Políticos marotos - O texto abaixo é o do meu amigo de infância Belmirinho Vianez. Belmirinho, para mim e para os que gozam da sua amizade. Para o público trata-se de Belmiro Vianez Filho, empresário, que, atualmente, dirige o Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
Na Coluna "Na Mira do Belmiro" desta semana, o amigo mata duas cobras marotas da política baré. Um deles recebeu na pia batismal o nome de Sabino Castelo Branco, o outro atende pelo nome de Carlos Souza. Ambos se elegeram à Câmara dos Deputados por conta das contradições sociais intensificadas pela Zona Franca de Manaus. São campões de votos, obtidos graças a programas de TV de ética duvidosa, de apelo fácil e caráter popularesco, que explora a insegurança nossa de cada dia.
A ascensão política e social dos nossos personagens - originalmente ligados a profissões modestas - deu-se menos pela decantada ausência de políticas públicas de segurança do que pelo modelo concentrador de renda em que é baseada a economia nacional. Taí nossas periferias que não me deixam entrar em contradição. As políticas de segurança não conseguem reduzir os índices de violência, produto da falta de acesso aos bens produzidos pela cultura e aos equipamentos da sociedade capitalista contemporânea. Razão pela qual há quem afirme que esse tipo de sociedade é cronicamente inviável.
No vácuo dessa realidade é que ambos se fizeram personalidades públicas, com a ajuda do canal 13 - TV Bandeirantes/Manaus -, de propriedade do ex-governador e ex-deputado federal Francisco Garcia, antigo correligionário do ex-governador Amazonino Mendes. Esse, um outro campeão de votos derrotado nas últimas eleições, que tenta voltar ao centro do poder municipal explorando as contradições da gestão atual.
A partir do momento em que a ambição política da dupla passou a atrapalhar o roteiro dos planos políticos do patrão - disposto a bancar a canditatura da filha, também deputada federal, Rebeca Garcia -, o jogo mudou. Ambos foram colocados no olho da rua. Mas, como tem sempre alguém disposto a bancar os dividendos que esse espólio político pode gerar, nossos personagens voltaram a cena televisiva. Pelo jeito - aspirantes ao cargo de vice-prefeitos - estão a cobrar caro o cacife amealhado nesse período, ante do declínio em que esse tipo de trajetória política costuma descambar.
Com vocês, Belmirinho Vianez:
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"Enquanto as questões da Reforma Tributária davam sinal das primeiras labaredas do acirramento entre os Estados, e o Planalto se mobilizava para evitar que o Congresso fizesse justiça com o reajuste dos proventos dos trabalhadores aposentados, dois parlamentares federais do Amazonas disputavam quem tinha maior intimidade ou influência com um traficante que seqüestrou duas mulheres na terça-feira passada. Lá, no bairro da Santa Etelvina, ora pro nobis, onde a polícia militar já havia assumido o controle da situação, os deputados não faziam jus à generosa verba que o contribuinte lhes repassa religiosamente todo santo mês. Santo para eles, não para os trabalhadores que remuneram essa representação marota, improvisada e distorcida que descuida os reais interesses de quem constrói o país com o suor do próprio rosto. Não é à-toa que a opinião pública se defende com doses cada vez mais cavalares de desconfiança com relação à classe política".
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