Dossiê Jango Documentário Completo - Comentário de Adriano Pilatti

 PICICA: "À medida que o tempo passa e a reflexão histórica se aprofunda, o doce e bravo fazendeiro, amado e respeitado pelos trabalhadores, brilha na distância como o presidente que mais arrojadamente se identificou e cooperou com as lutas dos "de baixo" por direitos. Como o que mais abriu o governo à influência dos movimentos insurgentes, como o único que propôs reformas que realmente tocavam nas estruturas de comando e exploração que secularmente subjugam os pobres no Brasil."

Adriano Pilatti Ocupa Rio - Grupo de Discussão

Há 37 anos, em 6 de dezembro, o Brasil perdia Jango.

À medida que o tempo passa e a reflexão histórica se aprofunda, o doce e bravo fazendeiro, amado e respeitado pelos trabalhadores, brilha na distância como o presidente que mais arrojadamente se identificou e cooperou com as lutas dos "de baixo" por direitos. Como o que mais abriu o governo à influência dos movimentos insurgentes, como o único que propôs reformas que realmente tocavam nas estruturas de comando e exploração que secularmente subjugam os pobres no Brasil.

Temido e detestado pelas elites golpistas e predadoras, Jango sempre foi uma ameaça aos poderosos - no governo, no exílio, e até mesmo depois de morto. Este ótimo documentário, em versão integral no link, ajuda a entender bastante de suas lutas, sua personalidade, seus inimigos e das circunstâncias de sua morte.

Em 1:23:00 aparece o queridíssimo e saudoso amigo Tertuliano dos Passos, que me capacitou nas grandezas e feitos do presidente que amava, e que acompanhou lealmente no exílio. É o assinalado como nº 4, e assim como Jango, creio que morreu sem saber que eram espionados por um "Agente B" que os traía.

Lembro da última vez em que fui com ele ao Império Serrano, alguns meses antes de sua morte, e como vi seus olhos em lágrimas enquanto cantava, com a força de seus 15 anos de exílio e mais alguns de ostracismo, o samba com que o Império cantou os 20 anos do golpe: "Me dá, me dá, me dá o que é meu, foram 20 anos que alguém comeu". Saravá, Tertú! Saravá, presidente! A foto de vocês juntos no Uruguai ilumina ainda minha estante e meus estudos.

JANGO CONTINUARÁ CONOSCO!