março 07, 2008

Discórdia - ato I

12 de Janeiro de 2008
Ato de desagravo fortalece Marília Muricy, dos Direitos Humanos

Conforme o jornal A Tarde (12) noticia. O auditório da OAB/Bahia ficou lotado durante emocionado ato de desagravo à secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da Bahia, Marília Muricy. A advogada, de vasto currículo na luta pelos direitos humanos foi acusada pelo advogado Sérgio São Bernardo, demitido de um cargo de confiança da secretaria, de nada menos que "racismo". Os oradores não aceitaram a difamação. Enquanto 50 seguidores de Sérgio São Bernardo faziam manifestação pública, estudantes, ex-alunos, advogados, líderes sindicais e políticos se solidarizavam com Marília Muricy, que ressaltou: "fatos como este tornam nossas costas mais resistentes para novas chibatadas".

E eu digo mais: Você perdeu, Sérgio São Bernardo, e está arrastando para a lama pessoas íntegras do movimento negro.

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Oradores elogiam Marília Muricy

AUGUSTO QUEIROZ
politica@grupoatarde.com.br

O auditório da OAB-BA, na Piedade, ficou lotado ontem (11) pela manhã durante o ato de desagravo à secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Marília Muricy, acusada pelo advogado Sérgio São Bernardo de tê-lo demitido da Superintendência do Procon por racismo. O evento reuniu cerca de 130 pessoas, entre representantes de entidades de defesa dos direitos humanos, advogados, professores e alunos da Faculdade de Direito da Ufba.

Na mesa, personalidades, como o ex-governador Waldir Pires e o novo presidente do Conselho Estadual de Cultura, Emiliano José, o ex-presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB) Luiz Mott, e a militante do movimento indígena, Tainá Andrade. Os oradores enalteceram as virtudes morais da secretaria.

Segundo Waldir Pires, “Marília Muricy é um patrimônio da Bahia e do Brasil, que tem que ser preservado de denúncias vazias e sem fundamento”.

CHIBATADAS – A secretária chorou e disse que a democracia muitas vezes era um exercício duro. “Logo na entrada fui recepcionada por um manifestante do movimento negro com o cartaz ‘Droga de Ato. A racista acaba de entrar’. E, ao chegar aqui dentro, encontrei uma porção de gente carinhosa. Saio daqui fortalecida, sem raiva e cheia de felicidade, pois fatos como este tornam nossas costas mais resistentes para novas chibatadas”, disse.

Único negro presente à mesa e falando para uma platéia majoritariamente branca, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários da Bahia, Eduardo Cruz, disse que a secretária costuma dispensar “um tratamento honroso a todos os integrantes da secretaria, independente da sua origem étnica”.

Com um arranjo de penas no cabelo, a representante do movimento indígena, Tainá Andrade, atriz e professora, afirmou que não costumava sair “em defesa de qualquer um. Mas, pelo que conheço da doutora Marília, não creio que ela tenha sido capaz de uma atitude racista. Vivemos numa sociedade onde somos obrigados a nos identificar com outra raça e outra cultura.

Já pensou se fôssemos sair por aí acusando todo mundo?”, questionou.

Representante do Grupo Gay da Bahia no evento, Luiz Mott salientou que o fato de a mesa reunir representantes de várias minorias já era uma prova inconteste de “que a denúncia de racismo é incompatível com a carreira de vida de Marília Muricy.

Nem sempre os representantes dos grupos oprimidos têm razão”. Mott, que é professor da Ufba, disse que “na universidade mesmo tivemos um exemplo recente de um professor negro que abriu um processo de racismo porque não foi aprovado em primeiro lugar em um concurso”.

E concluiu: “É preciso parar com essa mania”.

O assessor de imprensa da OAB-BA, Rogério Paiva, salientou que “o ato não foi promoção da entidade, que apenas cedeu o espaço a pedido de estudantes de direito da Ufba. O espaço está aberto para o outro lado se manifestar também, caso deseje”.

# posted by Oldack Miranda/Everaldo de Jesus @ 8:25 AM

Fonte: Bahia de Fato

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