PICICA: "Publicado em 10 de out de 2013
Passados 24 anos desde a construção da usina, permanecem as discussões sobre como minimizar danos ambientais da empreitada"
EM TEMPO: A propósito de uma postagem de Gleice Oliveira sobre "o apodrecimento da Amazônia na beira dos lagos e das hidrelétricas, escrevei sobre o silêncio do PT do Amazonas sobre as hidrelétricas na Amazônia, corroborando Egydio Schwade, uma das raras vozes a quebrar esse pernicioso silêncio:
- Egydio Schwade Depois de Balbina, este Monumento à Insanidade Humana, que visitei com Lula a minha esquerda e o então Presidente do PC do B a minha direita, durante o segundo turno das eleições de 1989, para mostrar a eles uma obra que nunca mais deveria ser repetida na Amazônia... É realmente humilhante prá gente ver que o próprio Lula e a sucessora indicada por ele, tantas vezes imitaram em seus governos iguais besteiras, urbanagens, agressões e devastações contra a natureza, os povos e as populações da Amazônia.
Rogelio Casado Sou testemunha de que Egydio Schwade
é uma das raras vozes a defender as populações da Amazônia, sobretudo
quando o assunto é hidrelétrica. Tive o privilégio de entrevistá-lo
durante a realização do vídeo "Balbina no País da Impunidade",
disponível no blog do Rogelio Casado, onde ele denuncia o
desaparecimento de aldeias Waimiri-atroaris, engolidas por ocasião da
construção da barragem. Lula recebeu uma cópia do vídeo num comício na
Praça da Saudade, em 1989, quando escalei o palanque para entregá-lo a
Marisa. Mais tarde Lula diria que os indígenas e quilombos eram um
entrave ao desenvolvimento da Amazônia, o que lhe custou uma crítica
severa da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha nas páginas da Revista
de História, da Biblioteca Nacional. Não por acaso os indígenas do
Amazonas, em sua grande maioria foram se afastando do PT. A política
neo-liberal do Partido dos Trabalhadores, sabe-se hoje, repetiria os
mesmos vícios dos velhos esquemas de poder, que tem na relação com
empreiteiras um asqueroso pacto político capaz de impor um silêncio
obsequioso a ampla maioria dos petistas, para quem velhas palavras de
ordem perderam seus sentidos. É hora de romper com as palavras de ordem
que regulam as sociedades disciplinares. É hora de desconstruir o espaço
destinado ao confinamento e ao adestramento, insuportável aos espíritos
livres. É hora de pôr fim à gentrificação urbana e rural (com perdão do
exagero conceitual) que máscara a relação do Estado com as velhas
raposas do empresariado nacional. Que venham os partidos-movimentos!
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