PICICA: Debate sobre o filme "Ermanno Stradelli, o filho da Cobra Grande", no cine Guarani, do Centro Cultural Palácio Rio Negro, em Manaus, em outubro de 2013. Entre os debatedores, o médico e historiador Antonio Loureiro e o escritor e dramaturgo Márcio Souza, cujo teatro indígena tem na obra do conde italiano uma das fontes de inspiração. Stradelli, ao se apaixonar pela 'língua boa' - o nheengatu -, deixou um notável registro de uma época que as sociedades indígenas ainda eram ágrafas. Estudos posteriores ressalvariam a importância literária da obra que antecipou o cenário do século XX, quando várias outras línguas indígenas foram convertidas para a escrita. Não foi à toa que sob o Império brasileiro, em seu segundo governo, foram dizimadas 40% da população indígena da Amazônia, o nheengatu banido e o português imposto como a língua oficial da região. O Marquês de Pombal traduziu o temor à organização indígena na Amazônia, onde a língua portuguesa é relativamente recente. Em tempo: Na verdade, o genocídio indígena é anterior ao Império, quando o nheengatu foi banido. A rigor, o Império não proibiu o nheengatu, mas também não incentivou. Ao contrário, nas escolas a língua oficial era o português.
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