PICICA: Na noite de ontem, por volta das 21h00, artistas, jornalistas e intelectuais usaram suas redes sociais na internet para alertar a cidade de uma manifestação de seus pares contra o corte de árvores na frente do Hotel Manaós. Na semana passada fotografei o trecho onde foi perpetrado esse crime contra a cidadania. Aqui voce vê de um lado (foto 1), em frente do hotel, as árvores criminosamente envenenadas, e do outro lado (foto 2) do hotel, uma terceira árvore, igualmente envenenada, em frente de uma Loja de Vitória Fernandes. O caso tivera repercussão na mídia local. Ontem, deu-se apenas o seu epílogo. "Coincidentemente" as árvores morreram ao mesmo tempo, enquanto as demais foram poupadas, como se vê. A suposição do crime parece claro. Não é de hoje que comerciantes de Manaus, com raras exceções, amparadas na leniência do poder púbico, deita e rola na cidade. Árvores são cortadas impunemente. Em frente do meu consultório, na rua dos Andradas, uma árvore plantada por meu pai há 40 anos, foi cortada sem dó nem piedade. Denunciei o caso ao Ministério Público. Não se procurou atribuir responsabilidades. Uma instituição respeitada pela opinião pública não pode se dar ao luxo de prevaricar, sob pena de perder a credibilidade. Deduzi que naquele caso prevaleceu o "esprit de corps". Estávamos na administração do Prefeito Alfredo Nascimento. E o Secretário Municipal de Meio Ambiente pertencia aos quadros daquela prestigiada instituição. Nesse mesmo período, viriam abaixo as árvores de uma praça situada em frente do Colégio N.S. Auxiliadora. A impunidade é recorrente nesta cidade. Não são punidos nem a autoridade que falta para com suas responsabilidades constitucionais, nem o comércio predatório que continua a desfigurar a cidade. Multas, quando lavradas, são tão irrisórias que não podem ser chamadas de punição. Mas é o silêncio ensurdecedor do parlamento - exceções da diminuta oposição - que causa constrangimento. Regiamente pagos com o dinheiro do contribuinte são incapazes de demonstrar qualquer amor à cidade que os elegeu. Estamos no mato sem cachorro. Dependemos cada vez mais da elevação da consciência socioambiental de nossos cidadãos. Acorda, Manaus! Vamos obrigar, judicialmente, os criminosos a replantar as árvores. Elas fazem parte do nosso patrimônio paisagístico. É hora de retomar a Associação dos Amigos de Manaus, instrumento de cidadania que ajudei a criar em 1993, quando o então prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, propôs a criação de um camelódromo em pleno coração da cidade. Ela está "desativadinha da silva". A volta do seu funcionamento só depende de nós.
Árvores envenenadas - Fotos: Rogelio Casado - Manaus-AM, agosto 2011
Foto 1: Hotel Manaós
Um comentário:
Parabéns pela iniciativa e denúncia. Também fiz no meu blog pessoal. Saudações Amazonenses e Amazônicas!
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