PICICA: "Há literatura que não se presta a distrair, nem entreter, muito
menos passar o tempo. Literaturas marginais capazes de nos desconcertar.
Literaturas que são políticas e éticas.
Kafka diz que “Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós”.
Ele está nos falando dessa literatura, capaz de nos envergonhar,
desestruturar, literatura que nos obriga a re-construir outros mundos
possíveis."
Literatura que nos desconcerta – livro-vespeiro (Jack Kerouac)
Há literatura que não se presta a distrair, nem entreter, muito
menos passar o tempo. Literaturas marginais capazes de nos desconcertar.
Literaturas que são políticas e éticas.
Kafka diz que “Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós”. Ele está nos falando dessa literatura, capaz de nos envergonhar, desestruturar, literatura que nos obriga a re-construir outros mundos possíveis.
Essa literatura nos incomoda, e pode nos fazer girar sobre uma questão foucaultiana: “O que estamos fazendo de nossas vidas?”.
Quem nunca foi desconcertado por um livro e ficou semanas, meses… e nunca mais foi o mesmo? Essa é a grandeza de uma literatura enquanto máquina-de-guerra frente a um mundo onde a besteira impera. Tem literatura que precisamos de coragem para ler, tem livros que são verdadeiros vespeiro, se cutucar saiba que…
A literatura não precisa pedir licença, e é para incomodar mesmo, afinal, para que serve um texto se ele não é capaz de nos afetar, de incomodar, de nos causar algum tipo de fissura?
Kafka diz que “Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós”. Ele está nos falando dessa literatura, capaz de nos envergonhar, desestruturar, literatura que nos obriga a re-construir outros mundos possíveis.
Essa literatura nos incomoda, e pode nos fazer girar sobre uma questão foucaultiana: “O que estamos fazendo de nossas vidas?”.
Quem nunca foi desconcertado por um livro e ficou semanas, meses… e nunca mais foi o mesmo? Essa é a grandeza de uma literatura enquanto máquina-de-guerra frente a um mundo onde a besteira impera. Tem literatura que precisamos de coragem para ler, tem livros que são verdadeiros vespeiro, se cutucar saiba que…
A literatura não precisa pedir licença, e é para incomodar mesmo, afinal, para que serve um texto se ele não é capaz de nos afetar, de incomodar, de nos causar algum tipo de fissura?
Faculdades não passam de uma escola que dá lustro à falta de identidade da classe média que habitualmente encontra sua expressão perfeita às margens do campus em fileiras de casas abastadas com gramados e um aparelho de televisão na sala e todo mundo olhando para a mesma coisa e pensando a mesma coisa ao mesmo tempo enquanto Japhys do mundo saem no mato para ouvir a voz que grita na floresta, para achar o êxtase das estrelas, para descobrir o segredo obscuro e misterioso da origem da civilização sem rosto, que não se maravilha e vive de ressaca. “Toda essa gente”, disse Japhy, “todos eles têm banheiros com azulejos brancos e fazem uns cocozões bem sujos como os dos ursos na montanha, mas é tudo mandado embora por um sistema de esgoto convenientemente supervisionado e ninguém mais pensa no cocô nem percebe que a origem dele é a merda e o almíscar e a escória do mar. Passam o dia inteiro lavando as mãos no banheiro com aqueles sabonetes cremosos que, em segredo, têm vontade de comer”.
JACK KEROUAC, OS VAGABUNDOS ILUMINADOS
Fonte: LETRA E FILOSOFIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário