Foto: Rogelio Casado - Semana da Consciência Negra - Manaus-Am, 17.11.2008
Nota do blog: Outro evento importante aconteceu no plenário da Câmara dos Vereadores. Dando início às comemorações da Semana da Consciência Negra, em audiência pública requerida pela vereadora Lúcia Antony, lá estavam Alberto Jorge, sacerdote de uma religião de matriz africana, vários pais e mães de santo, representantes do Ministério Público, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), das gerências dos serviços de saúde pública (Hemoam, Instituto Alfredo da Mata, Unidade de Saúde Cardoso Fontes, Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro). Em causa o pacto pela saúde da população negra. Dar visibilidade às questões de saúde de um segmento da população brasileira foi a estratégia adotada pelo movimento social, diante do quadro dramático que vivem os negros no Brasil. Como se não bastasse o fato de que estão entre eles o número de jovens que mais morrem em decorrência da violência, a anemia falciforme que atinge os negros vem exigindo criatividade no enfrentamento do problema, através de políticas públicas mais inteligentes. Na Bahia, o governo muncipal vem dando um belo exemplo, ao reconhecer a capacidade de mobilização dos terreiros onde praticam seus cultos religiosos, tornando-os espaços de promoção, prevenção e cuidados em saúde. Resta saber se os vereadores de Manaus embarcarão nessa viagem. Recentemente, a maioria votou contra a criação do Parque dos Orixás - proposta de autoria da vereadora Lúcia Antony -, o que talvez explique o plenário vazio na manhã de ontem. Alguns fizeram seus pronunciamentos e se retiraram. Só o vereador José Ricardo permaneceu até o fim. Presente também o vereador Isaac Tayha, representando o futuro prefeito de Manaus, Amazonino Mendes. Como representante da UEA, manifestei minha esperança de que o futuro prefeito, bem como a bancada renovada de veredores, se manifeste pela criação do Parque dos Orixás, em respeito ao legado da mãe África para a cultura brasileira, ele que é conhecido entre seus correligionários e eleitores como "Negão". Isaac Tayha manifestou simpatia pela proposta, revelando seu desapreço pela intolerância religiosa, pois como judeu que é sabe o que é conviver com o preconceito. 
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