maio 10, 2008

A liberdade libertária de Antônio José Botelho

Anoitecendo nos arredores de Manaus
caríssimos

utilizei roberto freire e fausto brito para tentar conceituar liberdade libertária na minha brochura toques anarquistas: contribuição para uma visão de mundo alternativa [segunda edição; rj: achiamé; 2007]

mais-do-que-leiam [sintam] para continuar meu raciocínio

Não é fácil escapar do modo de pensar capitalista, ao qual todos estamos sujeitos, para arriscar uma pequena definição conceitual do que se poderia entender por liberdade libertária.

De toda sorte, entendo que ela está estreitamente vinculada à questão da individualidade diferencial de cada um em relação a si mesmo e a todos, no sentido de explorá-la positivamente, de buscar a evasão da opressão e da alienação determinadas por aquele modo de pensar. Roberto Freire e Fausto Brito, no livro "Paixão & Utopia: a política do cotidiano", editado pela Guanabara Koogan, no Rio de Janeiro, em 1991, desenvolveu (página 37) assim a idéia do que denominei individualidade diferencial:

" ... o que importa é a diferença que resta: o original e único em cada um. A sociedade tradicionalista conservadora e burguesa-capitalista e a socialista-burocrática procuram e querem da pessoa a sua semelhança com as outras. Porque isso a torna mais fácil de ser controlada. E renegam, condenam, excluem, caçam e destroem a diferença. Acontece que, na verdade, cada um é mesmo a diferença: somos essencialmente o que faz nossa originalidade biológica e humana. Então, ser livre é poder viver ampla e irrestritamente as próprias originalidades únicas, as nossas diferenças. Como? Fundamentalmente, no jeito de amar e de criar. E é exatamente sobre o jeito de amar e de criar de cada um que se exerce a repressão autoritária, o controle social, a favor das semelhanças e pela massificação da média (sinônimo ao mesmo tempo de ninguém e de todos). Enfim, a liberdade consiste em não se submeter aos obstáculos, à auto-regulação espontânea. Consiste em superar a tudo e todos que, unidos e fortes, procuram impedir o exercício das potencialidades espontaneamente revolucionárias em todas as pessoas." (grifo Freire/Brito/Botelho).

É, portanto, como se imaginássemos duas frações matemáticas em que a primeira fosse infinitamente superior do que a segunda relativamente à liberdade libertária. Da feita que, o numerador da primeira seria as diferenças [AMAZONIDADES] e o denominador, o somatório das diferenças e semelhanças [AMAZONIDADES + pim] de e para cada ser humano; o numerador da segunda seria as semelhanças [pim] sobre o mesmo denominador. Assim, diferenças / ( diferenças + semelhanças ) >>>> .... semelhanças / ( diferenças + semelhanças ).

é com base nessa função matemática que peço que reflitam sobre a fração [que chamo de desenvolvimento libertário] que segue anexo onde adoto como numerador a potencialidade AMAZONIDADES e como denominador a evidência ECONOMIA DE ENCLAVE INDUSTRIAL [pim em transformação para um ambiente construído de vantagens competitivas dinâmicas valorizando privilegiando AMAZONIDADES]

tomem como pressuposto dessa perspectiva o fato de que a organização planetária é estruturada em estados nacionais e que seu sistema econômico dominante é o capitalista que por sua vez tem no capital seu vetor principal de propriedade privada e na tecnologia sua mercadoria mais nobre [igualmente utilizada como propriedade privada]

tomem também como pressuposto que a soberania [transcendendo à dualidade absoluta e relativa] é resultante não só mais do poder político sobre o território mas igual e complementarmente da forma como os capitais sociais dos locais se arranjam em função da produção e distribuição dos produtos e serviços que servem às suas respectivas sociedades [que em última análise devem ganham o mundo

nessa esteira não consigo entender a amazônia soberana somente pela atração de investimentos [aqui tem nada de xenofobismo] mas sobretudo pela emergência de firmas com capital e tecnologia local [não se tem como comparar não se trata de comparar de comparar a produção high tech pim perfeitamente mensurável com as AMAZONIDADES enquanto potência claro que não mas não se trata de metrificar mas de criar AMAZONIDADES]

assim seria como na lógica metafísica PROFANO-DIVINO entre o manifesto [produção high tech] e o imanifesto [AMAZONIDADAES] isto é devemos buscar a transcendência dentro do conteúdo da matéria transformando em concretude as AMAZONIDADES

essa transcendência dentro da natureza material e política da dimensão manifesta dos homens oportunizaria uma relação custo-benefício extremamente favorável para uma amazônia soberana na medida em que o numerador criado e realizado seria infinitamente maior do que as evidências hoje metrificadas da produção high tech

a amazônia é um sítio único deste planeta e com singularidade deve ser trabalhada pelo menos enquanto perdurar sua organização em estados nacionas para tanto devemos criar nosso próprio capitalismo [no sentido de adequamente autônomo] estruturado no desenvolmento sustentável com tecnologia limpa consumo inteligente etc etc [com políticas de oferta e demanda industriais e tecnológicas convergentes etc etc]

fiquem na luz! antônio josé

www.argo.com.br/

amazonidades: transformação de insumos e saberes da floresta amazônica em produtos (bens e serviços) e processos realizáveis ou realizados no mercado - sentido econômico - resultante da aplicação de capital local (empreendedorismo) combinada com tecnologia limpa e endógena - sentido ideológico - condicionada por e ao mesmo tempo condicionando uma sustentabilidade sócio-ética-ambiental-ecológica - sentido civilizatório. vide uso em "redesenhando o projeto zfm: um estado de alerta!". o ideário, vertido à construção da liberdade política e independência econômica da amazônia e imanente à lógica do desenvolvimento sustentável, também pode ser encontrado nas reflexões de armando mendes e ozório fonseca. 14:19, 21 Maio 2007 (UTC) antônio josé botelho

economia de enclave (industrial): economia posta em um espaço (sub)periférico entendida como toda aquela que roda com capital e tecnologia exógenos, atraídos mediante vantagens competitivas estáticas (fundamentalmente incentivos fiscais), onde os lucros retornam aos donos do capital residentes em outras plagas e a tecnologia do chão de fábrica é inteiramente assimétrica com o chão da academia local, constituindo a passagem para uma economia auto-sustentada a construção de vantagens competitivas dinâmicas que oportunizarão não só a consolidação das firmas existentes mas, sobretudo, o desenvolvimento do empreendedorismo local a partir da emergência de empresas de base tecnológica, cujos produtos e processos estabeleçam sintonia com os insumos, os saberes e a cultura local (amazonidades para o caso dos locais do chão amazônico), enquanto estratégica de inserção positiva e inteligente no contexto da globalização contemporânea, assegurado o consumo local. o termo pode ser encontrado em "redesenhando o projeto zfm: um estado de alerta!". 13:47, 22 Maio 2007 (UTC) antônio josé botelho
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