novembro 17, 2009

UEA de Tefé é finalista do Prêmio FINEP de Inovação da região Norte

Centro de Estudos Superiores de Tefé - Universidade do Estado do Amazonas
Acervo do Prof. Guilherme Figueiredo

UEA de Tefé é finalista do Prêmio FINEP de Inovação da região Norte

O Centro de Tefé foi selecionado para a final do Prêmio FINEP de Inovação da região Norte graças ao projeto de ensino, pesquisa e extensão “Laboratório de comunicação livre”, coordenado pelo Prof. Guilherme Gitahy de Figueiredo. Mesclando ensino, pesquisa, extensão e trabalho voluntário, o projeto visa o fortalecimento da cultura brasileira e amazonense através da valorização das identidades e tradições, combate à segregação social e fortalecimento da participação popular na produção cultural através da democratização da comunicação. O projeto está concorrendo na modalidade “tecnologia social”, e o coordenador irá a Palmas (TO), nesta quinta dia 19 para saber a colocação no prêmio e receber o troféu.

As atividades deste projeto começaram quando o professor passou a dar aulas de antropologia na UEA, em 2005, buscando mostrar que os conceitos fundamentais da disciplina poderiam ser úteis para se pensar os processos de dominação cultural que reproduzem a lógica colonial no Brasil e na Amazônia, bem como estratégias de resistência e autonomia. Em 2006 um grupo de estudantes da UEA formou o Centro de Mídia Independente de Tefé, um coletivo aberto, horizontal e autônomo visando democratizar o uso de tecnologias de comunicação e informação. Atuando em parceria com estes estudantes e outros voluntários, a UEA de Tefé deu início ao trabalho de extensão com um projeto de nome “Mídia e Cidadania” que começou junto ao então projeto “Mão Amiga”, lançado pelo Prof. Wanderlan Dimas. Foram iniciados cursos e oficinas de rádio livre, comunitária, vídeo, software livre, e outros, realizados em aldeias, comunidades, bairros e escolas públicas. O funcionamento da rádio livre Xibé no campus da UEA, em 2006, ajudou a democratizar o acesso à universidade e à sua produção cultural, atividade encerrada por falta de salas em 2007.

Na mesma época começaram as atividades de pesquisa com apoio do PAIC/FAPEAM ligadas ao projeto, e que contemplam duas linhas: parte dos alunos e alunas estudam grupos discriminados e segregados da cidade, que via de regra têm suas tradições e inovações silenciadas, enquanto outra parte passou a estudar processos de apropriação de tecnologias de comunicação e informação por esses e outros grupos sociais. As antigas e atuais participantes dessas pesquisas são Fabriciana Dantas, Pedro Pontes, Alex Almeida, Dinalva Alves, Danúbia Sena e Ismaely Gomes. Atualmente, a ambição maior do projeto é criar espaços físicos com equipamentos de rádio, informática e vídeo que sirvam para atividades de pesquisa, ensino e extensão na universidade e em escolas, bem como para a participação popular na produção cultural que necessite destas ferramentas, aproximando comunicação popular e educação. Os resultados de todas essas atividades de ensino, pesquisa, extensão e ativismo têm sido apresentadas em congressos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Associação Brasileira de Antropologia, Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e outros espaços desde 2007. Em 2008, o artigo “Laboratório de Comunicação Livre do Médio Solimões” foi publicado no livro “Comunicação para a Cidadania: caminhos e impasses”, organizado por Igor Fuser e editado por E-papers. Em outubro de 2009, o Prof. Guilherme Figueiredo apresentou os resultados na VIII Reunião de Antropologia do Mercosul em Buenos Aires.

O projeto tem atuado em parceria com o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, que tem como coordenador o Prof. Alfredo Wagner e que, em Tefé, alia cartografia com democratização de tecnologias de cartografia com as de comunicação e tem como coordenador técnico o líder ticuna e acadêmico da UEA Sílvio Almeida Bastos. Outros parceiros importantes são o projeto “Rede Ribeirinha de Comunicação”, coordenado por Thiago Figueiredo e Marco Lopes do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Maminará e cuja “rede” a UEA tem ajudado a ampliar, bem como entidades do movimento indígena. Na UEA, o maior apoio vem da Pró-Reitoria de Extensão, na pessoa de Rogelio Casado.
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