agosto 03, 2015

O desastre de Balbina (VALOR ECONÔMICO)

PICICA: "Publicado em 10 de out de 2013
Passados 24 anos desde a construção da usina, permanecem as discussões sobre como minimizar danos ambientais da empreitada"
EM TEMPO: A propósito de uma postagem de Gleice Oliveira sobre "o apodrecimento da Amazônia na beira dos lagos e das hidrelétricas, escrevei sobre o silêncio do PT do Amazonas sobre as hidrelétricas na Amazônia, corroborando Egydio Schwade, uma das raras vozes a quebrar esse pernicioso silêncio: 
  • Egydio Schwade Depois de Balbina, este Monumento à Insanidade Humana, que visitei com Lula a minha esquerda e o então Presidente do PC do B a minha direita, durante o segundo turno das eleições de 1989, para mostrar a eles uma obra que nunca mais deveria ser repetida na Amazônia... É realmente humilhante prá gente ver que o próprio Lula e a sucessora indicada por ele, tantas vezes imitaram em seus governos iguais besteiras, urbanagens, agressões e devastações contra a natureza, os povos e as populações da Amazônia.

  • Rogelio Casado Sou testemunha de que Egydio Schwade é uma das raras vozes a defender as populações da Amazônia, sobretudo quando o assunto é hidrelétrica. Tive o privilégio de entrevistá-lo durante a realização do vídeo "Balbina no País da Impunidade", disponível no blog do Rogelio Casado, onde ele denuncia o desaparecimento de aldeias Waimiri-atroaris, engolidas por ocasião da construção da barragem. Lula recebeu uma cópia do vídeo num comício na Praça da Saudade, em 1989, quando escalei o palanque para entregá-lo a Marisa. Mais tarde Lula diria que os indígenas e quilombos eram um entrave ao desenvolvimento da Amazônia, o que lhe custou uma crítica severa da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha nas páginas da Revista de História, da Biblioteca Nacional. Não por acaso os indígenas do Amazonas, em sua grande maioria foram se afastando do PT. A política neo-liberal do Partido dos Trabalhadores, sabe-se hoje, repetiria os mesmos vícios dos velhos esquemas de poder, que tem na relação com empreiteiras um asqueroso pacto político capaz de impor um silêncio obsequioso a ampla maioria dos petistas, para quem velhas palavras de ordem perderam seus sentidos. É hora de romper com as palavras de ordem que regulam as sociedades disciplinares. É hora de desconstruir o espaço destinado ao confinamento e ao adestramento, insuportável aos espíritos livres. É hora de pôr fim à gentrificação urbana e rural (com perdão do exagero conceitual) que máscara a relação do Estado com as velhas raposas do empresariado nacional. Que venham os partidos-movimentos!

O desastre de Balbina

Valor Econômico

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