novembro 26, 2008

Labaredas da liberdade

Arte de Arthur Bispo do Rosário - in the woods
Oleo do Diabo

Labaredas da liberdade

Posted: 25 Nov 2008 01:56 PM PST

Por Miguel do Rosário

Como dizia Cazuza: senhoras e senhores, trago boas novas, eu vi a cara da morte e ela estava viva. No meu caso, porém, não foi a morte. Foi o mundo. Quer dizer, no caso de Tereza Cruvinel, presidente da TV Brasil. O mundo está vivo, afirmou a valorosa guerreira, recrutada por Lula para defender a tv pública nacional, em entrevista gentilmente concedida, ao vivo e a cores, ao escritor Miguel do Rosário. A América Latina vive um momento muito bom, com seus governantes adotando políticas para superar injustiças sociais históricas, observou Cruvinel, e Jorge Mautner, também presente, completou: A eleição de Obama é a eleição de um brasileiro - o Brasil está no poder.

Não uso aspas porque estou citando tudo de memória. Tentei anotar mas, sobretudo no caso de Mautner, não dá. Agora vou imitar o Juruna, e andar sempre com gravador no bolso. Mautner, divertido e brilhante orador, disse mil coisas geniais, e numa delas, referindo-se às mudanças que uma tv pública forte e autêntica pode trazer à cultura brasileira, usou a expressão "labareda da liberdade", título desse artigo.

Onde anda minha Tereza? Há pouco mais de um ano, Cruvinel assinava a principal coluna política do jornal O Globo, e foi mais um daqueles (ou daquelas) que não resistiram à pressão chauvinista, vinda dos últimos andares das empresas de comunicação, para alinhar-se aos patrões na virulenta briga política e partidária contra o governo Lula.

O problema do jornalista que trabalha para a grande imprensa é que ele não trabalha para uma empresa só. Ele presta serviço para um conglomerado de empresas que partilham a mesma ideologia. Comprar uma divergência política com o Globo, portanto, é assinar um atestado de óbito na imprensa corporativa escrita. Os canais de tv aberta, por viverem uma concorrência muita agressiva com a Globo, ainda abrem espaço para jornalistas rompidos com a família Marinho. Desde que eles se comportem direitinho, obviamente.

Eu lembro da coluna da Tereza no Globo. Percebia-lhe, nas entrelinhas, a angústia de se ver envolvida numa maquiavélica trama azul e amarela para derrubar Lula. Cruvinel não defendia o governo Lula em suas colunas. Ao contrário, atacava-o de vez em quando. Mas o fazia com uma sensatez e uma civilidade que, nitidamente, não satisfaziam a sede de sangue de um Ali Kamel, de um Reinaldo Azevedo, de um Civita, de um Mainardi. Tanto que foi vilmente agredida pelo blogueiro da Veja, em artigo racista em que usava jocosamente o termo "cafusa" para se referir à Cruvinel, que é de fato uma bela e atraente morena, uma autêntica mulher brasileira. Azevedo tem um enorme talento para humilhar pessoas, usa-o constantemente, e é pago regiamente para fazê-lo. Eu a conheci virtualmente, a Tereza, nesta época. Escrevi um artigo defendendo-a, ela me agradeceu por email, e trocamos algumas mensagens.

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A polêmica dos índios

Posted: 25 Nov 2008 08:20 AM PST

Por João Villaverde

O Brasil é campeão em assuntos delicados levados da pior maneira possível pela imprensa, pela oposição (em alguns casos, são a mesma coisa), pelo governo, enfim. Somos pródigos. E não estou com aquele criticismo mesquinho de gente que tem nojo do país, como Arnaldo Jabor, Demétrio Magnolli, Dora Kramer, etc. Esse pessoal torce para as coisas irem mal, porque dessa forma eles tem assunto para encher o espaço que os jornais e tevês dão.

Vejamos. Temos o desenrolar da Satiagraha, das eleições municipais, as questões regionais e federais, as reuniões do G-20, a crise americana, Obama, etc. Todos os temas são tratados, grosso modo, da pior maneira possível. Falta estudo e falta um mínimo de reflexão. As coisas são recebidas de bate - pronto. E o resultado a gente vê todo dia.

Outra história que está recebendo um tratamento ridículo foi a "polêmica" criada em torno da declaração do José Gomes Temporão, ministro da Saúde, pedindo menos corrupção e mais trabalho da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde. Foi isso.

Fizeram um carnaval. Colocaram a frase na boca do pessoal do PMDB, que logo veio pedir que o ministro voltasse atrás nas declarações. Ao mesmo tempo, o presidente da Funasa, Danilo Fortes – muito ligado a Renan Calheiros - , ousou defender que Temporão o demitisse. Alguns jornais chegaram a dizer que Lula demitiria Temporão e tudo o mais.

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