dezembro 14, 2013

"Estado e agronegócio: risco de morte aos Guarani Kaiowás", por Douglas Belchior

PICICA: "São conhecidos, embora pouco divulgados, os conflitos em Mato Grosso do Sul onde se opõem os interesses de latifundiários e do agronegócio e a resistência indígena dos povos Guarani Kaiowás.O governo federal, ao invés de cumprir a política indigenista garantida pela Constituição Federal, tem fortalecido o agronegócio, tem sido negligente com relação à violência e assassinatos no campo e tem desmantelado e esvaziado a FUNAI."


Estado e agronegócio: risco de morte aos Guarani Kaiowás


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Por Douglas Belchior
 
São conhecidos, embora pouco divulgados, os conflitos em Mato Grosso do Sul onde se opõem os interesses de latifundiários e do agronegócio e a resistência indígena dos povos Guarani Kaiowás.O governo federal, ao invés de cumprir a política indigenista garantida pela Constituição Federal, tem fortalecido o agronegócio, tem sido negligente com relação à violência e assassinatos no campo e tem desmantelado e esvaziado a FUNAI.
 
Em Maio de 2013 o Tribunal Popular, organização que promove denúncias de violência do Estado e que acompanha toda a situação no Mato Grosso do Sul, trouxe lideranças Guarani Kaiowás para dialogar com estudantes dos Cursinhos Comunitários da Uneafro-Brasil. Essa foi também uma maneira de fazer ouvir as denúncias e angariar apoios para a luta indigenista.
 
Apesar da grande violência sofrida, povos Guarani Kaiowás estão resistindo e reagindo, como no caso da comunidade Takuara, que retomou seu território originário invadido pelo fazendeiro Jacinto Honório da Silva. Em fevereiro de 2013 o adolescente Kaiowá-Guarani Gilson Barbosa, de 15 anos, foi brutalmente assassinado com três tiros na cabeça enquanto pescava na reserva de Caarapó. Outros dois adolescentes que estavam com Gilson viram tudo o que aconteceu e confirmam que foram os jagunços e o filho do fazendeiro local que cometeram o crime. O Cacique Marco Veron também fora assassinado, num crime ainda não investigado o que faz crescer o clima de terror e opressão em que sobrevivem a população Guarani Kaiowá.
 
A realidade de extrema violência a que estão expostos chamou a atenção da Anistia Internacional, que incluiu em sua campanha “escreva por direitos”, a situação de um dos povos Guarani Kaiowás, a comunidade Apika’y.
 Assista o vídeo, leia o relato abaixo e participe da campanha!



“No dia 15 de setembro de 2013, cerca de 60 indígenas Guarani-Kaiowá da comunidade Apika’y e de outras aldeias no estado de Mato Grosso do Sul ocuparam um canavial que afirmam fazer parte do território em que viveram desde o século XIX até serem expulsos. Desde 1999, a comunidade vive acampada à beira da rodovia BR-463, entre as cidades de Dourados e Ponta Porã, em frente à terra que chama de ancestral.

Os Guarani-Kaiowá têm sido ameaçados por seguranças contratados pelos atuais ocupantes das terras, que tentam expulsá-los de lá e impedi-los de recolher água no córrego que atravessa o canavial. Eles sofrem com problemas de saúde e desnutrição por causa da vida em abrigos temporários, sem assistência médica. Integrantes da comunidade já morreram atropelados na BR 463, inclusive crianças.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) deveria ter completado a demarcação das terras ancestrais da comunidade Apika’y em 2010, pelo compromisso assumido em Termo de Ajuste de Conduta assinado em 2007 com o Ministério da Justiça, Ministério Público Federal e 23 líderes indígenas.

O Mato Grosso do Sul contém algumas das menores, mais pobres e mais densamente povoadas áreas indígenas do Brasil: bolsões rurais de pobreza cercados por grandes plantações de soja, canaviais e fazendas de criação de gado em más condições de vida. Cerca de 60.000 integrantes do povo Guarani-Kaiowá vivem uma existência precária – a ruptura de laços sociais levou a altos níveis de violência e suicídio. Frustrados pela demora no processo de demarcação de terra, Guarani-Kaiowá de comunidades como a Apika’y começaram a reocupar suas terras ancestrais.”

Peça a investigação das ameaças e proteção para os Guarani Kaiowá.

Escreva para o Ministro da Justiça

Peça para que as denúncias de ameaças contra os Guarani-Kaiowá sejam investigadas de forma minuciosa e que o governo garanta proteção à comunidade Apika´y.

Solicite que a Funai cumpra o acordo feito em 2007 e complete a demarcação das terras ancestrais dos Guarani-Kaiowá.

Escreva para:

Ministro da Justiça
Exmo. Sr. José Eduardo Martins Cardozo
Esplanada dos Ministérios, Bloco “T”, 4º andar – CEP: 70.712-902 – Brasília/DF, BRASIL.
Comece sua carta com: Exmo. Sr. Ministro Tratamento/Saudação: Vossa Excelência


Expresse solidariedade aos Guarani-Kaiowá

Escreva uma mensagem de solidariedade à comunidade e apoie a sua luta.

Escreva para:

Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
Cimi Regional Mato Grosso do Sul
Av. Afonso Pena, 1557 – sala 208 Bloco B
Campo Grande – MS – CEP 79.002-070


Apoio político e doações

Guarani Kaiowá da aldeia Takuara, entrar em contato: Cacique Ládio Veron, do Conselho da Aty Guasu e líder da Terra Indígenaakuara - Tel. (67) 96994079

Conta bancária para contribuições

Ládio Veron
Banco do Brasil -  agencia 3935-7
Conta Corrente 8864-1

Mais informações

“Cacique Ládio Verón recebe novas ameaças de morte.”

“Quem Desmata Takuara é o Latifundiário Jacinto Honório, proprietário da Fazenda Brasília do Sul (MS).” 

“Guarani Kaiowá denuncia desmatamento de fazendeiro na aldeia Taquara – MS.”

“Cacique Ládio Veron acaba de receber ameaça de morte por fazendeiro.”

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Fonte: Negro Belchior

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