O estado mais verde da federação não pode ser objeto de políticas públicas que não respeitem sua vocação. Até agora os deuses o protegeram. Lembro aos céticos que o projeto de criação da Zona Franca de Manaus - implantado no final do anos 1960 - previa área para projeto agro-pecuários. Eles não vingaram. Só por isso - por puro acidente! - mais de 90% das nossas florestas foram preservadas. Inteligentemente o governo do estado tem feito por onde para dotar esse imenso território de uma legislação ambiental que assegure para as futuras gerações um destino diferente do que acontece com o vizinho estado do Pará, para ficar no exemplo mais próximo. Mas se você quiser pense também no trágico desmatamento que ocorreu em território rondoniense com a abertura de estradas. Não tem jeito, companheiros, aonde se implantam rodovias ninguém segura a destruição que vem junto com ela.
Por isso, é oportuna a proposta do governo estadual e da sociedade civil em discutir a substituição da BR 319, que liga Manaus a Porto Velho, no trecho Humaitá-Manaus, por uma ferrovia.
Para contribuir no debate, recomendo a leitura do posicionamento assumido por um ilustre pesquisador do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o mesmo que chamou atenção para o desastre que atingiria a região do rio Uatumã com a construção da Hidrelétrica de Balbina, tragédia que contou com o silêncio da classe média complacente.
Para o pesquisador titular do Departamento de Ecologia do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) Philip Fearnside, além do desmatamento, rodovias na Amazônia geram problemas sociais (matéria publicada no Amazônia.org). Para o eminente pesquisador ferrovia também não impede o desmatamento, embora seja preferível às estradas. Nesse imbróglio, a vocação hidrográfica da região só poderia ser lembrada pela larga experiência desse conceituado cientista. Amazonenses, despertem!
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