novembro 09, 2009

Rede Globo continua defendendo o golpe em Honduras

Charge postada em universouniversal.wordpress.com
Oleo do Diabo

Voltando à Honduras, bem que eu desconfiava que o tal Micheletti não fosse cumprir o acordo. Por isso é tão absurda a comparação entre Zelaya e Micheletti, colocando um golpista desonesto, desleal, mentiroso, violento, covarde, ao mesmo nível que Zelaya, um presidente legitimamente eleito pelo povo hondurenho, e que, até o momento, tem se mostrado uma figura honrada e corajosa.

Os jornais brasileiros se apressaram em lamber as botas do governo americano, tentando, com isso, deslegitimarem qualquer contribuição brasileira para a solução do imbróglio. Se ferraram mais uma vez. Os EUA, ao tentarem desatar o nó de maneira unilateral, envolveram-se no que arrisca ser um tenebroso fiasco diplomático e político, que pode inclusive degenerar numa guerra civil. Em vez de usar as organizações internacionais, como OEA e ONU, como o Brasil sempre defendeu, os EUA tentaram resolver o conflito na base da chantagem imperial, na base do "falar grosso". Deu no que deu.

O ponto mais revoltante é que a mídia brasileira sequer se solidariza com o sofrimento inflingido aos funcionários brasileiros e cidadãos hondurenhos que estão na Embaixada em Tegucigalpa. Ao contrário, parece incitar ódio contra os brasileiros.

Serra, aliás, fez sim uma declaração sobre Honduras. Disse que era uma "trapalhada" da diplomacia, mostrando-se desinformado e não solidário com seu próprio país. O que gostaríamos de ouvir, no entanto, é a opinião de Serra sobre o golpe de Estado. Ao defender o golpe, setores midiáticos ligados ao tucanato revelam o apreço torto que tem pela democracia, e o próprio tucanato, ao não tomar posição num tema geopolítico fundamental para as Américas, revela-se um partido desvirilizado, retrógrado, despreparado, com o germe golpista circulando-lhe pelo sangue de barata. O PSDB tornou-se refém de intelectuais de extrema-direita, como Reinaldo Azevedo e Merval Pereira, e afundou-se num lamaçal ideológico onde se vê apenas insegurança, covardia, confusão e conservadorismo. As repetidas declarações contra Chávez, repetidas pelos barões do tucanato, refletem essa irresponsabilidade quase adolescente, de quem precisa se auto-afirmar, e mostram políticos despreparados para governar o Brasil, pois compraram muito levianamente o discurso conservador da mídia, sem atentar para o fato de Chávez ser um presidente da república legitimamente eleito, num país com parlamento, judiciário, ministério público, ou seja, num país perfeitamente democrático, e, o que é importante (porque significa dinheiro, empregos, vida), um país que mantém um gigantesco volume de comércio com o Brasil. O tucanato, ligado apenas aos lordes rentistas, desprezam inclusive o valor do dinheiro oriundo do setor produtivo e exportador, esse dinheiro que se converte em empregos, em qualidade de vida, em alegria, e do qual o Brasil precisa desesperadamente para se desenvolver. É uma diplomacia arrogante e estúpida, porque não vêem como os EUA mantém relações amistosas com a Arábia Saudita, Paquistão e China, mesmo que esses países não compartilhem dos mesmos valores democráticos defendidos pela Casa Branca. A demonização da Venezuela é infantil e contraproducente, e o fato da oposição comprar essas idéias mostra o quanto ela é incompetente. É bom não esquecer que Chávez foi vítima de um golpe de Estado em 2002, e que os meios de comunicação venezuelanos, que hoje se posam de vítimas, defenderam o golpe. Aliás, a mídia brasileira também comprou muito facilmente aquele golpe. Por isso é tão grave que esse mesmo comportamento, esses mesmos valores golpistas, voltem a se manifestar na defesa do regime golpista de Honduras. Cada vez mais a imprensa brasileira faz jus ao epíteto de PIG (Partido da Imprensa Golpista) que o grande público da internet vem lhe dando.

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