PICICA: "Para que chorar o que passou / Lamentar perdidas ilusões (…) (Trecho da letra de Luzes da Ribalta)"
Para que chorar o que passou
Lamentar perdidas ilusões (…)
(Trecho da letra de Luzes da Ribalta)
Lamentar perdidas ilusões (…)
(Trecho da letra de Luzes da Ribalta)
Charlie Chaplin (Charles Spencer Chaplin)
(Londres, 16 de abril de 1889 - Corsier-sur-Vevey, Suiça, 25 de dezembro de 1977)
(Londres, 16 de abril de 1889 - Corsier-sur-Vevey, Suiça, 25 de dezembro de 1977)
Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos.
O filme ‘Making a Living’ de 1914 dirigido por Henry
Lehrman marcou a estreia de Charles Chaplin no cinema e não foi o
fracasso que os historiadores têm afirmado. Foi neste filme que Chaplin
improvisou um casaco demasiado pequeno, calças largas,
sapatos maltratados e um chapéu. Como toque final, ele colou um bigode e
adotou uma bengala como suporte para todos os fins. Mas, foi em ‘Kid Auto Races
in Venice’, também sob a direção de Henry Lehrman, que nasceu o imortal
vagabundo Carlitos, o alter ego de Chaplin. E assim, uma caricatura
tornou-se um personagem. O apelo do vagabundo foi universal: o público
amava o seu atrevimento, sua pompa, sua coragem inesperada e sua
resistência em face às adversidades. Depois de sua estreia no cinema,
Chaplin foi a maior estrela da tela e tornou-se seu próprio diretor.
Durante um período de 18 meses, ele fez vários e vários filmes, e o que
muitos consideram como seus melhores filmes, entre eles as pérolas ‘One
AM’ (1916), ‘The Rink’ (1916), ‘The Vagabond’ (1916) e ‘Easy Street’
(1917).
Foi então que, em 1917, Chaplin se viu
atacado pela primeira vez pela imprensa. Ele foi criticado por não se
alistar para lutar na Primeira Guerra Mundial. Naquele mesmo ano,
casou-se com Mildred Harris de 16 anos de idade
a primeira em um desfile de 'noivas-crianças' assim comentado na época.
Em 1921 dirigiu o seu primeiro longa ‘The Kid’ estrelado pelo
irresistível Jackie Coogan como o garoto auxiliado pelo vagabundo.
Perfeccionista meticuloso, Chaplin começou a passar cada vez mais tempo
na preparação e na produção de cada filme. Em sua vida pessoal também.
Tendo se divorciado de Mildred em 1921, Chaplin casou-se em 1924, com
Lillita MacMurray, também com 16 anos de idade, que logo se tornaria
conhecida no mundo do cinema como Lita Grey.
De 1923 até 1929 Chaplin fez apenas ‘A Woman of
Paris’ (1923), o seu único drama; ‘The Gold Rush’ (1925), amplamente
considerado como sua obra-prima, e ‘The Circus’ (1928), um filme
subestimado e classificado como sua comédia mais engraçada.
Com o vagabundo, Chaplin tinha dominado a arte sutil da pantomima, e o
advento do som lhe deu motivo para alarme. Depois de muita hesitação,
ele lançou ‘City Lights’
em 1931, um filme mudo, apesar do avanço do cinema falado. Era uma
história doce, descaradamente sentimental com a trilha sonora composta
por Chaplin, e não importou a falta de diálogo, foi um enorme sucesso.
Em 1932, Chaplin começou um relacionamento com a
jovem estrela Paulette Goddard com quem estrelou o seu próximo filme,
‘Modern Times’ (1936), um filme mudo
com música, efeitos sonoros e breves diálogos. Chaplin interpretou um
operário sem nome que foi desumanizado pela tarefa sem sentido de
apertar os parafusos em peças que voavam por sobre uma linha de
montagem. Foi o último filme mudo, mas o público ainda acabou por vê-lo.
Mais significativamente, era o desempenho final do vagabundo.
‘The Great Dictator’ de 1940 foi a sátira política
mais ostensiva de Chaplin e seu primeiro filme sonoro. Chaplin atuou em
um papel duplo como um barbeiro judeu sem nome e como Adenoid Hynkel,
uma paródia de Adolf Hitler, com uma semelhança física notável. Paulette
Goddard é Hannah, amiga do barbeiro judeu que foge após este ser preso e
enviado para um campo de concentração, e Jack Oakie deu uma
interpretação hilária do ditador italiano Benito Mussolini como Benzino
Napaloni, ditador de Bacteria.
Depois de fazer apenas três filmes ao longo de um
período de 10 anos, Chaplin levaria mais de sete anos antes de seu
próximo filme. Problemas na sua vida pessoal foram novamente parte da
culpa. Em 1942, ele e Goddard se separaram e em 1943, um processo de
paternidade foi movido contra ele pela jovem aspirante a atriz Joan
Barry. Naquele mesmo ano, casou-se com Oona O'Neill de 18 anos de idade,
filha do dramaturgo Eugene O'Neill, e novamente foi acusado de roubar
uma criança de um berço embora ele tenha sido inocentado da mais grave
acusação, o de violar a Lei Mann, também conhecida como Lei do Tráfico
de Escravas Brancas, que tinha como objetivo impedir as mulheres a serem
atraídas para a prostituição.
Sua mais obscura comédia, ‘Monsieur Verdoux’, foi
lançada em 1947, e até lá Chaplin estava nas manchetes novamente, ao ser
chamado diante do Comitê de Atividades Antiamericanas (HUAC) para
testemunhar sobre suas relações com os comunistas, especialmente com o
exilado compositor alemão Hanns Eisler. O personagem de Chaplin em
‘Monsieur Verdoux’ foi baseado no assassino francês Henri Landru, que
era conhecido como o Barba Azul da França, durante a década de 1910. O
filme foi um completo fracasso comercial e a crítica ficou dividida,
embora o roteiro de Chaplin tenha sido nomeado para um Oscar. É difícil
determinar se ‘Monsieur Verdoux’ seria melhor recebido se Chaplin não
tivesse sido vítima das atenções da HUAC.
Chaplin teve mais cinco anos para lançar o seu antepenúltimo filme, o melancólico ‘Limelight’ (1952). O
filme não pôde estrear em Los Angeles, Chaplin então viajou para a
estreia do filme em Londres e sua reentrada aos EUA foi negada a menos
que ele estivesse disposto a esclarecer suas possíveis ligações
comunistas e por torpeza moral. A estreia de ‘Limelight’ nos EUA se deu
apenas em 1972, e Chaplin voltou apenas para fechar os seus assuntos de
negócios, e voltou para Corsier-sur-Vevey, Suíça.
Em 1957, Chaplin fez uso de suas próprias
experiências como vítima do macarthismo em seu próximo filme, o
britânico ‘A King in New York’ satirizando a caça às bruxas e seu
autoimposto exílio. Ironicamente, o filme não foi lançado nos Estados
Unidos até 1973. A passagem de uma década desde ‘A King in New York’ e
da mudança radical no clima político dos Estados Unidos assegurou o
lançamento de ‘A Countess from Hong Kong’ em 1967, uma comédia romântica
britânica estrelado por Marlon Brando e Sophia Loren, os maiores nomes
da época. No entanto, o filme foi uma decepção crítica e comercial.
Em 1972, Chaplin voltou aos Estados Unidos pela
primeira vez em 20 anos para aceitar um Oscar especial. Foi um regresso
agridoce. Chaplin tinha chegado a deplorar os Estados Unidos, mas ele
estava visivelmente e profundamente comovido com a ovação de 12 minutos,
que recebeu na cerimônia do Oscar. Ele era agora um velho trêmulo e
tateando em meio à espessa neblina da memória balbuciou algumas frases
simples. Inofensivo, ele era agora ‘fácil de amar’, absolutamente seguro
para se admirar.
Para assistir os vídeos de Chaplin, acsse GGN
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