PICICA: “Parece
que a paisagem esportiva da cidade do Rio de Janeiro está sendo
transformada numa escala e rapidez como nunca antes vista. As sucessivas
ondas de construção e reforma, destruição e criação que chegam à cidade
com os megaeventos esportivos deixam marcas e reestruturam o relevo da
cidade. (...) Vemos que essa transformação só acontece graças a um poder
público estimulador e financiador, cúmplice num jogo de cartas
marcadas”.
O Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia (INCT), por meio do Observatório das Metrópoles, lança nesta
quinta-feira (16) o livro “Rio de Janeiro: os impactos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016”.
A obra busca ampliar a análise sobre os impactos destes megaeventos
esportivos na capital fluminense no que se refere ao desenvolvimento
econômico, governança urbana, segurança pública, moradia, mobilidade e a
mercantilização da cidade.
O livro está organizado em seis artigos. No primeiro, o leitor é convidado a ter uma visão analítica e crítica, do ponto de vista da justiça social, em relação aos principais impactos socioeconômicos dos dois eventos esportivos no Rio. Parte-se do princípio que a Copa do Mundo e as Olimpíadas expressam um projeto urbano de reestruturação da cidade, por meio do qual adotou-se um novo padrão de governança empreendedorista neoliberal.
Os demais artigos aprofundam o debate sobre os impactos dos dois megaeventos no que tange o orçamento público e a participação do setor privados nas obras de infraestrutura, as questões de moradia, de mobilidade, prática esportiva e lazer da população, além da segurança pública.
Parte destas discussões havia sido apresentada no livro “Brasil: os impactos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016”, lançado em abril. O livro “Rio de Janeiro: os impactos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016” traz um recorte específico de tais análises do ponto de vista da capital fluminense.
Enquanto a Copa do Mundo viabilizou intervenções na infraestrutura de suas 12 cidades-sede (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Manaus e Cuiabá), os Jogos Olímpicos se concentram na capital fluminense. Portanto, no capítulo V, o autor Christopher Gaffney analisa de maneira crítica as transformações da paisagem esportiva da cidade, questionando os gastos com as obras estruturais dos espaços de competição em relação à posterior utilização destes espaços pela população local para a prática esportiva e o lazer.
Gaffney destaca, entre outros, a construção do Complexo Esportivo de Deodoro, na Zona Oeste da cidade. Lá serão realizadas as provas de canoagem slalom, tiro esportivo, hipismo, mountain bike, BMX (bicicross), Hóquei, esgrima e pentalo moderno. “Hoje em dia não há centros de treinamento para essas modalidades esportivas no país e a entrega desses espaços ao uso público poderia trazer grandes benefícios para a prática esportiva”, assinala o autor. Porém, segundo ele, “a utilidade pós-olímpica destes empreendimentos esportivos de alto rendimento é questionável porque não há populações locais (...) que poderiam usufruir do centro olímpico com facilidade”, ressalva, destacando ainda os altos custos de manutenção destes espaços.
“Parece que a paisagem esportiva da cidade do Rio de Janeiro está sendo transformada numa escala e rapidez como nunca antes vista. As sucessivas ondas de construção e reforma, destruição e criação que chegam à cidade com os megaeventos esportivos deixam marcas e reestruturam o relevo da cidade. (...) Vemos que essa transformação só acontece graças a um poder público estimulador e financiador, cúmplice num jogo de cartas marcadas”.
A relação entre o poder público e o setor privado permeia grande parte da discussão apresentada no livro. Conforme destaca Gaffney, as empresas privadas são as maiores beneficiárias das intervenções promovidas pelo estado sob a premissa da realização dos megaeventos esportivos.
A pesquisa foi coordenada pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e contou com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas. O projeto contou ainda com o apoio nacional da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Faça o download do livro “Rio de Janeiro: impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016” e leia sobre as principais análises sobre o legado dos megaeventos esportivos para a cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: Observatório das MetrópolesO livro está organizado em seis artigos. No primeiro, o leitor é convidado a ter uma visão analítica e crítica, do ponto de vista da justiça social, em relação aos principais impactos socioeconômicos dos dois eventos esportivos no Rio. Parte-se do princípio que a Copa do Mundo e as Olimpíadas expressam um projeto urbano de reestruturação da cidade, por meio do qual adotou-se um novo padrão de governança empreendedorista neoliberal.
Os demais artigos aprofundam o debate sobre os impactos dos dois megaeventos no que tange o orçamento público e a participação do setor privados nas obras de infraestrutura, as questões de moradia, de mobilidade, prática esportiva e lazer da população, além da segurança pública.
Parte destas discussões havia sido apresentada no livro “Brasil: os impactos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016”, lançado em abril. O livro “Rio de Janeiro: os impactos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016” traz um recorte específico de tais análises do ponto de vista da capital fluminense.
Enquanto a Copa do Mundo viabilizou intervenções na infraestrutura de suas 12 cidades-sede (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Manaus e Cuiabá), os Jogos Olímpicos se concentram na capital fluminense. Portanto, no capítulo V, o autor Christopher Gaffney analisa de maneira crítica as transformações da paisagem esportiva da cidade, questionando os gastos com as obras estruturais dos espaços de competição em relação à posterior utilização destes espaços pela população local para a prática esportiva e o lazer.
Gaffney destaca, entre outros, a construção do Complexo Esportivo de Deodoro, na Zona Oeste da cidade. Lá serão realizadas as provas de canoagem slalom, tiro esportivo, hipismo, mountain bike, BMX (bicicross), Hóquei, esgrima e pentalo moderno. “Hoje em dia não há centros de treinamento para essas modalidades esportivas no país e a entrega desses espaços ao uso público poderia trazer grandes benefícios para a prática esportiva”, assinala o autor. Porém, segundo ele, “a utilidade pós-olímpica destes empreendimentos esportivos de alto rendimento é questionável porque não há populações locais (...) que poderiam usufruir do centro olímpico com facilidade”, ressalva, destacando ainda os altos custos de manutenção destes espaços.
“Parece que a paisagem esportiva da cidade do Rio de Janeiro está sendo transformada numa escala e rapidez como nunca antes vista. As sucessivas ondas de construção e reforma, destruição e criação que chegam à cidade com os megaeventos esportivos deixam marcas e reestruturam o relevo da cidade. (...) Vemos que essa transformação só acontece graças a um poder público estimulador e financiador, cúmplice num jogo de cartas marcadas”.
A relação entre o poder público e o setor privado permeia grande parte da discussão apresentada no livro. Conforme destaca Gaffney, as empresas privadas são as maiores beneficiárias das intervenções promovidas pelo estado sob a premissa da realização dos megaeventos esportivos.
A pesquisa foi coordenada pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e contou com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas. O projeto contou ainda com o apoio nacional da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Faça o download do livro “Rio de Janeiro: impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016” e leia sobre as principais análises sobre o legado dos megaeventos esportivos para a cidade do Rio de Janeiro.
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