fevereiro 16, 2013

"De volta para o passado", por Cristina Romanelli

PICICA: "Diante de uma janela, é possível ver a cidade de São Luís, no Maranhão, em pleno século XIX, como em uma viagem no tempo. Para isto, basta ter em mãos um tablet – intermediário entre o laptop e o smartphone. A ideia de aliar a tecnologia à história da cidade partiu do projeto Semente Digital, desenvolvido pelo Laboratório de Convergência de Mídias (Labcom) da UFMA, que a partir deste mês recebe grupos agendados em uma casa no centro histórico de São Luís. No local será possível assistir a vídeos em três dimensões, fazer uma visita virtual a prédios históricos e até controlar fotografias de 360 graus com o movimento das mãos."

De volta para o passado

Projeto usa vídeos em três dimensões e realidade aumentada para divulgar a história de São Luís

Cristina Romanelli
1/2/2013
Uma das ruas do centro histórico de São Luís. (Divulgação)Uma das ruas do centro histórico de São Luís. (Divulgação) 








 









Diante de uma janela, é possível ver a cidade de São Luís, no Maranhão, em pleno século XIX, como em uma viagem no tempo. Para isto, basta ter em mãos um tablet – intermediário entre o laptop e o smartphone. A ideia de aliar a tecnologia à história da cidade partiu do projeto Semente Digital, desenvolvido pelo Laboratório de Convergência de Mídias (Labcom) da UFMA, que a partir deste mês recebe grupos agendados em uma casa no centro histórico de São Luís. No local será possível assistir a vídeos em três dimensões, fazer uma visita virtual a prédios históricos e até controlar fotografias de 360 graus com o movimento das mãos.

 Ainda este ano vem mais novidade: o grupo pretende lançar um livro didático em realidade aumentada. A tecnologia reconhece uma imagem – como a janela – e, a partir dela, dispara conteúdos como vídeos, animações, sons e textos. O livro digital contará histórias do centro histórico e dos casarões, e poderá ser visualizado em qualquer tablet ou smartphone.

“A maioria dos jovens de São Luís nunca morou no centro histórico, eles não conhecem muito a nossa história. Por isso temos que falar de forma mais lúdica e interativa. Desde que começamos de forma experimental, em 2011, muita gente se interessou, porque era novidade”, conta Márcio Carneiro dos Santos, coordenador do Labcom. “Trabalhamos com realidade aumentada, uma tecnologia pouco usada no Brasil. O resultado é muito bom com crianças. Elas interagem e perguntam muito”, garante.

O projeto tem reunido alguns entusiastas na cidade, como Antonia da Silva Mota, historiadora da UFMA. “Eu achei fantástico, fiquei muito empolgada. O projeto chama a atenção das pessoas para a história e o patrimônio da nossa cidade, e é uma maneira de estimular os jovens a buscarem livros para aprenderem mais”, afirma.
 

Alunos da cidade participam de atividades do projeto Semente Digital. (DIVULGAÇÃO)Alunos da cidade participam de atividades do projeto Semente Digital. (DIVULGAÇÃO)
















Antonia gostou tanto da ideia que passou a ajudar a equipe. Segundo ela, não faltam temas para abordar. “Eu estou pensando em mil coisas. As praças, os casarões do final do século XVIII, as igrejas onde padre Antônio Vieira fez os ‘Sermões’, o Convento das Mercedes...”, diz, empolgada. 

Para a historiadora, além de divulgar a história de São Luís, o projeto acaba tendo outro papel importante: atrair parte da população para o centro histórico. “O centro tem casas aristocráticas caríssimas de se reformar. Muita gente que vem da Europa está criando pousadas e restaurantes ali. Virou um lugar mais para turistas”, reclama. Antonia acredita que sejam necessárias políticas para que própria população ocupe a região. Mas enquanto isso não acontece, ao menos a visita ao Semente Digital pode ser um bom programa para os moradores.

Fonte: Revista de História

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