setembro 08, 2011

Lado B: Uma conversa animada sobre drogas, internação compulsória, fim dos hospícios e saúde mental

PICICA: Entrevistado por Renato Seyssel e Orlando de Souza, no Programa Lado B, da TV Cultura, que  vai ao ar nas terça-feiras, e reprisa aos domingos, às 11h00, dei um passeio pelo mundo das drogas, internação compulsória, fim dos manicômios e saúde mental. Portanto, o programa foi ao ar antes do pronunciamento da Presidenta Dilma Rousseff. No post anterior comentei que nossa presidenta atropelou a IV Conferência Nacional de Saúde Mental, a Coordenação Nacional de Saúde Mental, o movimento por uma sociedade sem manicômios ao injetar recursos nas comunidades terapêuticas para tratamentos de abusadores de drogas. Falta de assessoria não foi. Os companheiros que respondem pela Coordenação citada tem relevantes serviços prestados à reforma psiquiátrica antimanicomial que queremos. É inevitável o paralelo com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em que o governo federal vem passando o rolo compressor sobre quem a ela se opõe, inclusive nossos mais prestigiados cientistas. Os assuntos estão na ordem do dia. Lá e cá. No Planalto e na Planície. O que você não vai ver - te conto aqui - são as três perguntas que o garçom colombiano, D. José, faz fora do ar. Uma delas sobre o famigerado eletrochoque, suas indicações e críticas a esse procedimento. Não me surpreendeu. Tenho os colombianos como pessoas muito cultas. Certa vez, em Letícia tomei um táxi e perguntei o que o motorista pensava sobre las chicas brasileñas (acabara de ver uma jovem colombiana ouvindo o discurso dos revolucionários latinoamericanos em um cyber), ao que ele disse: "Son eróticas". Retruquei, perguntando se não o seriam também as colombianas. Ao que ele respondeu: "No, son cultas". Lembrei da cena do discurso e pensei que, para além de qualquer preconceito, ele tinha razão. Grande, D. José.