Foto: Rogelio Casado - O arpoador, de Afrânio de Castro, Manaus-AM, anos 1980
Esta série é uma homenagem para dois amigos, músicos e compositores: Celito e Afonso Toscano; juntos fizeram grandes marchinhas para a banda da BICA, até hoje não superadas.
O casal à direita - Heloisa e Celito - é o casal que tinha o coração despedaçado diariamente pela visão da cena dantesca que ninguém percebeu na cidade, ou se percebeu silenciou. Quem sabe a pressa - a alma dos negócios atuais - tenha cegado os transeuntes que por ali passavam, numa cidade que aos poucos desvencilhava-se dos seus hábitos provincianos.
Observe que o quadro inclusive já havia sofrido uma limpeza rudimentar, que fez sobressair a pintura antes escondida pela poeira da rua movimentada pelo tráfego intenso da região (Vila Municipal), por onde passava a maioria dos veículos vindos da zona Leste de Manaus.
À esquerda está o meu amigo Afonso Toscano, que na garupa da minha motocicleta 400 four da Honda fez a primeira inspeção no local, à boca da noite, como preparatório do resgate que se daria após o fechamento do restaurante, já em plena madrugada. Divido com ele a autoria do plano, depois que Celito e Heloisa, no bar do Armando - que costumava reunir alguns intelectuais da cidade nos anos 1980 -, nos comunicaram tão inusitado tratamento dispensado a uma obra de arte.
Um casal de amigos proprietários do Bar Metrô, localizado na Rua Recife, improvisou lugar como pronto-socorro de artes. A obra de Afrânio de Castro teve ali os primeiros cuidados. Mais tarde mais um casal de amigos foi chamado para celebrar a operação bem sucedida.
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