PICICA: "Publicado em 13 de mai de 2014
Documentária à cerca da Colônia Juliano Moreira - RJ - 80 anos
TV GLOBO."
TV GLOBO."
História da Loucura: Colônia Juliano Moreira (RJ)
Trecho da dissertação de mestrado "Cidade
e Loucura: espacialização da “doença mental” e o processo de
desinstitucionalização psiquiátrica na cidade de Manaus", de Rogelio Casado, para compreender o turbulento e criativo processo de desinstitucionalização da loucura, da qual o vídeo acima representa parte da história que tomou conta do país ao longo dos anos 1980. O texto coteja os principais eventos do eixo Rio-São Paulo-Minas com os ocorridos no Amazonas.
"O
professor Eduardo Mourão Vasconcelos, a quem conheci
durante o I Congresso
Brasileiro de CAPS (Centro
de Atenção Psicossocial)
realizado na cidade de São Paulo, em
2004, é psicólogo e cientista político, doutor
em Políticas
Sociais e Serviço
Social pela
London School of Economics, professor da Escola
de Serviço Social
e pesquisador associado
do Instituto de Psiquiatria,
ambos da Universidade
Federal do Rio
de Janeiro. Autor de uma vasta obra, em
seu livro Saúde Mental
e Serviço Social
– o desafio da subjetividade e da
interdisciplinaridade, do qual ele é um dos organizadores, no artigo
Breve Periodização Histórica
do Processo de Reforma Psiquiátrica
no Brasil Recente permite compreender a dinâmica
dos avanços e recuos da Reforma
Psiquiátrica no Amazonas, ao acompanharmos a memória daquele tempo.
Tendo por base os principais estados
do Sudeste (Rio
de Janeiro, São
Paulo e Minas Gerais) – cenário da maior rede de serviços psiquiátricos
no país e palco
político das mudanças em curso –,
Vasconcelos estabelece 1978 como o ano em que se inicia a periodização da Reforma Psiquiátrica Brasileira;
não por
acaso o ano
em que
emergem os principais movimentos sociais,
após um longo período de repressão aberta
pelo regime militar.
Em pelo menos três dos períodos
descritos por Vasconcelos o Amazonas esteve presente (VASCONCELOS, p.19, 2000),
como indica o grifo em itálico:
1º. Período: Mobilização na Sociedade
Civil contra
o Asilamento Genocida e a
Mercantilização da Loucura: 1978-1982 (São Paulo e Minas
Gerais) e 1978-1980 (Rio
de Janeiro) – Mobilização contra a corrupção administrativa
e a violência institucional: 1978-1980 (Amazonas);
2º. Período: Expansão e Formalização do Modelo Sanitarista; Montagem
de Equipes Multiprofissionais
Ambulatoriais de Saúde Mental:
Controle e Humanização do Setor
Hospitalar; Ação a partir do Estado:
1980 (RJ) e 1982 (SP e MG) – 1987 – Humanização
e Democratização do Hospital Psiquiátrico:
Trabalho Remunerado aos Internos;
Mobilização da Opinião Pública: 1980-1987 (Amazonas);
3º. Período: Fechamento Temporário do Espaço
Político de Mudanças a partir
do Estado; Emergência
da Luta Antimanicomial e Transição da Estratégia
Política em
Direção ao Modelo da
Desinstitucionalização Psiquiátrica:
1987-1992 – Greve de fome;
Emergência de Interesses
Corporativos e Abertura para
o Campo da Contra-Reforma: 1987-1992 (Amazonas).
Daí em
diante inicia-se um período em que o Amazonas
ficou fora da luta
por uma sociedade
sem manicômios.
Podemos observar, acompanhando a periodização estudada por
Vasconcelos, e constatar o vazio
existente nas pautas do debate
público, limitado aos períodos por ele estudados:
4º. Período: Avanço e Consolidação
da Perspectiva de Desinstitucionalização
Psiquiátrica: “Desospitalização
Saneadora” e Implantação da Rede de Serviços
de Atenção Psicossocial;
Emergência das Associações
de Usuários e Familiares:
1992-1995 – Declínio e retrocesso das
ações de saúde
mental: Desospitalização para
Redução dos Leitos Psiquiátricos
e Manutenção do Modelo
Hospitalocêntrico; Avanço dos Agentes
Sociais da Contra-Reforma: 1992-2002 (Amazonas);
5º. Período: Limites à Expansão da Reforma no Plano
Federal Tendo em
Vista as Políticas
Neoliberais do Governo FHC; Aumento do Desemprego, Miséria
e Violência Social;
Consolidação e Difusão
dos Serviços de Atenção
Psicossocial no Plano
Municipal: 1995-? – Ausência de Resistência
ao Desmonte das Propostas
da Reforma Psiquiátrica; Desmobilização da Opinião
Pública e Crescente
Desencanto no Campo
da Saúde Mental:
1995-?
Somente
no início do Século XXI, como veremos adiante, a sociedade civil toma para si a
iniciativa de pautar o tema Saúde Mental no debate público. Aqui, porém, vale
destacar o que há de específico na experiência da Reforma Psiquiátrica em
território amazonense".
Nenhum comentário:
Postar um comentário