maio 27, 2008

Ana Pitta: ternura e tristeza pela morte de João Ferreira

Foto: Rogelio Casado - Área Técnica de Saúde Mental MS, 2003

Ana Pitta (círculo azul) na equipe da Coordenação Nacional de Saúde Mental, de 2003
"Morreu... gentileza durão
Valente, mas muito considerado"


Que fazer quando o amigo leal já não está lá?
O professor aplicado ensina agora a anjos tortos?
O intelectual brilhante brilha lá...
qual uma estrela no céu?

O pai extremoso cuida agora dos filhos da humanidade.
O marido quase exemplar deixa a mulher a chorar,
e muitas viúvas choram o grande amante perdido.

Saudade, João,
"Revolucionário erudito", primoroso nas escolhas teóricas e práticas.
Democrata radical na defesa sincera de excluídos de toda ordem.
Dialeta e discordante de plantão para descuidos de muitos,
que não o perdoavam na sua ironia e fina irreverência, desconcertantes.

Poeta de rimas ricas e pobres.
Amante de "vinhos virtudes e belezas" que fazia crescer e "botava em evidência" todas e todos que a ele se chegavam.
Que semeou e produziu bons acontecimentos na vida que viveu.

Luz, paz, tranqüilidade...

Vai ser gauche na vida e na morte, João!
Dai força a tua mulher, sobretudo a tua filha,
e ainda aos amigos e amigas, família, para suportar tua perda.
E leve de mim essa dor no peito, esse vazio insuportável...

Mas jamais me roube essa alegre e divertida lembrança
De um homem sensual, brilhante, generoso e bom!
Adeus!

Ana Pitta,
Num maio cinzento de 2008
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