Mortalidade materna diminui no Brasil, mas regiões Norte e Nordeste mantêm índices altos
Da Agência Brasil
Brasília – O Brasil registrou uma queda de quase 50% na taxa de mortalidade materna de 1990 a 2007, segundo o relatório do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (5). De 140 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos em 1990, a Razão da Mortalidade Materna passou para 75 mortes em 2007.
De acordo com o ministério, índices como o de partos assistidos por profissionais de saúde qualificados, gestante com acompanhamento pré-natal e uso de contraceptivos cresceram desde 2006. A cobertura pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 1904%, entre 1994 e 2009.
Apesar dos números animadores de redução de morte materna, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu, na última terça-feira (4), que não será fácil cumprir a meta do milênio que estabelece uma queda de 75% na razão de mortes maternas até 2015.
Ainda existem problemas como as discrepâncias regionais, já que o Norte e o Nordeste apresentam índices maiores do que o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste. Em 2008, por exemplo, a região Nordeste registrou em 543 mortes maternas. Na região Sul o número foi de 189.
"A morte materna no Brasil mantém a mesma lógica de equidade do desenvolvimento industrial, acesso a emprego, renda e escolaridade. Por isso encontramos índices maiores no Nordeste e na Amazônia Legal. Por outro lado, há cidades como Curitiba com 12 mortes para cada cem mil nascidos. O recomendado pelo OMS é de 20 para cada cem mil", explica o assessor especial do ministro da Saúde, Adson França.
Para o coordenador estadual de Saúde da Mulher do governo do Ceará, Garcia Souza Neves, essas regiões deveriam receber atenção espacial do governo. "Falta ainda a sensibilidade dos gestores federais para equipararem os recursos financeiros das regiões Norte e Nordeste com o restante do país", avalia. O Ceará é o estado do Nordeste que mais reduziu a quantidade de mortes, de 110 em 1990 para 63 em 2008. "Cumprimos na íntegra a política nacional, mas só foi possível porque criamos mecanismos próprios no estado", completa.
Além do Ceará, somente o Rio Grande do Norte e Sergipe conseguiram diminuir a razão de mortes maternas no Nordeste. No Maranhão, Piauí, em Pernambuco, Alagoas, na Paraíba e Bahia os índices cresceram, apesar das políticas nacionais que estabeleceram, por exemplo, a distribuição gratuita de contraceptivos em todo o país, o que reduz as gestações indesejadas e mortes por aborto.
Edição: Rivadavia Severo
Fonte: Agência Brasil
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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