Arte de Iberê Camargo - Ciclista
Oleo do Diabo
Quantas ciclovias se faz com R$ 8 bi?
Posted: 12 Nov 2008 08:20 AM CST
O governo de São Paulo acaba de anunciar a liberação de R$ 4 bilhões para a indústria automobilística do estado, dinheiro que se juntará aos R$ 4 bilhões "doados" pelo governo federal. O assunto relaciona-se com que escrevi dois posts atrás, no artigo intitulado Utopias Industriais.
Ao ler a notícia diversos textos vieram-me à mente. Vou listar, conforme tenho gostado de fazer ultimamente:
1) Ué, o governo de SP diz não ter dinheiro para pagar seus policiais civis, que arriscam suas vidas para garantir a segurança de 40 milhões de habitantes, e agora libera R$ 4 bilhões para magnatas da indústria automobilística? Com esse dinheiro, daria para o governo de SP, mesmo dando aumento de 40% para os policiais paulistas, pagar a folha salarial da entidade por 4 ou 5 anos. Qual o melhor investimento? Dar dinheiro para nababos que nem brasileiros são, já que as indústrias são estrangeiras, ou para funcionários que arriscam suas vidas?
2) Alguém vai comprar mais carro porque o governo de SP liberou dinheiro para a indústria? Se o governo tivesse liberado para as pessoas comprarem carros, tudo bem, mas não foi assim. Liberou para o dono da empresa, que poderá, se quiser, embolsar o dinheiro e demitir os empregados.
3) Com esses R$ 8 bilhões (contando os R$ 4 bilhões do Lula), dava para São Paulo revolucionar o sistema de transportes da capital do estado, e ainda gerar milhares de empregos. Como? Criando gigantescas e funcionais ciclovias, ligando toda a cidade, o que ajudaria a conter os congestionamentos, a poluição, levando a enorme economia, para a população, em combustível, multas, impostos, pedágios e problemas cardíacos e respiratórios.
*Com isso, esse blog engaja-se numa campanha em prol de ciclovias nas cidades brasileiras. Ciclovias não apenas para lazer, mas como meio de transporte bancado pelo Estado. Sonho com ciclovias cruzando todo o país, e um país de milhões de ciclistas pedalando de uma cidade à outra. Em vez de passar a vida correndo numa esteira de academia, olhando para o espelho e ouvindo música ruim, o brasileiro poderá conhecer seu próprio país, revigorar seu corpo e arejar a sua mente.
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