PICICA: "Pina Bausch era espaços. Win Wenders, em seu documentário sobre a
bailarina e coreógrafa, explora os espaços de Pina, que transcendem o
palco."
O espaço de Pina Bausch
Depois de ter visto "Buena Vista Social Club" e o "Quarto 666" confio nos documentários de Win Wenders. Não tive dúvidas, então, para sair de casa e ver o seu mais novo documentário, em 3D, "Pina". Pina Bausch sempre foi um mistério para mim, o pouco que a conhecia era de vídeos do Youtube. Mas nada se compararia à experiência de assistir numa tela grande (em 3D) os movimentos da bailarina e de sua companhia, "Tanztheater Wuppertal Pina Bausch", sob os olhares instigantes de Wenders.
O momento foi de descobrimento. Pina. Wenders. (3D).
O filme une duas linguagens muito particulares, o cinema e a dança, e promove um casamento perfeito entre Pina e o cinema 3D. Wenders mostra isso ao quebrar todas as regras e paredes e ao explorar a experiência de estar dentro de uma coreografia de Pina, pois a utilização do espaço é importante para o filme e para dança.
O filme é todo construído em torno de algumas peças da Cia de Pina e se baseia também nas respostas que os bailarinos deram ao documentarista. O diretor participa através do olhar da câmera e em nenhum momento ele se utiliza da própria fala para compor a estratégia do filme. A dança da Cia de Pina fala por ela e, por isso, não é necessário explicitar a biografia de Pina Bausch no documentário. O conhecer Pina vem através das falas de seus bailarinos que soam como pensamentos e ao escutarmos essas profundas opiniões, podemos compreender um pouco mais sobre a obra da coreógrafa e bailarina. Wenders, dessa forma, cria individualidades e permite momentos de interpretação onde os bailarinos expressam o que Pina é para eles e como os seus corpos podem representar os diversos sentimentos que a inspiravam.
Eu, agora, imagino Pina dançando pelas cidades.
Veja o Trailer abaixo:
Anna Carvalho
Pesquisadora, indecisa, tia da Luisa, turista e fotógrafa..Fonte: OBVIOUS
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