Nota do blog: O empesário Belmiro Vianez torce pela revisão do Plano Diretor da cidade, feito às pressas e aprovada em 2000, sem as devidas consultas à sociedade civil organizada. Manaus - capital do mormaço, como a define o escritor Márcio Souza - não pode mais conviver com ruas sem árvores, por exemplo. A arborização da rua Monsenhor Coutinho é uma dessas raridades na paisagem de Manaus. Um trecho dela é emblemático. Ali onde setores da iniciativa privada se estabeleceram, não se encontra uma árvore diante dos imóveis. Para os "predadores", as árvores impedem a visão do seu negócio. Não raro, quando se pensa em aproximar o poder público das universidades, poucos lembram que há um importante conhecimento acumulado no campo do meio ambiente. Mãos à obra, senhores!
Belmiro 079
Manaus, um olhar pra frente!
Belmiro Vianez Filho (*)
Nesta quinta-feira, o governador Eduardo Braga e o prefeito eleito de Manaus, Amazonino Mendes, vão catalisar as atenções e expectativas do cidadão manauara com relação ao encontro e respectivos compromissos que ambos deverão assumir na gestão da cidade a partir do ano que vem. Mais do que identificar as responsabilidades do divórcio gerencial entre Estado e Prefeitura anotado até aqui, o que importa doravante é assegurar o compartilhamento efetivo de esforços na direção do enfrentamento dos graves problemas urbanos que atormentam a população que vive, trabalha e paga imposto nesta cidade carente de tanta intervenção. E o mérito maior desta aproximaç ão será geometricamente proporcional à capacidade de cada governante atrair e abrir espaços para a participação dos diversos atores sociais nesta empreitada urbana e cívica, especialmente das entidades e demais organizações legitimamente constituídas.
Na reunião do prefeito eleito com a atual bancada de vereadores, o bom senso falou mais alto e jogou para o próximo ano a discussão e o encaminhamento da revisão do Plano Diretor da cidade, que deveria ser tratado - infelizmente a toque de caixa - nesta legislatura. E com certeza seria feito com a mesma superficialidade e precariedade técnica de sua versão anterior, aprovada em 2000, ao sabor da improvisação e transplante equivocado e mal ajustado de outras capitais brasileiras. Este é um exemplo eloqüente do problema urbano que não pode ficar a cargo de um segmento ou de uma empresa, sem o concurso de sugestões, demandas e expectativas do conjunto da sociedade.
Ações como a do Programa de Recuperação Social e Ambiental dos Igarapés, o Prosamin, agora entregue à batuta experiente e competente do ex-prefeito Frank Lima, precisam do permanente envolvimento de todos os segmentos sociais, especialmente das instituições de ensino que irão cultivar nas novas gerações novas atitudes e compromissos com os parâmetros sócio-ambientais do empreendimento. Esta é a maior garantia de sua eficácia e permanência ao longo do tempo.Não podemos correr o risco de uma obra dessa envergadura despregar-se da salvaguarda popular, a única instância capaz de zelar, perenizar e ampliar a grandeza e a relevância de seus propósitos. Cartilhas, concursos, temas de redação, roteiro de filmes, teatros e canções são alguns mecanismos capazes de sensibilizar os jovens para o zelo urbano, o cuidado com a memória e o ambiente em que vivemos.
Prefeitura e Estado são, portanto, os fomentadores dessa nova consciência, em constante e atuante interatividade com o cidadão e seus diversos mecanismos de representação institucional. Encerrada a disputa eleitoral municipal, a hora é esta de arregaçar as mangas da cumplicidade urbana, sobretudo à vista das dificuldades que o horizonte da crise mundial autoriza vislumbrar. O novo Plano Diretor, portanto, a recuperação dos mananciais - imaginem a recuperação da trafegabilidade de alguns igarapés?! - o trânsito caótico, a imundície generalizada, o abandono do Centro Histórico, a precariedade dos transportes coletivos, os equipamentos de Saúde e Educação... são as imensas as demandas e desafios e urgente a cumplicidade geral, além do governador e do prefeito. Só assim, será construtivo e definitivo nosso olhar pra frente, em direção a um novo tempo para o bem de Manaus!
Zoom-zoom
*Barack Obama - Os batuques da euforia cívica devem ter ensurdecido de felicidade o Universo da espera gratificante - sob a batuta de Mart in Luther King e dos irmãos Bob e John Kennedy - pela vitória de Barack Obama, um afro descendente que representa a resistência e a esperança de um mundo melhor, com menos guerra e opressão, na disputa pela presidência dos Estados Unidos.
*Bons presságios - Em seu pronunciamento, um comentário autoriza esperar mudanças de atitudes em relação ao Brasil e à America do Sul: "Não há uma América liberal e uma América conservadora, há os Estados Unidos da América. Não há uma América negra e uma América branca e uma América latina e uma América asiática. Há os Estados Unidos da América."
*Itaú e Unibanco - No mundo do capital financeiro a fusão de bancos não passa de uma decisão rotineira, daí a naturalidade com que o mercado acolheu a notícia da união entre Unibanco e Itaú. Do ponto de vista, porém, do usuário esta associação reduz a competitividade e de quebra a taxa de empregos. E exige maior vigilância das autoridades com o descaso cívico aí embutido.
*Meia entrada - O Senado Federal acaba de aprovar uma legislação que proíbe meia entrada para estudantes em cinemas e espetáculos no fim de semana, com a desculpa dos prejuízos das empresas de diversão. Uma desculpa marota e um estímulo à garotada trocar aula por lazer durante a semana. Há outras formas de resolver o problema, basta usar o bom senso, não a insensatez.
(*) Belmiro é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas
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