PICICA: "As fotos de Thomaz Farkas aqui postadas são para matar saudades de
uma figura que muitos dos amigos e admiradores do Avellar não chegaram a
conhecer."
Sobre os caracóis do Avellar
Alfredo Ribeiro
Festival de Cinema de Viña del Mar, no Chile, meados dos anos 1960. Foi tudo – e não é pouco – que, quando perguntado, Thomaz Farkas (1924-2011) lembrou sobre as circunstâncias dessas suas fotos, cuja identificação dos personagens está anotada à mão pelo fotógrafo no verso das cópias guardadas no acervo de 34 mil imagens com a mesma assinatura preservadas pelo IMS desde 2007.
É bem provável que as fotos sejam de 1967, batidas durante a edição inaugural do evento convocado como Primeiro Encontro Latino-Americano de Cinema. Numa varredura pelo Google, confirma-se que na ocasião lá estiveram, além do próprio Farkas – produtor de Viramundo, de Geraldo Sarno, prêmio de Melhor Documentário do festival naquele ano –, o lendário cubano Santiago Alvarez e o brasileiro Sérgio Muniz, dois dos que aparecem nas fotos.
Nesta mesma época, Paulo Rufino e Ana Carolina – a moça e o barbudo das fotos – também atuavam na chamada Caravana Farkas, grupo de cineastas paulistas engajados numa série de documentários de cunho social realizada em plena ditadura. José Carlos Avellar, com o curta-metragem Treiler (1965) no currículo de cineasta, faria depois direção de fotografia do média censurado Manhã Cinzenta (1969), de Olney São Paulo. Todos eles – Rufino, Ana Carolina, Avellar e Olney – estão nessas fotos. Eram da mesma turma, enfim.
Só não dá para cravar que era 1967, porque nos anos que se seguiram, pelo menos até o golpe militar de 1973 no Chile, o Festival de Viña del Mar virou um ponto de encontro de quem pensava cinema na América Latina. Pode ser que Thomaz Farkas tenha feito estas fotos em 1968, mas isso aqui não vem ao caso.
Rigor histórico à parte, o que nessas imagens salta aos olhos de quem tem um mínimo de intimidade com o mundo do cinema é o Avellar de pelo preto na cabeça. Um choque para quem, faz tempo, convivia com o que ele tinha de melhor embaixo dos caracóis de seus cabelos brancos, marca registrada de sua figura.
No domingo (20/03), durante o último adeus a Avellar, Cláudia Duarte lembrou numa roda de amigos o episódio de uma criança que durante uma festinha enxergou certa familiaridade entre seu marido e um daqueles arranjos com ovos de codornas espetados num repolho.
As fotos de Thomaz Farkas aqui postadas são para matar saudades de uma figura que muitos dos amigos e admiradores do Avellar não chegaram a conhecer.
Fonte: BLOG DO IMSFestival de Cinema de Viña del Mar, no Chile, meados dos anos 1960. Foi tudo – e não é pouco – que, quando perguntado, Thomaz Farkas (1924-2011) lembrou sobre as circunstâncias dessas suas fotos, cuja identificação dos personagens está anotada à mão pelo fotógrafo no verso das cópias guardadas no acervo de 34 mil imagens com a mesma assinatura preservadas pelo IMS desde 2007.
É bem provável que as fotos sejam de 1967, batidas durante a edição inaugural do evento convocado como Primeiro Encontro Latino-Americano de Cinema. Numa varredura pelo Google, confirma-se que na ocasião lá estiveram, além do próprio Farkas – produtor de Viramundo, de Geraldo Sarno, prêmio de Melhor Documentário do festival naquele ano –, o lendário cubano Santiago Alvarez e o brasileiro Sérgio Muniz, dois dos que aparecem nas fotos.
Nesta mesma época, Paulo Rufino e Ana Carolina – a moça e o barbudo das fotos – também atuavam na chamada Caravana Farkas, grupo de cineastas paulistas engajados numa série de documentários de cunho social realizada em plena ditadura. José Carlos Avellar, com o curta-metragem Treiler (1965) no currículo de cineasta, faria depois direção de fotografia do média censurado Manhã Cinzenta (1969), de Olney São Paulo. Todos eles – Rufino, Ana Carolina, Avellar e Olney – estão nessas fotos. Eram da mesma turma, enfim.
Só não dá para cravar que era 1967, porque nos anos que se seguiram, pelo menos até o golpe militar de 1973 no Chile, o Festival de Viña del Mar virou um ponto de encontro de quem pensava cinema na América Latina. Pode ser que Thomaz Farkas tenha feito estas fotos em 1968, mas isso aqui não vem ao caso.
Rigor histórico à parte, o que nessas imagens salta aos olhos de quem tem um mínimo de intimidade com o mundo do cinema é o Avellar de pelo preto na cabeça. Um choque para quem, faz tempo, convivia com o que ele tinha de melhor embaixo dos caracóis de seus cabelos brancos, marca registrada de sua figura.
No domingo (20/03), durante o último adeus a Avellar, Cláudia Duarte lembrou numa roda de amigos o episódio de uma criança que durante uma festinha enxergou certa familiaridade entre seu marido e um daqueles arranjos com ovos de codornas espetados num repolho.
As fotos de Thomaz Farkas aqui postadas são para matar saudades de uma figura que muitos dos amigos e admiradores do Avellar não chegaram a conhecer.
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