SEMINÁRIO SAÚDE MENTAL, POLÍTICA E MÍDIA
5 E 6 DE DEZEMBRO DE 2008
COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIÕES
RUA VISCONDE E SILVA, 52 – 3º ANDAR – BOTAFOGO
RIO DE JANEIRO-RJ
A Comissão Organizadora tem a honra de convidar Vossa Senhoria para participar do SEMINÁRIO SAÚDE MENTAL, POLÍTICA E MÍDIA.
A principal finalidade do Seminário é informar a mídia, profissionais e a sociedade sobre as conseqüências da política oficial de saúde mental no Brasil, baseada na reforma psiquiátrica de Franco Basaglia implantada originariamente na cidade de Trieste – Itália.
A política oficial de saúde mental implementada no País desde 1995, inspirada na concepção da reforma italiana, trouxe conseqüências dramáticas para população, a saber:
1. Excesso de mortalidade de doentes mentais no Brasil (estatísticas DATASUS) relacionada a redução das internações psiquiátricas e leitos psiquiátricos;
2. Aumento extraordinário de benefícios por transtornos mentais e comportamentais (estatísticas INSS);
3. Crescimento dos casos de suicídios desproporcional ao aumento demográfico (estatísticas de trabalhos publicados);
4. Incremento de doentes mentais presos;
5. Explosão dos casos de violência envolvendo doentes mentais (registros jornalísticos de um modo geral).
Estes registros são constatações de fatos estatísticos e notórios, portanto não há como refutá-los.
Esta história lamentável e triste, a semelhança de GENOCÍDIO, foi decorrente da política oficial do Ministério da Saúde que baseada em alegações inusitadas, implementou uma política destruindo o modelo assistencial hospitalar destinado a doentes mentais graves.
Existiam no País 100 mil leitos psiquiátricos hoje são apenas 37 mil, uma afronta até aos parâmetros oficiais do próprio Ministério da Saúde (portaria GM/MS 1001 de 2002).
Os anti-manicomiais, ou seja, anti hospital psiquiátrico moderno propalavam, conforme consta na justificativa do projeto de lei Delgado, DIGA-SE INTEGRALMENTE REJEITADO PELO CONGRESSO NACIONAL, que no Brasil o modelo era hospitalocentrico, que doença mental não existia e era apenas problema social da pessoa diferente, que os médicos psiquiatras eram os algozes, que a internação era um mal e muitas vezes visava interesses pecuniários, entre outras alegações esdrúxulas.
Em síntese, prevaleceu no SUS uma política de saúde mental que destruiu hospitais e gerou estatísticas aterradoras.
O SEMINÁRIO SAÚDE MENTAL, POLÍTICA E MÍDIA, sem maiores pretensões, buscará através da palavra responsável e científica, esclarecer o seguinte:
· Alertar que o modelo italiano em que se baseou a política de saúde mental no BRASIL foi um desastre conforme falará o SENHOR MARIO COMUZZI, inclusive, também provocou um excesso de mortalidade por doença mental de 6 mil em 1973 para 19 mil óbitos em 1996.
· Denunciar o caos social provocado pela política oficial de saúde mental através das palestras, exposição de fotografias e exibição de filmes;
· Mostrar a grande dificuldade que a mídia tem em compreender com precisão o problema da doença mental; e
· Elaborar a CARTA DO SEMINARIO SAÚDE MENTAL, POLÍTICA E MÍDIA.
Há de se ter em mente que um modelo assistencial de doentes mentais tem que ser global e não excludente, não pode fazer diferenciação entre internação, liberdade junto à família ou na rua, porque são condições e momentos diversos para casos diferentes.
Veja bem!
No Brasil existem, aproximadamente, 2 milhões de pessoas com quadro de esquizofrenia que necessitam, basicamente, dos seguintes cuidados:
·A totalidade precisa de algum atendimento especializado continuado com medicação;
·Uma parte de aproximadamente 50% merece um atendimento mais constante, envolvendo cuidados profissionais permanentes;
·Uma parcela, muito menor, necessita eventualmente atendimento hospitalar especializado; e
·Um número pequeno deve ter atendimento hospitalar permanente em psiquiatria.
O seminário desenvolver-se-á em consonância com os assuntos destacados em quatro painéis, a saber:
05/12 – SEXTA FEIRA - MANHÃ – 08:00 ÀS 12:00
PRIMEIRO PAINEL: OMISSÃO SOCORRO, DOENTES NAS RUAS E EXCESSO DE MORTALIDADE DE DOENTES MENTAIS.
05/12 – SEXTA FEIRA - TARDE - 14:00 ÀS 18:00
SEGUNDO PAINEL: DOENÇA MENTAL SEM MÉDICOS E HOSPITAIS
06/12 – SABADO - MANHÃ – 08:00 ÀS 12:00
TERCEIRO PAINEL: DIREITOS HUMANOS, ESTATUTO DO IDOSO, ESTATUTO DA CRIANÇA E A LEI 10216 DE 2001
06/12 – SABADO - TARDE - 14:00 ÀS 18:00 HORAS
QUARTO PAINEL: POLITICA E SAÚDE MENTAL
Participará do evento o Senhor Mario Comuzzi, cidadão morador de Trieste – Itália, que falará sobre a "Reforma Psiquiátrica Basagliana". Conheça as denúncias do Senhor Mario Comuzzi no site: http://www.giuliocomuzzi.it/
A Jornalista Soraya Agegge merecerá uma homenagem especial em razão da reportagem sobre assistência ao doente mental já reconhecida e premiada com a menção honrosa no 30º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
p/COMISSÃO ORGANIZADORA
Marival Severino da Costa
Presidente da AFDM BRASIL
Roberto Antunes
Coordenador do MDDM
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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