PICICA: "A incapacidade de conferir o
devido lugar de destaque a um movimento horizontal e descentralizado vem
da hegemonia de uma lógica analítica estadocêntrica, que pressupõe a
unidade-homogeneidade do social e, assim, dos sujeitos. Por Gustavo Fernandes.
As jornadas de junho marcaram um momento
importante na história da sociedade brasileira. Não se espanta,
portanto, que toda uma extensa literatura acadêmica já tenha sido
escrita sobre os protestos que marcaram o ano de 2013. Contudo, alguns
autores apontam para certa dificuldade interpretativa em relação à
análise dessas manifestações multitudinárias. Além da complexidade de
pesquisar um contexto em constante movimento, Raúl Zibechi (2013) afirma
que “as análises pecaram por uma excessiva generalização e em algumas
ocasiões atribuíram um papel quase mágico às ‘redes sociais’ para ativar
milhões de pessoas”. Outros autores assinalam um peso excessivo dado
aos efeitos da repressão policial e à reação a essa repressão (LACERDA
& PERES, 2014).
Para tanto, uma série de orientações
metodológicas e analíticas foi elaborada por esses analistas de modo a
permitir uma melhor compreensão do que se convencionou denominar como
“jornadas de junho”. É nesse sentido que os cuidados propostos por
Bringel (2013) visam evitar um conjunto de miopias na análise das
manifestações que surpreenderam país afora em 2013. O autor destaca
quatro miopias centrais, a saber: 1) miopia temporal presente/passado;
2) miopia da política; 3) miopia do visível; 4) e miopia dos resultados."
Por uma nova compreensão das Jornadas de Junho: formas descentralizadas de ação política e crítica ao “espontaneísmo” analítico
12 de fevereiro de 2015
A incapacidade de conferir o
devido lugar de destaque a um movimento horizontal e descentralizado vem
da hegemonia de uma lógica analítica estadocêntrica, que pressupõe a
unidade-homogeneidade do social e, assim, dos sujeitos. Por Gustavo Fernandes.
As jornadas de junho marcaram um momento
importante na história da sociedade brasileira. Não se espanta,
portanto, que toda uma extensa literatura acadêmica já tenha sido
escrita sobre os protestos que marcaram o ano de 2013. Contudo, alguns
autores apontam para certa dificuldade interpretativa em relação à
análise dessas manifestações multitudinárias. Além da complexidade de
pesquisar um contexto em constante movimento, Raúl Zibechi (2013) afirma
que “as análises pecaram por uma excessiva generalização e em algumas
ocasiões atribuíram um papel quase mágico às ‘redes sociais’ para ativar
milhões de pessoas”. Outros autores assinalam um peso excessivo dado
aos efeitos da repressão policial e à reação a essa repressão (LACERDA
& PERES, 2014).
Para tanto, uma série de orientações
metodológicas e analíticas foi elaborada por esses analistas de modo a
permitir uma melhor compreensão do que se convencionou denominar como
“jornadas de junho”. É nesse sentido que os cuidados propostos por
Bringel (2013) visam evitar um conjunto de miopias na análise das
manifestações que surpreenderam país afora em 2013. O autor destaca
quatro miopias centrais, a saber: 1) miopia temporal presente/passado;
2) miopia da política; 3) miopia do visível; 4) e miopia dos resultados.
A
primeira miopia tende a sobredimensionar as lutas atuais,
apresentando-as como novos “mitos fundadores”. A segunda delimita a ação
política apenas à sua dimensão político-institucional, excluindo assim
qualquer possibilidade de compreensão da reinvenção da política e do
político a partir de práxis sociais emergentes. Já a miopia do visível
diz respeito à limitação das mobilizações contemporâneas à sua face
visível apresentada nas ruas e nas praças, “sendo incapaz de captar os
sentidos das redes submersas, suas identidades e os significados das
dimensões invisíveis para um observador externo” (ibid.). A última
miopia, consequente das anteriores, refere-se à restrição da
interpretação dessas mobilizações aos seus impactos políticos e às
dimensões “mensuráveis” da ação coletiva.
Crítica à espontaneidade das manifestações multitudinárias a partir da noção de processo histórico
Raúl Zibechi (2013), por sua vez, chama a
atenção para a problemática de tratar essas manifestações em massa a
partir de sua “espontaneidade”, ou seja, conceber as mobilizações como
fenômenos que emergiram subitamente somente devido a fatores pontuais e
externos (no caso, o aumento da passagem de ônibus, a articulação via
redes sociais e a repressão policial) e de forma fragmentada, sem uma
coesão ou uma centralização das pautas reivindicadas [1].
Ao percorrer a história de um dos personagens fundamentais das jornadas
de junho, o Movimento Passe Livre (MPL), desde a sua fundação em 2005
em uma plenária do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o autor
demonstra que, na verdade, “não existiu espontaneidade e sim uma
massificação dos movimentos” (ibid.) [2]. A emersão de
revoltas populares em reação ao aumento da passagem de ônibus e das más
condições desse serviço não é um fenômeno novo na sociedade brasileira;
pelo contrário, desde 2003 o país vem vivenciando uma série de
manifestações, bloqueios de avenidas e ruas, destruição de catracas,
depredação de ônibus e ocupações de terminais de transporte. Incluem-se
aqui grandes revoltas como as de Salvador em 2003, de Florianópolis em
2004 e 2005 e os protestos em São Paulo no ano de 2011 [3].
Entre agosto e setembro de 2003, 40 mil
pessoas foram para as ruas de Salvador, Bahia, protestar contra o
aumento da passagem de 1,30 para 1,50 reais. Os manifestantes ocuparam
ruas e avenidas, bloquearam pontos centrais para a circulação da cidade e
enfrentaram as forças policiais. Essa onda de protestos ficou conhecida
como “Revolta do Buzu” e é considerada por ativistas como a grande
referência no nascimento do movimento pela passagem gratuita
(NASCIMENTO, 2009). Já em Florianópolis, a Campanha pelo Passe Livre
Estudantil ganhava forma desde 2000, quando a organização Juventude
Revolução, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), desenvolvia um
trabalho local ao levar o debate sobre o passe livre a colégios além de
promover pequenas passeatas. Este trabalho criou as condições para que,
em 2004, entre 15 e 20 mil estudantes se mobilizassem em manifestações
em uma cidade de 400 mil habitantes, episódio posteriormente denominado
como “Revolta da Catraca” (CRUZ & CUNHA, 2009; COLETIVO MARIA TONHA,
2013). Ambos os momentos são tidos como referências-chaves na fundação
do Movimento Passe Livre (MPL-SP, 2013).
Em São Paulo, cidade a qual ocupou um
espaço de grande visibilidade durante as jornadas de junho, o setor
regional do MPL vinha realizando debates sobre o passe livre desde 2005,
organizando paralelamente manifestações em 2006 e 2010. Em 2011, o
MPL-SP conseguiu reunir mais de 5 mil pessoas em um protesto. No mesmo
ano, manifestações em Belém e em Porto Velho conseguiram reverter o
aumento das tarifas na primeira cidade e suspendê-lo por duas semanas na
capital rondoniense (LACERDA; PERES, 2014). Dessarte, torna-se claro
que mobilidade urbana e passe livre são temas que não surgiram apenas a
partir das mobilizações populares de 2013. Adalberto Cardoso (2013)
demonstra como que a questão do ônibus, considerada como o grande
estopim das manifestações de julho quando sua tarifa foi aumentada em
várias cidades brasileiras, constitui-se em um objeto de revolta antiga
que perdura na população nacional. Pesquisando em um jornal de grande
circulação pelo termo “ônibus incendiado” o sociólogo deparou com 559
ocorrências entre novembro de 2011 e junho de 2013. Esse índice implica
em
quase uma notícia por dia sobre depredação de ônibus, em média. A grande maioria dos incêndios foi provocada por “criminosos”, “bandidos” ou “traficantes”, termos intercambiáveis na cobertura do jornal, e por vezes eles ganham estatuto de grande acontecimento (CARDOSO, 2013).
O que Cardoso argumenta é que o tema da
mobilidade é uma questão cara e central para a população brasileira, o
que a transforma não em um estopim qualquer, mas em algo que é central
na vida dessa população uma vez que ela representa um
elemento de uma síndrome de recursos inscritos no território que dá materialidade ao que as jornadas de junho popularizaram como “direito à cidade” […] Sem mobilidade os espaços da cidade se tornam privilégios de uns (quando plenos de recursos) ou condenação de outros (quando privado deles), e a impossibilidade ou a dificuldade reiterada de trânsito entre uns e outros pode consolidar mundos segregados, mesmo que em termos jamais absolutos, já que a “miséria” ou o “privilégio” são parte da compreensão do mundo disponível aos citadinos, e a “opressão” de uns é vivida como injusta porque comparada com o “privilégio” de outros (ibid., grifos do autor).
Resgatar o processo histórico da
trajetória e dos sentidos das revoltas relacionadas ao sistema de
transporte coletivo, em especial o ônibus, mostra-se fundamental, dado
que “percorrer os caminhos dos fluxos de inspiração que cada mobilização
produz sobre as outras nos fornece elementos para irmos além da face
visível das manifestações” (LACERDA; PERES, 2013), evitando, dessarte, a
miopia do visível. Além disso, auxilia também a nos prevenir de outra
miopia, no caso, a temporal presente/passado, ao analisar as
manifestações como um processo em movimento. Torna-se evidente como as
jornadas de junho se beneficiaram de um acúmulo produzido por
mobilizações anteriores a essas que, por meio de suas redes, ocultas ou
não, produziram uma nova cultura política que surgiu como alternativa
aos modos de luta e de organização existentes que não conseguiam mais
dar resposta aos desafios impostos pela ordem social vigente [4].
Nesse sentido, Zibechi afirma que as
revoltas que ocorreram em 2003 e 2004, além da fundação do MPL em 2005,
“rechaçaram categoricamente a cultura organizacional burocrática ao
destacarem a horizontalidade, ou seja, uma direção coletiva e não
individual, o consenso para que maiorias não sejam consolidadas, e a
autonomia frente ao Estado e a partidos políticos” (ZIBECHI, 2013). Boa
parte dos elementos constituintes das manifestações multitudinárias de
2013 provém desse acúmulo prévio, o que torna equivocado categorizar as
jornadas de junho como um novo “mito fundador”.
Na
mesma direção, Bringel analisa esses protestos com base na distinção
analítica proposta por Doug McAdam entre “movimentos iniciadores” e
“movimentos derivados”, em que os “primeiros seriam responsáveis por
identificar brechas, realizar enquadramentos provisórios, agitar e
encorajar a mobilização social” enquanto os segundos são os “derivados”,
“intérpretes criativos” do cenário aberto pelos primeiros, quando estes
são bem-sucedidos (WALSH-RUSSO, 2004; BRINGEL, 2013). O Movimento Passe
Livre seria, assim, um dos “movimentos madrugadores que acenderam a
chama da mobilização social” no cenário brasileiro, onde “por meio da
reivindicação do passe livre estudantil, [o MPL] abriu um campo de
conflito e de debate mais amplo sobre o transporte coletivo urbano”
(BRINGEL, 2013).
Crítica à centralização: uma nova cultura política rizomática e fragmentada
Contudo, apesar do protagonismo do MPL,
seu repertório de ações transcendeu as fronteiras do próprio movimento e
foi apropriado por outros grupos e organizações, espontâneas ou não,
que estavam desenvolvendo processos similares [5]. A
experiência organizativa do MPL acabou por influenciar militantes
envolvidos em outros tipos de ações políticas que não diziam respeito
apenas à questão do transporte público (ZIBECHI, 2013). O ponto central
aqui, apontado por Bringel, é que
ao contrário do previsto pelas teorias dos movimentos sociais, os movimentos derivados aproveitaram-se, no Brasil, dos espaços abertos pelas mobilizações iniciais, sem, contudo, manter laços fortes, enquadramentos sociopolíticos, formas organizativas, referências ideológicas e repertórios de mobilização que os una ao MPL e/ou a outros iniciadores. Essa aparente desconexão relaciona-se a um fenômeno que gostaria de denominar como desbordamento societário, ou seja, quando na difusão de setores mais mobilizados e organizados a setores menos mobilizadores e organizados, os grupos iniciadores acabam absolutamente ultrapassados (BRINGEL, 2013, grifos do autor).
O processo relatado por Bringel em muito
advém da forma como os próprios movimentos iniciadores, no caso o MPL,
se organizaram. No Segundo Encontro Nacional do Movimento Passe Livre,
organizado em julho de 2005 em Campinas, São Paulo, o grupo presenciou
sua primeira tentativa de cooptação por parte de partidos da esquerda
radical que buscavam modificar as resoluções deliberadas em Porto Alegre
[6]. Diante dessa ameaça, a plenária reafirmou as suas
posições de horizontalidade e de independência, além de decidir que o
movimento se constituiria a partir de uma “federação de grupos”, com um
Grupo de Trabalho Federal ao invés de uma coordenação, evitando um
caráter mais hierárquico no referente ao modelo organizacional do
movimento (MPL, 2005).
O próprio MPL, por conseguinte, faz
parte dessa nova cultura política que ressalta não só uma maior
horizontalidade e descentralização dos modelos organizacionais, como
também opera em espaços politizados além dos canais políticos
tradicionais-institucionais. As ruas, as praças, os espaços públicos de
discussão, como escolas e colégios, tornam-se o locus da práxis
política. O processo de transcendência das formas de ação de uma
organização como o MPL faz parte do próprio repertório de práticas do
mesmo. O levante de junho e as redes que foram sendo construídas no
Brasil retomaram “uma matriz mais libertária e autônoma, polêmica e
complexa para o conjunto da esquerda brasileira”, onde emerge “um novo
tipo de ação política viral, rizomática e difusa” (BRINGEL, 2013).
O
fato das jornadas de junho terem sido avaliadas a partir da sua
“espontaneidade” – onde fatores externos, como a repressão policial e o
papel das redes sociais, ganharam um sobrepeso indevido em relação a
fatores internos ao movimento, como o processo de articulação,
organização e disseminação que começou a ser construído muito antes de
2013 – muito se deve à forma como os movimentos sociais são vistos por
parte da esquerda tanto política quanto acadêmica. Zibechi, em outro
texto, constata que não são poucos os dirigentes políticos e acadêmicos
que criticam a fragmentação e dispersão que os movimentos sociais estão
sofrendo. Além disso, “ambos os fatos são observados como problemas a
superar através da centralização e da unificação” (ZIBECHI, 2007).
Argumentamos que essa fragmentação e dispersão, todavia, fazem parte
dessa nova cultura política e do novo repertório de ação, para o qual o
Movimento Passe Livre se apresenta como exemplo.
Isto posto, não é de se surpreender que
fatores externos tenham sido sobrevalorizados na compreensão das
jornadas de junho; o caráter horizontal e descentralizado do MPL
impossibilitou que alguns acadêmicos e militantes pudessem conferir o
protagonismo apropriado ao Movimento na fomentação das manifestações
multitudinárias, mesmo que este depois tenha sido superado por processos
derivados. Concordamos com Zibechi (2007) que a criação e recriação dos
laços sociais constituintes de um movimento não necessariamente
necessitam de nenhum tipo de articulação voltada para a centralização ou
para a unificação. A concepção de militância proposta pelo MPL caminha
nesse sentido ao basear a sua ética na rejeição da separação entre
“palavras e fatos […], entre a vida pessoal e a coletiva, e também entre
quem toma as decisões e quem as executa, aspectos que marcham na
contracorrente da cultura política hegemônica, mesmo nos partidos de
esquerda” (ZIBECHI, 2013).
A incapacidade de conferir o devido
lugar de destaque a um movimento horizontal e descentralizado vem da
hegemonia de uma lógica analítica “estadocêntrica, que pressupõe a
unidade-homogeneidade do social e, assim, dos sujeitos” (ZIBECHI, 2007).
Considera-se que a regra do ser sujeito implica em algum grau de
unidade, homogeneidade e não-fragmentação. As dificuldades
interpretativas das práticas e dos sentidos referentes às jornadas de
junho derivam da combinação desse viés analítico estadocentrista com a
miopia do visível (onde são ignoradas as redes submersas que vêm sendo
construídas há anos) e com a miopia da política (onde a análise é
restrita apenas ao político-institucional, evitando assim a chamada
“reinvenção da política”, ou seja, a busca de novos espaços para atuação
política uma vez que o acesso aos canais tradicionais-institucionais
são restritos à apenas uma parcela minoritária da população). Conforme
afirma Zibechi, “tanto os partidos de esquerda como os acadêmicos
interessados nos movimentos sociais seguem sustentando uma suposta
centralidade da política, como se os movimentos não fossem políticos e
como se a inexistência de um ‘plano detalhado’ e, por tanto, de uma
direção, convertesse os movimentos em não-políticos” (ZIBECHI, 2007).
À guisa de conclusão
Torna-se
necessário, portanto, mudar as formas através das quais analisamos e
enfocamos as revoltas multitudinárias e as formas emergentes e
descentralizadas de ação política no Brasil, de modo a permitir
visualizar as invisibilidades e os lugares ocultos que constituem esses
novos movimentos sociais e que escapam à conceptualização acadêmica,
estadocentrista e unitária. Esses movimentos já demonstraram serem
portadores de uma ampla potencialidade no referente à modificação do
mundo social. Portanto, segundo Bringel, estamos diante de um grande
desafio teórico e político, pois o cenário atual nos exige “adaptar e
renovar nossas formas de luta e de interpretação das ações coletivas
diante de atuações mais invisíveis, com maior protagonismo da agência
individual, da configuração de novos atores, de militâncias múltiplas e
organizações mais descentradas (conquanto não espontâneas) e de
repertórios mais mediáticos e performáticos” (BRINGEL, 2013). Em vista
disso, novos referenciais teóricos e metodológicos necessitam ser
elaborados para dar conta da complexidade dos fenômenos que estão sendo
construídos e que culminaram nas grandes revoltas das jornadas de junho
que presenciamos país afora.
Notas
[1] O artigo de Javier Alejandro Lifschitz (2013) é um
exemplo de argumentação que estabelece uma relação causal entre
repressão policial e reação à repressão. Já os textos de José dos Santos
e Valmaria Santos (2013) e Leonardo Sakamoto (2013) ilustram essa
sobrevalorização do papel das redes sociais nas manifestações.
[2] Devido aos limites desse artigo, a trajetória
história do Movimento Passe Livre não é amplamente debatida. Para uma
maior compreensão desse processo, ver, além do trabalho de Zibechi, os
textos de Leo Vinicius (2005), Lucas Legume e Mariana Toledo (2011),
Adriana Saraiva (2013) e, por fim, um texto do próprio Movimento Passe
Livre-SP (2013).
[3] Nesse sentido, assim como Lacerda e Peres (2014),
também concordamos com José Arbex Jr. (2013) quando este afirma que as
manifestações de junho já vinham se anunciado há tempos.
[4] Raúl Zibechi (2013) aponta a Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT) como exemplos
ilustrativos de modos de luta e organização, criadas após o fim da
ditadura civil-militar, que não dão mais conta de responder a esses
desafios.
[5] Entendo por repertórios como um conjunto de formas
de ação coletiva familiares que estão disponíveis à disposição das
pessoas ordinárias (ALONSO, 2012).
[6] Os partidos eram o Partido Operário Revolucionário (T-POR) e a Construção ao Socialismo (CAS).
REFERÊNCIAS
ALONSO, Angela. (2012), “Repertório, segundo Charles Tilly: história de
um conceito”. Sociologia e Antropologia. Vol. 2, nº 3, pp. 21-41.
ARBEX JR., José. (2013), “Conjuntura no Brasil pode desembocar em crise revolucionária”. Viromundo, julho de 2013. Disponível aqui. Acesso em 10 de agosto de 2014.
BRINGEL, Breno. (2013), “Miopias, sentidos e tendências do levante brasileiro de 2013”. Revista Insight e Inteligência, ano XVI, jul-set 2013, pg. 43-51.
CARDOSO, Adalberto. (2013), “As jornadas de junho e a mercantilização da vida coletiva”. Revista Insight e Inteligência, ano XVI, jul-set 2013, pg. 23-30.
COLETIVO MARIA TONHA. (2013), “Ele ajudou a fundar o Movimento Passe Livre, entrevista com Marcelo Pomar”. Disponível aqui. Acesso em 12 de agosto de 2014.
CRUZ, Carolina & CUNHA, Leonardo Alves da. (2009), “Sobre os 5 anos das Revoltas da Catraca”. Disponível aqui. Acesso em 10 de agosto de 2014.
LACERDA, Renata & PERES, Thiago. (2014), “Jornadas de junho: explorando os sentidos da indignação social contemporânea no Brasil”. Revista Enfoques. Rio de Janeiro, v. 13, nº 1, pp. 43-72.
LEGUME, Lucas & TOLEDO, Mariana. (2011), “O Movimento Passe Livre São Paulo e a Tarifa Zero”. Disponível aqui. Acesso em 11 de agosto de 2014.
LIFSCHITZ, Javier Alejandro. (2013), “Sobre as manifestações de junho e suas máscaras”. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social. São Paulo, v. 6, nº 4, pp. 669-715.
MPL (Movimento Passe Livre). (2005), “MPL reafirma seu caráter independente e horizontal”. Disponível aqui. Acesso em 11 de agosto de 2014.
MPL-SP (Movimento Passe Livre – São Paulo). (2013), “Não começou em Salvador, não vai terminar em São Paulo”. In: ROLNIK, Raquel et al. Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
NASCIMENTO, Manoel. (2009), “Teses sobre a Revolta do Buzu”. Disponível aqui. Acesso em 12 de agosto de 2014.
SAKAMOTO, Leonardo. (2013), “Em São Paulo, o Facebook e o Twitter foram às ruas”. In: ROLNIK, Raquel et al. Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
SANTOS, José Erimar dos; SANTOS, Valmaria Lemos da Costa. (2013), “Geografia dos protestos e meio comunicacional: redes sociais digitais e manifestações populares”. Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais. Recife, v. 2, nº 2, pp. 7-28.
SARAIVA, Adriana. (2013), “O MPL e as ‘manifestações de junho’ no Brasil”, Disponível aqui. Acesso em 8 de agosto de 2014.
VINICIUS, Leo. (2005), “A guerra da tarifa 2005. Uma visão de dentro do Movimento Passe-Livre em Floripa”. São Paulo: Faísca.
WALSH-RUSSO, Cecelia. (2004), “Diffusion and Social Movements: A review of the literature”. New York: Columbia University. Department of Sociology.
ZIBECHI, Raúl. (2007), Autonomías y emancipaciones, América Latina en movimiento. Lima: Universidad Nacional Mayor de San Marcos.
_. (2013), “Debajo y detrás de las grandes movilizaciones”. Observatorio Social de América Latina. Ano XIV, nº 34, publicação semestral, novembro de 2013, CLACSO.
ARBEX JR., José. (2013), “Conjuntura no Brasil pode desembocar em crise revolucionária”. Viromundo, julho de 2013. Disponível aqui. Acesso em 10 de agosto de 2014.
BRINGEL, Breno. (2013), “Miopias, sentidos e tendências do levante brasileiro de 2013”. Revista Insight e Inteligência, ano XVI, jul-set 2013, pg. 43-51.
CARDOSO, Adalberto. (2013), “As jornadas de junho e a mercantilização da vida coletiva”. Revista Insight e Inteligência, ano XVI, jul-set 2013, pg. 23-30.
COLETIVO MARIA TONHA. (2013), “Ele ajudou a fundar o Movimento Passe Livre, entrevista com Marcelo Pomar”. Disponível aqui. Acesso em 12 de agosto de 2014.
CRUZ, Carolina & CUNHA, Leonardo Alves da. (2009), “Sobre os 5 anos das Revoltas da Catraca”. Disponível aqui. Acesso em 10 de agosto de 2014.
LACERDA, Renata & PERES, Thiago. (2014), “Jornadas de junho: explorando os sentidos da indignação social contemporânea no Brasil”. Revista Enfoques. Rio de Janeiro, v. 13, nº 1, pp. 43-72.
LEGUME, Lucas & TOLEDO, Mariana. (2011), “O Movimento Passe Livre São Paulo e a Tarifa Zero”. Disponível aqui. Acesso em 11 de agosto de 2014.
LIFSCHITZ, Javier Alejandro. (2013), “Sobre as manifestações de junho e suas máscaras”. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social. São Paulo, v. 6, nº 4, pp. 669-715.
MPL (Movimento Passe Livre). (2005), “MPL reafirma seu caráter independente e horizontal”. Disponível aqui. Acesso em 11 de agosto de 2014.
MPL-SP (Movimento Passe Livre – São Paulo). (2013), “Não começou em Salvador, não vai terminar em São Paulo”. In: ROLNIK, Raquel et al. Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
NASCIMENTO, Manoel. (2009), “Teses sobre a Revolta do Buzu”. Disponível aqui. Acesso em 12 de agosto de 2014.
SAKAMOTO, Leonardo. (2013), “Em São Paulo, o Facebook e o Twitter foram às ruas”. In: ROLNIK, Raquel et al. Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
SANTOS, José Erimar dos; SANTOS, Valmaria Lemos da Costa. (2013), “Geografia dos protestos e meio comunicacional: redes sociais digitais e manifestações populares”. Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais. Recife, v. 2, nº 2, pp. 7-28.
SARAIVA, Adriana. (2013), “O MPL e as ‘manifestações de junho’ no Brasil”, Disponível aqui. Acesso em 8 de agosto de 2014.
VINICIUS, Leo. (2005), “A guerra da tarifa 2005. Uma visão de dentro do Movimento Passe-Livre em Floripa”. São Paulo: Faísca.
WALSH-RUSSO, Cecelia. (2004), “Diffusion and Social Movements: A review of the literature”. New York: Columbia University. Department of Sociology.
ZIBECHI, Raúl. (2007), Autonomías y emancipaciones, América Latina en movimiento. Lima: Universidad Nacional Mayor de San Marcos.
_. (2013), “Debajo y detrás de las grandes movilizaciones”. Observatorio Social de América Latina. Ano XIV, nº 34, publicação semestral, novembro de 2013, CLACSO.
Sobre o autor
Gustavo Fernandes é mestrando em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é membro do coletivo de midiativismo Rede de Informações Anarquistas (RIA) e atua no Grupo de Educação Popular (GEP).
Sobre o artigo
O presente texto faz parte de um artigo maior apresentado no I Seminário Internacional Poder Popular na América Latina, um evento acadêmico-militante que aconteceu no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro entre os dias 25 e 28 de novembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário