PICICA: "Sem Mia Farrow, Woody Allen voltou a achar graça na vida – e nós saímos ganhando. Em Poderosa Afrodite, ele brinca com o tema predileto da sua ex-mulher (e que os levou à separação tumultuada e escandolosa), a adoção de filhos. O
próprio diretor faz o papel de um escritor cuja mulher insiste em
adotar uma criança recém-nascida; quando o garoto se demonstra um
superdotado, inteligentíssimo, o pai não resiste à curiosidade de
descobrir quem é a mãe biológica. A busca por ela, mais tarde o
encontro, as muitas surpresas que vêm depois, tudo é hilariante,
escrachado – e inteligente. Woody Allen mistura música grega para
turista, heróis da mitologia, figuras da psicanálise e um engraçadíssimo
coro como os de teatro clássico da Grécia antiga para falar de destino,
tragédia, sentido da vida. A cena final, um brilho puro, dá vontade de
aplaudir de pé."
PoderosaAfrodita
Poderosa Afrodite / Mighty Aphrodite
Nota:
Resenha para a revista Bárbara, em 1996: Sem Mia Farrow, Woody Allen voltou a achar graça na vida – e nós saímos ganhando. Em Poderosa Afrodite, ele brinca com o tema predileto da sua ex-mulher (e que os levou à separação tumultuada e escandolosa), a adoção de filhos. O próprio diretor faz o papel de um escritor cuja mulher insiste em adotar uma criança recém-nascida; quando o garoto se demonstra um superdotado, inteligentíssimo, o pai não resiste à curiosidade de descobrir quem é a mãe biológica. A busca por ela, mais tarde o encontro, as muitas surpresas que vêm depois, tudo é hilariante, escrachado – e inteligente. Woody Allen mistura música grega para turista, heróis da mitologia, figuras da psicanálise e um engraçadíssimo coro como os de teatro clássico da Grécia antiga para falar de destino, tragédia, sentido da vida. A cena final, um brilho puro, dá vontade de aplaudir de pé.
Anotação pessoal em 1996: Maravilha. Woody Allen usa música grega pra turista e um engraçadíssimo coro de tragédia grega tradicional para falar de destino, tragédia, o que é a vida, paternidade, adoção. Segundo filme, junto com Tiros na Broadway, depois da separação de Mia Farrow, e segunda comédia escrachada de novo, como antes da fase Bergman. Não que a fase Bergman seja pior. É só que, sem Mia Farrow, ele voltou a gostar da vida.
É brilho puro a ironia final, o encontro do personagem dele com o de Mira Sorvino, numa loja, um templo do consumo, ele pai do filho dela, ela pai do filho dele, e o coro da tragédia grega falando que a vida é assim, estranha, esquista, mas boa.
Poderosa Afrodite/Mighty Aphrodite
De Woody Allen, EUA, 1995.
Com Woody Allen, Mira Sorvino, F.Murray Abraham, Helena Bonham Carter, Claire Bloom, Olympia Dukakis, Jack Warden
Argumento e roteiro Woody Allen
Cor, 95 min.
Fonte: 50 Anos de Filmes
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