PICICA: "A partir de 1º de fevereiro, em SP, um mês de oficinas, conversas
e cursos sobre o lado prático e lúdico das manifestações populares"
Artivismo: criações estéticas para ações políticas
A partir de 1º de fevereiro, em SP, um mês de oficinas, conversas e cursos sobre o lado prático e lúdico das manifestações populares
Em junho de 2013 o Brasil viu, em suas mais variadas cidades, grandes manifestações populares. Em torno de inúmeras reivindicações, elas alcançaram um novo grau de cidadania e participação política, e continham em si um nível inédito de inventividade.
Diversos coletivos e grupos de artistas propuseram novas formas de participação e problematização, se valendo de estratégias estéticas e simbólicas para amplificar suas causas. Junto a isso, o uso da tecnologia e das novas mídias foi essencial para que esses coletivos se articulassem. A internet veio a ser não só um instrumento de organização, mas também de troca, informação e aprendizado, sem hierarquias ou monopólios.
Esse momento de evidência, contudo, revelou uma vontade crescente, que já ocorre nos últimos dez anos, de união entre a participação política e ações artísticas e culturais, criando um território novo, cheio de experimentação estética e de linguagem.
Sendo assim, o Sesc Pompeia, a partir de fevereiro faz um mapeamento dessa nova cena cultural e traz no formato de oficinas, bate-papos e encontros, discussões sobre “Artivismo” e essa produção artística contemporânea.
Artivismo é o nome dado a ações sociais e políticas, produzidas por pessoas ou coletivos, que se valem de estratégias artísticas, estéticas ou simbólicas para amplificar, sensibilizar e problematizar, para a sociedade, causas e reivindicações sociais. O artivista encontra na arte um convite à participação, expressando através de inúmeras linguagens, como a arte de rua, o vídeo, a música, a performance e a intervenção, os seus pontos de vista e leituras sobre a vida e o mundo, problematizando sua realidade.
Assim, as Oficinas de criatividade ao reunir coletivos, artistas e movimentos artivistas, oferece ao público o contato com esses criadores, multiplica a cultura e contribui para o desenvolvimento artístico do público em geral, incentivando cada vez mais pessoas a se expressarem através do fazer artístico.
BATE-PAPOS
(Inscrições no dia, com 30 minutos de antecedência)
Afinal de contas, o que é Artivismo?
Encontro que dá inicio a uma vasta programação relacionada ao Artivismo, ou seja, a produção artística que se origina do desejo de provocar ou explicitar uma causa, independente da sua natureza e também em ações sociais e políticas que se valem de estratégias artísticas, estéticas ou simbólicas. Para este bate-papo, convidamos três artistas e conhecedores do assunto para expor, refletir e debater sobre o Artivismo.
Convidados:
Mundano, artivista do grafite e da reciclagem, imprime suas marcas em São Paulo e no mundo através de manifestações criativas que borram as fronteiras da tradicional intervenção para ações colaborativas de engajamento social. Sua ação mais famosa é o Pimp my Carroça, que dá visibilidade aos catadores de materiais recicláveis.
Bruno Perê, artista de rua e educador atua com intervenções urbanas e graffiti na cidade de São Paulo. Co-criador do coletivo “Graffiti com Pipoca”, colabora com o blog Zumbi Ocupa. Além das diversas frases que espalha pela cidade “Escolas são gaiolas” e “Todo vagão tem um pouco de navio negreiro”, desenvolve o projeto de intervenções-pinturas “Cavalete Andante”.
André Mesquita, mestre em História Social e autor do livro “Insurgências Poéticas: arte ativista e ação coletiva”. Atualmente desenvolve uma pesquisa sobre “mapas e diagramas dissidentes”. Tem atuado principalmente nos seguintes temas: ativismo político e movimentos sociais, arte contemporânea, práticas artísticas coletivas, intervenção urbana, culture jamming e mídia tática.
Dia 1/2. Sábado, a partir das 14h.
Espionagem e Liberdade nos Meios Digitais
Internet, cartões de crédito, telefones celulares, videogames, carros e TVs inteligentes, câmeras de vigilância, catracas eletrônicas, identificação biométrica. O que tudo isso tem em comum, é que são dispositivos que estão presentes no nosso dia a dia e guardam informações pessoais digitalizadas, ou seja, nossos rastros digitais. Quem puder reunir e analisar esse conjunto de dados, facilmente obterá informações sobre hábitos das pessoas, e informações sigilosas, como nas espionagens de e-mails de presidentes de vários países. Essa situação afeta diretamente a privacidade e a liberdade, seja para o controle da vida privada das pessoas ou para o monitoramento de ações políticas. Neste bate-papo será possível conhecer e entender os meandros da luta secreta no ambiente virtual, entre liberdade e controle, e, com isso, vislumbrar possíveis desafios e respostas que o indivíduo ou grupos organizados podem dar a essa situação.
Convidados: Sergio Amadeu e Silvio Rhatto.
Dia 2/2. Domingo, a partir das 15h.
Fotografia em Zonas de Conflito
Neste bate-papo o fotógrafo Joel Silva irá abordar, a partir de sua experiência, o trabalho do fotógrafo dentro de conflitos armados. As especificidades e os perigos dessa função, bem como os princípios éticos desse tipo de fotografia.
Convidado: Joel Silva
Dia 8/2. Sábado, a partir das 16h.
Manual de Intervenção Urbana por Eduardo Srur
O paulistano Eduardo Srur começou na pintura, mas se destacou nas intervenções urbanas. Suas obras se utilizam do espaço público para chamar a atenção para questões ambientais e o cotidiano nas metrópoles, sempre com o objetivo de ampliar a presença da arte na sociedade e aproximá-la da vida das pessoas. A cidade é o seu laboratório de pesquisa para a prática de experiências artísticas; o público e os governos são o seu alvo. O conjunto de trabalhos de Srur serve como um guia para espaços mal administrados e para erros urbanísticos. Acima de tudo, são críticas conceituais que despertam a consciência e o olhar para uma nova estética e o entendimento das artes visuais. Realizou diversas intervenções urbanas na cidade de São Paulo e participou de exposições em muitos países, entre eles Cuba, França, Suiça, Espanha, Holanda, Inglaterra, Alemanha. Neste encontro, Eduardo Srur falará sobre processo criativo, suas estratégias de ações e as formas de financiamento.
Dia 11/2. Terça, a partir das 19h30.
Artivismo digital: memes, os novos bâners digitais
Os memes são unidades de informação que podem se autopropagar na internet, sendo um dos mecanismos mais criativos de ação de artivismo digital atual. A oficina irá dar um contexto sobre o tema e apresentar mecanismos fáceis e criativos para a criação de memes.
Orientação: Caio Tendolini, Gabriela Juns e Tulio Malaspina.
Dia 18/2. Terça, a partir das 19h.
Crowdfunding: Financiamento Colaborativo como Estratégia
Financiar ações de cunho artivista seria praticamente impossível se não fosse a tradicional “vaquinha” que reúne pessoas com interesses em comum financiando suas próprias ações. O crowdfunding, em português “caixa coletivo”, vem ganhando cada vez mais adeptos, sejam pelas facilidades tecnológicas de participação nos projetos, seja pelo espírito solidário e pró-ativo que caracterizam a sociedade dos dias de hoje. Quer saber mais? Bate papo com Caio Tendolini e Luciana Masini do site Catarse, além de convidados de projetos financiados coletivamente.
Dia 22/2. Sábado, a partir das 15h30.
OFICINAS (Inscrições pessoalmente a partir das 10h do dia 1 de fevereiro nas Oficinas de Criatividade)
Introdução ao Artivismo
Orientação: Thiago Mundano e convidados.
Dias 4, 11, 18 e 25/2, Terças das 19h às 22h. Duração: 4 encontros
Estêncil: ação tática e intervenção no espaço urbano
Orientação: Bruno Perê.
Dias 5, 7, 12, 14, 19 e 21/02. Quartas e sextas. Das 19h às 21h30. Duração: 6 encontros.
Video-ativismo em tempos de conflito social
Orientação: Vanessa Nicolav.
Dias 4, 6, 11, 13, 18, 20 , 25 e 27/02. Terças e Quintas, das 19h às 21h. Duração: 8 encontros.
Criptografia e Invisibilidade na Internet
Orientação: Silvio Rhatto
Dias 6, 7, 13, 14, 20, 21 e 27/2. Quintas e sextas, das 19h às 21h30. Duração: 7 encontros
O Manifesto como arma: entre estética e política
Orientação: Francisco Alambert
Dias 5, 12, 19 e 26/2. Quartas, das 19h às 21h30. Duração: 4 encontros.
Rádio Livre
Orientação: Coletivo Rádio Muda
Dias 15 e 16. Sábado e domingo, das 15h às 18h. Duração: 2 encontros.
Estética das ações
Orientação: Rafael Ferraz e convidados.
Dias 8/2. Sábado, das 10h às 17h. Duração: 1 encontro.
Engenharia Reversa para Drones e Controles
Orientação: Sergio Bonilha e Luciana Ohira.
Dias 11, 12, 18 e 19/2. Terças e quartas, das 19h às 22h. Duração: 4 encontros
Rosa Block: Disparos Estéticos de Luz
Orientação Paulinho Fluxus e Coletivo Tanq_Rosa_Choq.
Dias 19, 20, 26 e 27/2. Quartas e quintas, das 19h às 21h30. Duração: 4 encontros
Games: Ativismo e Política
Orientação: Renata Gomes.
Dias 4, 11, 18 e 25/2. Terças, das 19h ás 22h. Duração: 4 encontros.
Quadrinhos Políticos
Orientação: Gilberto Maringoni
Duração: 4 encontros.
Dias 5, 12, 19, 26/2. Quartas, das 19h às 21h30.
Charges de Protesto e Intervenção Política
Orientação: Carlos Latuff
Dias 8 e 9. Sábado e domingo. Das 14h às 17h. Duração: 2 encontros
Fanfarras Combativas
Orientação: Fanfarra do Movimento Autônomo Libertário
Dia 15. Sábado. Das 14h às 18h. Duração: 1 encontro
Gráfica Política para Ações Urbanas
Orientação: Coletivo Contradesenho
Dias 6, 13, 20 e 27. Quintas, das 19h às 21h30. Duração: 4 encontros
Midia Ninja e Pós-TV
Orientação: Bruno Torturra
Dias 18, 19, 20 e 21/2. Terça, quarta, quinta e sexta, das 19, às 22h. Duração: 4 encontros
Fotografia e Ativismo
Orientação: Coletivo Fotógrafos Ativistas
Dias 6, 11, 13, 18 e 20/2. Terças e quintas, das 19h às 22h. Duração: 5 encontros
Ações Performáticas de Protesto
Orientação: Ligia Marina e convidados: Coletivos AnarkoFunk e Coyote
Dias 18, 19, 20 e 22/2. Terça, quarta, quinta, das 19h à 21h30 e sábado, das 14h30 às 17h. Duração: 4 encontros.
Ações Cênicas de Protesto
Orientação: Dolores Boca Aberta Mecatrônica das Artes
Dias 19 e 26. Quartas, das 19h às 22h. Duração: 2 encontros.
Lambe-lambes Políticos
Orientação: Ed Peixoto
Dias 8, 15 e 22. Sábados, das 15h às 18h. Duração: 3 encontros
Intervenções Urbanas e Arquitetura Popular
Orientação: Coletivo Basurama e convidados
Dias 12, 14, 19, 21, 26. Quintas e sextas, das 19h às 21h30. Duração: 5 encontros
AVLAB São Paulo: Laboratório + Encontro
Tema: Artemidia e Tecnopolitica na esfera do Procomún
AVLAB é uma linha didática e participativa de arte, tecnologia e criações audiovisuais, desenvolvida pelo Medialab-Prado de Madri em 2006. Nesta primeira edição no Sesc Pompeia, o AVLAB propõe-se a reunir artistas e projetos com a intenção de tecer táticas que apontem a reconfiguração do vínculo arte, tecnologia e politica na esfera do PROCOMÚN, termo que expressa a ideia de que alguns bens pertencem a todos, e que em conjunto formam uma comunidade de recursos que deve ser protegida e gerida criativamente por todos. A atividade, composta por dois módulos autônomos, convidará três núcleos para trabalharem nesta perspectiva de ação.
Laboratório AVLAB
Imersão processual e participativa, que terá o desafio de criar um protótipo, resultante da intersecção prática entre as propostas empreendidas pelos núcleos convidados. Os interessados em participar do processo de criação colaborativa de um protótipo a ser desenvolvido, devem enviar um email para oficinas@pompeia.sescsp.org.br até dia 18/2 com um currículo de até 6 linhas e um texto que aborde as questões: Qual é sua expectativa em relação aos três dias de laboratório? De que modo você pode contribuir com o processo criativo?
Dias 21, 22 e 23/2. Sexta, das 19h às 22h. Sábado e domingo, das 10h às 18h (com intervalo para almoço).
Encontro AVLAB
Os três núcleos participantes irão expor de modo didático e informal os aspectos conceituais, processuais e técnicos de seus projetos. Momento para apresentação do protótipo desenvolvido durante o laboratório AVLAB.
Dia 25/02. Terça, das 19h às 22h
Fonte: Blog da Redação
Nenhum comentário:
Postar um comentário