Por Dionnara Castro
Na roda do tempo
A quadrilha está aberta! Libertação da Ingrid Betancourt, nova lei seca de inteligência, passeatas proibidas judicialmente, ficha suja dos candidatos não revelada, ano de eleição municipal. Cabe até perguntar: o que nós temos com isto?Cabe até desistir, ou mesmo resistir, insistir. Intervir, ou não, em discussões que, como sabemos, ou não sabemos, vai definindo nossos valores e comportamentos. Cabe deixar tudo isto pra lá e ir à praia. Cabem até todas as ilusões dos consumos - de gentes e de bens. Pode sim. Por que não? Relembrada a passeata dos Cem Mil, coube à pergunta sobre o papel das novas lideranças, as próximas gerações. Sobre a sociedade líquida, onde para os ricos, tudo flui (não sem angústia). Enquanto os pobres continuam submersos, aprisionados no lugar da pobreza, é claro! Ditadores reeleitos na África, Comunidade Européia com traços xenofóbicos. Tudo isto acontecendo. Pode ser que você saia, dirija e coma bombons de licor – tudo isto sem ser abordado pela polícia. Ou não. Pode ser que consiga viajar para Espanha. Ou não. Pode ser que sim. Pode ser que não. Certo é que: o Estado, com configuração neoliberal, é mínimo em Políticas Públicas e máximo em repressão. Tudo isto com os recursos de impostos pagos por cidadãos. Tudo isto acontece lá e aqui. Quem quiser fazer diferente e se embriagar, na quadrilha, na onda deste Movimento, pode. Ou, será que não? É uma seca do sentir, pensar e agir? Pode ser que sim. Pode ser que não. Pra incentivar a ciranda da ressignificação, da criação, o CD do Tom Zé está na roda, disponibilizado gratuitamente AQUI. Confira! A gente continua dançando pra não dançar. Entre músicas, praias, política, essa composição do existir. Palavras inventadas à deriva. Esse texto é uma garrafa dançante, que foi lançada ao mar.
O Espaço Convés fica na Rua Cel Tamarindo, 137 - Gragoatá - Niterói.
Mais informações, fotos das atividades e espaço para novos artistas: www.artejovem.org / (21) 8844-4192.
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