PICICA: "O tema da judicialização foi apresentado pela Conselheira do CRP SP,
Gabriela Gramkow, que falou sobre como o processo de encarceramento de
jovens autores de ato infracional está vindo acompanhado de diagnósticos
de psicopatia, de remédios psicotrópicos e estratégias do legislativo
para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Uma vez
declarados e considerados irrecuperáveis, estes jovens são encarcerados e
esquecidos. "O saber da Psicologia precisa fazer a desconstrução do
binômio cura-custódia. É também necessário intensificar o discurso e a
prática interdisciplinar para construir outros saberes", afirmou."
VIII CNP
Evento preparatório discute medicalização, judicialização e patologização
Dentro do processo de construção para o VIII CNP, o CRP SP realizou, em 20 de fevereiro, o evento preparatório Medicalização, Judicialização e Patologização da Vida, que teve como objetivo debater o tema e formular propostas em nível regional e nacional sobre o tema. "Este é o momento em que estamos construindo as diretrizes das próximas gestões do CRP SP e também do CFP. Nossa forma de organização é baseada no diálogo permanente com a categoria. Precisamos construir o Sistema Conselhos que queremos", afirmou o Conselheiro do CRP SP, Luis Fernando de Oliveira Saraiva, que mediou as discussões.
Dentro do processo de construção para o VIII CNP, o CRP SP realizou, em 20 de fevereiro, o evento preparatório Medicalização, Judicialização e Patologização da Vida, que teve como objetivo debater o tema e formular propostas em nível regional e nacional sobre o tema. "Este é o momento em que estamos construindo as diretrizes das próximas gestões do CRP SP e também do CFP. Nossa forma de organização é baseada no diálogo permanente com a categoria. Precisamos construir o Sistema Conselhos que queremos", afirmou o Conselheiro do CRP SP, Luis Fernando de Oliveira Saraiva, que mediou as discussões.
O Conselheiro Luis Fernando de Oliveira Saraiva apresenta a forma de organização e as etapas do VIII CNP
A psicóloga, pesquisadora e docente do curso de Psicologia da Faculdade
de Ciências da Educacão e Saúde do UniCEUB (Centro Universitário de
Brasília), Tatiana Lionço, deu início ao debate, tratando sobre
Patologização. Sua apresentação se baseou em tratar da lógica do poder
psiquiátrico, fatores sociais, a grade disciplinar nos cursos de
graduação e a importância de buscar outras teorias que possam auxiliar
nas práticas éticas de psicólogos (as). "A nós cabe discutir sofrimento e
não patologia. Se queremos mudar é preciso ouvir outras vozes, outras
ideias. A Teoria das Capacidades, por exemplo, é importante para ampliar
nosso olhar para as diferenças. A lógica precisa mudar da norma para a
diversidade social", afirmou Tatiana.
"A lógica manicomial é sintoma da patologização e criminalização da pobreza", afirmou Tatiana Lionço
Já a presidenta do CRP SP, Carla Biancha Angelucci, tratou do tema da
medicalização da sociedade e afirmou que a Psicologia deve estar a
serviço de um projeto de convivência humana para que a democracia avance
e se fortaleça. Biancha também afirmou que a crescente medicalização
está ligada às inúmeras pressões vividas no mundo contemporâneo, que
exige que todos (as) sejam talentosos, criativos, competentes, bonitos,
etc. Novamente, a questão do respeito a diversidade foi tratada. "A
Psicologia deve se perguntar que perguntas estão sendo feitas a quem não
se integra na 'normalidade'. Devemos construir propostas que
problematizem quem sofre e também quem produz este sofrimento".
A presidenta do CRP SP, Carla Biancha Angelucci, falou sobre o tema da medicalização
O tema da judicialização foi apresentado pela Conselheira do CRP SP,
Gabriela Gramkow, que falou sobre como o processo de encarceramento de
jovens autores de ato infracional está vindo acompanhado de diagnósticos
de psicopatia, de remédios psicotrópicos e estratégias do legislativo
para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Uma vez
declarados e considerados irrecuperáveis, estes jovens são encarcerados e
esquecidos. "O saber da Psicologia precisa fazer a desconstrução do
binômio cura-custódia. É também necessário intensificar o discurso e a
prática interdisciplinar para construir outros saberes", afirmou.
Psicóloga que acompanhou o evento contribui para o debate
As subsedes do CRP SP no interior e no litoral foram polos de
transmissão do evento. Após a apresentação das convidadas e do debate,
os (as) participantes debateram e elaboraram as propostas que serão
apreciadas no Pré Congresso da região metropolitana. As propostas
abordam a necessidade do Sistema Conselhos intensificar o trabalho de
representação no governo para elaborar políticas públicas nas áreas em
que os (as) profissionais da Psicologia atuam; e a aproximação da
Psicologia, em especial dos temas discutidos no evento, com demais
setores como educação, saúde, serviço social e justiça. As subsedes
também formularam propostas que serão apreciadas em seus respectivos Pré
Congressos.
Fonte: CRP SP
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