei admirando uma paisagem incrível a caminho do estágio e quis fotografar aquilo que meus olhos registravam. Meu celular, porém, estava sem bateria.
Foi ali que percebi que meu professor estava certo, pois aquele momento não se tratava apenas do que eu via, mas de tudo que sentia. Não era apenas uma cena bonita, mas sim uma alegria que me tomava sem nenhum motivo especial.


Sem dispor de nenhuma tecnologia - por sorte - registrei aquele momento de forma mais rudimentar. E funcionou:

Era dia de semana. O sol cobria as pistas do Aterro do Flamengo como um manto suave e amarelo. Na baia, barquinhos balançavam lentamente ao ritmo de uma bossa inaudível. Ao centro, o solene Pão de Açúcar cumpria com competência seu papel de protagonista, roubando a atenção de tudo que o cercava. O verde brilhante das jovens folhas das árvores ao longo do caminho me lembrava de que a primavera se aproximava. Algumas já exibiam simpáticas flores, que somavam àquela aquarela viva novos tons. O vento que entrava pela janela do ônibus vinha carregado de sonhos e esperanças dissolvidos no frescor que enche o ar das manhãs do Rio. A música invadia meus ouvidos e tomava minha cabeça de tal forma que parecia estranha a ideia de que o resto do mundo não a estava escutando. Aqueles acordes uniam todos os lindos detalhes daquele momento com tal solidez que parecia que o tempo iria ali descansar. 
Era só mais uma segunda-feira, mais um xis no calendário, mas um passo, mais um degrau.

Fonte: Molecotón

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