outubro 04, 2013

"LSD e outros psicodélicos não estão relacionados com problemas de saúde mental, sugere análise" - Science Daily (tradução Coletivo DAR)

PICICA: "O pesquisador Teri Krebsbs e a psicóloga clínica Pål-Ørjan Johansen, do Departamento de Neurociência da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, usaram dados de uma pesquisa de saúde dos Estados Unidos para traçar a associação, caso existente, entre uso de drogas psicodélicas e problemas de saúde mental.

Os autores não encontraram qualquer ligação entre o uso de psicodélicos e uma ampla gama de problemas mentais, pelo contrário, encontraram conexões significativas entre o uso de psicodélicos e menos problemas mentais. Os resultados foram publicados no jornal PLOS ONE e estão disponíveis desde 19/8."

Science Daily (tradução Coletivo DAR)

19 de agosto de 2013 – O uso do LSD, cogumelos mágicos, ou peyote não aumenta o risco de desenvolver problemas de saúde mental, de acordo com uma análise com informações de mais de 130.000 pessoas randomicamente escolhidas, includindo 22.000 pessoas que usaram psicodélicos pelo menos uma vez.

O pesquisador Teri Krebsbs e a psicóloga clínica Pål-Ørjan Johansen, do Departamento de Neurociência da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, usaram dados de uma pesquisa de saúde dos Estados Unidos para traçar a associação, caso existente, entre uso de drogas psicodélicas e problemas de saúde mental.

Os autores não encontraram qualquer ligação entre o uso de psicodélicos e uma ampla gama de problemas mentais, pelo contrário, encontraram conexões significativas entre o uso de psicodélicos e menos problemas mentais. Os resultados foram publicados no jornal PLOS ONE e estão disponíveis desde 19/8

Os pesquisadores se apoiaram em dados da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde de 2001-2004, na qual os participantes eram perguntados sobre tratamento de saúde mental e sintomas de uma grande variedade de quadros de saúde mental nos últimos anos. Os sintomas particularmente examinados eram perturbações psicológicas, transtornos de ansiedade, de humor e psicoses.
Em posse dessa informação, Krebs e Johansen puderam examinar se haviam outras associações entre o uso de psicodélicos e geral ou específicas doenças mentais. Eles não encontraram nenhuma. “Depois de ajustar para outros fatores de risco, o uso na vida de LSD, psicolocybin, mescalina ou peyote, ou uso no último ano de LSD, não foi associado com uma maior taxa de problemas de saúde mental ou recebimento de tratamento de saúde mental”, diz Johansen.

Poderiam os psicodélicos serem saudáveis para você?

Os pesquisadores encontraram que o uso na vida de psilocibina ou mescalina e uso no último ano de LSD estavam associados com taxas mais baixas de sérias desordens psicológicas. O uso na vida de LSD também foi significativamente associado com um uma taxa mais baixa de tratamento ambulatorial de saúde mental e prescrição de medicação psiquiátrica.

O design do estudo torna impossível determinar exatamente porque os pesquisadores encontraram o que eles encontraram.

“Nós não podemos excluir a possibilidade que o uso de psicodélicos possa ter um efeito negativo na saúde mental para alguns indivíduos ou grupos, o que talvez seja contrabalanceado a nível populacional pelo efeito positivo na saúde mental de outros,” eles escreveram.

Porém, “recentes testes clínicos também falharam em encontrar qualquer evidência de quaisquer efeitos prejudiciais duradouros de psicodélicos,” os pesquisadores disseram, o que o comprova a solidez dos resultados da PLOS ONE.

De fato, diz Krebs, “muitas pessoas reportaram profundas experiências significativas e duradouros efeitos benéficos do uso de psicodélicos”.

“Outros estudos não encontraram evidência de problemas de saúde ou sociais entre pessoas que usaram psicodélicos centenas de vezes em cerimônias religiosas legalmente protegidas”, acrescenta Johansen.

Qual é o bottom line do uso dos psicodélicos? 

Psicodélicos são diferentes da maioria das outras drogas recreativas. Especialistas concordam que os psicodélicos não causam adição ou uso compulsivo, e eles não são conhecidos por danificar o cérebro. Ao avaliar os psicodélicos, como com qualquer atividade, é importante ter uma visão objetiva de todas as evidências e evitar ser influenciado por histórias anedóticas de dano ou benefício, dizem os pesquisadores. “Tudo tem algum potencial para efeitos negativos, mas o uso de psicodélicos em geral é considerado um risco muito baixo ao indivíduo e à sociedade”, diz Johansen. “Os psicodélicos podem elicitar sentimentos temporários de ansiedade e confusão, mas acidentes levando a lesões graves são extremamente raros”.

“A especulação inicial que os psicodélicos poderiam levar a problemas de doença mental foram baseadas num número pequeno de estudos de caso e não levaram em consideração tanto o disseminado uso de psicodélicos quanto a não infrequente taxa de problemas de doenças mentais na população em geral”, explica Krebs.

“Nos últimos 50 anos, dezenas de milhões de pessoas usaram psicodélicos e simplesmente não há muitas evidências de problemas a longo prazo”, ela conclui.

Ambos pesquisadores foram financiados pelo Research Council da Noruega.

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Fonte: Coletivo DAR

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