PICICA: "Recentemente o ministro Juca Ferreira se
pronunciou a favor do movimento de boicote cultural a Israel que pede o
cancelamento do show de Gilberto Gil e Caetano Veloso em Tel Aviv: “No
lugar deles não iria”. Ao contrario de Gilberto, Caetano pelo menos
admite dúvidas a respeito. Aqui vemos a retórica que não segue a
prática.
O caso da Palestina, entra totalmente na
lógica de um governo que fala de pautas populares e nos territórios
ataca os direitos. Parabéns ao Ministro de Cultura pelo seu
posicionamento. Mas isso não pode esconder a falta de resposta aos
pedidos desde a Palestina por um embargo militar a Israel, visto o
impacto negativo que isso tem trazido não somente ao povo palestino mas
também a nós brasileiros, que vivemos as favelas ocupadas e o extermínio
de nossa juventude nas periferias urbanas.
Este mês completam dois anos desde os
protestos, em 2013, durante a Copa das Confederações. Na época a polícia
federal utilizou pela primeira vez os ‘VANT’ israelenses, com o intuito de reprimir as manifestações.
Desde então, os ‘vant’ tem monitorado as nossas cidades, nossas ações e
movimentos afim de atingir maior controle sobre a organização dos que
lutam. A partir daí, o Brasil se tornou um dos mais importantes
importadores de VANT do mundo, além de já ser o quinto maior cliente da
industria militar israelense."
Palestina e Brasil, somos um só pelo embargo militar a Israel!
Por Cláudia Favaro
Recentemente o ministro Juca Ferreira se
pronunciou a favor do movimento de boicote cultural a Israel que pede o
cancelamento do show de Gilberto Gil e Caetano Veloso em Tel Aviv: “No
lugar deles não iria”. Ao contrario de Gilberto, Caetano pelo menos
admite dúvidas a respeito. Aqui vemos a retórica que não segue a
prática.
O caso da Palestina, entra totalmente na
lógica de um governo que fala de pautas populares e nos territórios
ataca os direitos. Parabéns ao Ministro de Cultura pelo seu
posicionamento. Mas isso não pode esconder a falta de resposta aos
pedidos desde a Palestina por um embargo militar a Israel, visto o
impacto negativo que isso tem trazido não somente ao povo palestino mas
também a nós brasileiros, que vivemos as favelas ocupadas e o extermínio
de nossa juventude nas periferias urbanas.
Este mês completam dois anos desde os
protestos, em 2013, durante a Copa das Confederações. Na época a polícia
federal utilizou pela primeira vez os ‘VANT’ israelenses, com o intuito de reprimir as manifestações.
Desde então, os ‘vant’ tem monitorado as nossas cidades, nossas ações e
movimentos afim de atingir maior controle sobre a organização dos que
lutam. A partir daí, o Brasil se tornou um dos mais importantes
importadores de VANT do mundo, além de já ser o quinto maior cliente da
industria militar israelense.
Praticamente no mesmo período histórico,
na Palestina, os mesmos VANT israelenses foram fundamentais instrumentos
utilizados na matança de mais de 2200 palestinos durante o quarto
massacre na sitiada Faixa de Gaza, que vem sendo atacada por Israel
desde o 2006. Foi só acabar o massacre genocída, e as empresas militares
israelenses passaram a atestar como funcionaram perfeitamente seus
equipamentos durante o massacre.
Mas a troca entre o complexo
industrial-militar israelense e o Brasil não se limita a compra de armas
– Israel exporta ao Brasil, seu conceito de controle total não só da
cidade, mas também da população, criando essa idéia da necessidade de
uma cidade militarizada, gradeada e repressora e assim promete resolver o
problema da segurança, e nesse contexto os megaeventos são elementos
centrais. Desde 2010 no Brasil, temos visto inúmeros seminários sobre
‘segurança em mega eventos’ para difundir, entre outros, o conceito
israelense de “cidade segura”, se inspiram na vigilância de todas as
chamadas telefônicas e conexões de web em Gaza e se completam com os
VANT e os Centros Integrados de Controle e Comando que seguem reprimindo
e controlando os movimentos populares.
Lamentavelmente a visão repressora da
‘segurança’ não é somente promovida pela direita que nesse momento
pressiona pela redução da maioridade penal. Os governos do PT embora de
maneira mais silenciosa mas muito mais capilar estão promovendo a mesma
lógica e sistematicamente rearmam o pais, não para se proteger contra
possíveis inimigos externos, mas para reprimir sua própria população.
Olhando somente o orçamento federal de 2015
vemos que o ministério da defesa tem recursos de 17 bilhões de reais, o
ministério de transportes 10 bilhões, o ministério de desenvolvimento
agrário 1,8 bilhões e a previdência social 2.1 bilhões. Um país que em
tempos de recessão gasta dez vezes mais na militarização que no
desenvolvimento agrário anda caminhando de encontro ao confronto com o
povo.
Com esses 17 bilhões, o governo está
redistribuindo o dinheiro público para empresas e pior, para a industria
militar israelense. No Rio Grande do Sul conseguimos, no ano passado,
derrubar o projeto do governo Tarso Genro de financiamento público de um
parque tecnológico com a subsidiária local da Elbit System, às custas
de muita luta e muita denuncia. Mas entre Rio Grande do Sul, São Paulo e
Rio de Janeiro, temos ainda cinco subsidiárias de empresas militares
israelenses no país. O ministro da defesa Jaques Wagner definiu Israel
como ‘parceiro estratégico’ do ministério e está planejando a sua
primeira viagem como ministro em Israel.
As ações, não as palavras fazem a
essência da política. A ida de Jaques Wagner a Israel demonstra que o
Brasil tem se tornado um país cada vez mais imperialista e já não
representa os setores populares que historicamente têm se colocado ao
lado do povo palestino. Nós movimentos sociais não podemos continuar a
permitir que nosso suor seja gasto para alimentar a repressão do nosso
povo e o complexo industrial-militar israelense que promove o continuo
genocídio do povo Palestino. Palestina Livre!
Fonte: Brasil em 5
Nenhum comentário:
Postar um comentário